O Adeus Ao Velho Mundo

Dr. Michael LaitmanO desenvolvimento material do homem chega a um impasse e libera espaço para uma nova etapa da evolução.

Hoje, todas as esferas das nossas vidas estão permeadas com desespero. Chegamos a um ponto onde não sabemos o que fazer com os nossos filhos. Afinal de contas, trouxemo-los a este mundo para uma boa vida, mas não é isto que vemos aproximando-se no futuro.

Porque deve uma pessoa agarrar-se a uma vida familiar se isso não lhe traz quaisquer mudanças positivas? Deve haver uma razão para suportar tão pesado fardo.

Estando ligado a um local específico ou um país está a tornar-se uma coisa do passado. As pessoas querem simplesmente uma vida melhor, e estão preparadas para ir onde quer que possam encontrá-la. É assim que quebramos todas as fronteiras, limitações, e os velhos “envoltórios”, nos quais nos desenvolvemos por milhares de anos.

No passado era claro para a pessoa que ela pertencia a determinada nação, local, e cultura, que estava ligada à sua família e a tudo o que representou as bases da vida naquela altura. De geração em geração os pais ensinaram aos seus filhos uma profissão: um filho de um ferreiro tornou-se finalmente um ferreiro, e um filho de um pastor tornou-se um pastor. Um jovem sabia que se casaria com uma rapariga de uma vila próxima, e a vida desenrolava-se de acordo com estas regras.

Hoje tudo mudou. As pessoas de todo o mundo abandonam as velhas regras. O nosso egoísmo, os nossos desejos interiores, e a nossa consciência estão a transformar-se rapidamente, apenas nós próprios não sabemos no que é que se estão a transformar.

Somos levados pelo nosso desejo de satisfação, e este desejo tem destruído todas as barreiras que costumavam manter-nos dentro dos limites geralmente aceitos. No nosso tempo nada é geralmente aceito ou óbvio. Tudo é instável e temporário. O que quer que seja conveniente no momento é considerado certo.

As pessoas subiram acima das limitações, nas quais elas existiram ao longo da história. Nas alturas deste processo não percebemos a escala de mudanças que tomam lugar. As fronteiras foram apagadas e as pessoas estão prontas a sentir-se em casa em qualquer país. Quer queiramos quer não, a terra está a tornar-se território comum. E muito embora estejamos no início desta nova tendência, isso é irreversível.

Ao longo deste processo revelamos um novo tipo de vazio que não pode ser preenchido, independentemente de onde vivamos ou do que façamos. A nossa elevação acima das velhas limitações e a nossa prontidão para novas formas de desenvolvimento não nos deixam preencher o nosso desejo crescente. É este desejo que nos eleva acima do mundo antigo e nos atira directamente na tempestade de mudanças. Isso requer o tipo de satisfação que não pode ser encontrada em lugar algum.

A Humanidade está em crise: ora encontrará uma nova forma de satisfação ou terá de se acalmar com álcool, drogas, e anti-depressivos. Na verdade, isto já está a acontecer numa escala crescente e constante. Mas esta não é a solução, e mais cedo ou mais tarde (melhor cedo) iremos perceber que é tempo de substituir a satisfação material pela satisfação espiritual.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/3/11 sobre Os Princípios da Educação Global