As Primeiras Tentativas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quanto mais esforços fazemos em prol do sucesso do grupo, mais sentimos que estamos trabalhando para o nosso próprio ego….

Resposta: Você deveria estar feliz com isso, porque essa é a revelação do mal. Sem revelar o mal, não vamos chegar à bondade.

Eu vejo que, no final, a única coisa que quero de minhas ações em prol do grupo é extrair benefícios pessoais. Qual será a próxima?

O problema é que, sozinho, esse “ponto de epifania” não é suficiente. Você não pode fazer nada com ele. Minha ação tem que ser objetiva; ela tem que ter um vetor. Caso contrário, a minha força interior continua a ser meramente potencial, como um motor abafado. Pode até ser um bom motor com uma capacidade de 200 cc, mas e daí?

Eu tenho que “resumir” o meu desejo e dirigí-lo a uma ação específica. Isso significa que eu preciso de dois pontos para formar um vetor. A mente é o que dá sentido a essa minha força. É por isso que a força e a razão trabalham bem uma com a outra. Isso é válido.

Assim, mesmo se eu tiver alcançado o desespero em minha atitude para com o grupo, isso ainda não me dá a oportunidade de agir. Agora, eu tenho que conectar o meu estado com o objetivo.

Eu apenas senti que eu sou contrário a mim mesmo. O egoísmo foi revelado nas minhas ações ou em uma de minhas ações: eu fiz isso por mim e não poderia apontá-lo nos amigos.

Em primeiro lugar, eu tenho que lembrar que não há outro além Dele. O problema não é que eu não tenha êxito nisso, mas sim que o Criador dispôs esta situação para mim, assim como a sua análise. Torna-se claro que eu não poderia fazer nada por causa do meu egoísmo, e isso é porque o Criador quis me ensinar, para me mostrar que sou governado pelo ego.

Então. o que devo fazer? Por que Ele quer que eu sinta isso? Para que através dele eu perceba a importância do objetivo, a qualidade da doação, que é oposta ao que eu recém revelei.

Onde eu conseguirei essa importância? Desse próprio estado. Afinal, não há Luz sem vaso, sem sensação que não inclua a combinação de ambos: Luz e Kli. Com o que eu vou me comparar a fim de sentir que sou mau? Isso acontece em comparação à forma como eu entendo a doação, imaginando que poderia ter atuado melhor, tratando os amigos de uma forma melhor.

Nesse caso, já existem dois pontos! Como, então, eu posso agora mudar do ponto da minha própria insignificância e maldade ao ponto da doação? O que me falta? Falta-me força, e é isso que eu deveria exigir.

Mas isso não é tudo. Por que eu deveria exigir isso? Para me fazer sentir bem, para parar de sentir repulsa por mim mesmo? Afinal, o meu egoísmo sofre com a recente “revelação”. Nesse caso, seria revelado que eu ainda sou um egoísta, tendo somente dado uma “volta”, e estando no próximo nível do amor-próprio.

Em vez disso, eu não quero todo o meu trabalho e o seu resultado para perseguir o êxito pessoal. Eu quero realizar uma ação na qual vou revelar prazer ao Criador. Ele corrige-me e eu quero isso para dar prazer a Ele.

É assim que eu tento avançar um pouco mais, e depois um pouco mais, tanto quanto possível. Estas são as minhas primeiras tentativas, que eu devo literalmente “mastigar”,  “provar” com a minha língua, ou, mais precisamente, “romper “com meus dentes .

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 28/02/11, Escritos do Rabash