O Diretor-Geral Do Criador, Que Governa A Criação Inteira

Dr. Michael LaitmanNós residimos em um sistema de forças que se expandem de cima para baixo. Portanto, uma escada de degraus foi formada neste sistema, onde cada degrau é feito de forças opostas, em suas várias combinações, tanto em altura quanto em qualidade. E toda a diferença nessas forças reside na profundidade do nível do desejo (Aviut) que elas trabalham, visto que a profundidade do desejo muda sua qualidade. Afinal, o desejo pode ser de qualquer grau: inanimado, vegetal, animal e falante (0-1-2-3-4).

Mas quando começamos a subir, nós só recebemos uma força, a princípio: a de recepção. Então, começamos a trabalhar com o grupo, e dentro dele vemos a segunda força: a de doação. É contra essa força que descobrimos a força de recepção, que não é o mesmo desejo terreno com o qual chegamos aqui, inicialmente.

Quando começamos a estudar Cabalá e tentamos nos unir ao grupo, nós atraimos a Luz que ilumina um novo desejo dentro de nós, que é contra a unificação, o grupo, o amor e a doação. Então, com a ajuda desta Luz, conhecemos o nosso mal.

Somente devido ao envolvimento no grupo é que estas duas forças emergem na pessoa e se colocam em oposição entre si: a força do amor e a força do mal, sendo que ambas estão conectadas à meta espiritual com a qual a pessoa está trabalhando, a fim de alcançá-la. E todas as qualidades e tendências que ela tinha ao chegar à Cabalá realmente não importam. Elas são simplesmente os atributos de seu corpo animal.

Portanto, todo o sucesso no avanço depende da forma como a pessoa se esforça para se envolver no grupo e chegar a união. Ela vai conhecer a força de rejeição, e ambas as forças vão começar a agir: às vezes uma após a outra e, outras vezes, chocando-se uma com a outra. Então, ela vai conhecer a força da oração, sem a qual é impossível unir essas duas forças em uma só.

Por um lado, ela não quer perder o seu “eu” sob o poder infinito da força de doação, mas ela também não quer continuar a ser escrava do seu egoísmo, a força de recepção. Na pessoa, cresce um caráter independente que fica bem no meio entre as duas forças e toma decisões. Ela quer superar estas duas forças, a direita e a esquerda, na linha média. É isso que ela pede ao Criador na sua oração.

A qualidade de Biná que a pessoa recebe, permite que ela mantenha as duas forças em equilíbrio e esteja acima delas. Ela adquire a força de “receber para doar”, que lhe permite doar ao Criador. Ambas as forças, recepção e doação, residem nela, enquanto ela mesma se torna a cabeça (Rosh) do Partzuf espiritual e decide como e de que forma ela pode doar. É assim que a pessoa avança ao longo dos degraus espirituais.

Ela não pede ao Criador que uma força derrote a outra, mas a oportunidade de unificá-las e estar acima delas com a sua “cabeça”. Isto é o que ela pensa o tempo todo. É por isso que ela é considerada como um sábio, um “discípulo do sábio” (Talmid Hacham) que, graças às suas orações, sempre aprende com o Criador (o sábio) a ser capaz de usar as duas forças corretamente.

Assim, a pessoa eleva-se acima da Criação e torna-se como o Criador, usando a força de doação e a força de recepção, permanecendo acima delas e tomando decisões. Da mesma maneira, a criatura começa a agir.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/03/11 sobre a Oração