As Lições Dos Desastres Naturais

Dr. Michael LaitmanOlhando para os desastres naturais, não vemos as suas verdadeiras razões. Percebemos os factores geológicos e ecológicos e os fenómenos do mundo inanimado. Mas quem governa o mundo inanimado? “As leis da natureza”, dizemos. Mas isso não é uma resposta.

Portanto, independentemente disso, porque é que ocorre? Falam-nos acerca da natureza cíclica dos processos como se realmente explicasse alguma coisa. Na verdade, afastamo-nos da resposta protegendo-nos com argumentos confortantes.

Contudo, elas não pacificam a pessoa, porque o problema persiste e pode voltar à superfície a cada momento. Além disso, mesmo que não o faça, ele permanece não corrigido e ameaça tornar-se um tipo diferente de desastre.

Não é questão do que é que irá explodir ou desaparecer ou onde irá ocorrer. O mundo inteiro é sacudido constantemente, e a amplitude dos desastres está a crescer de dia para dia. Testemunhamos a velocidade e a magnitude destes choques que se mostram cada vez mais bruscos e repentinos.

Devemos perceber que existe uma razão para tal: a nossa falta de equilíbrio com a natureza. Existimos num sistema global, holístico e total. Tudo está unido, e assim não temos outra escapatória: Temos de considerar-nos como estando totalmente interligados. A lei de um sistema global e integral é que todos influenciam os demais.

Esta deve ser a base pela qual precisamos de estabelecer as regras de conduta na Terra. Não podemos mudar a natureza humana, mas façamos tudo o que estiver ao nosso alcance. Precisamos estabelecer as leis de cooperação, mutualidade, e concessões recíprocas entre os países, nações, e as várias organizações. Sem estas leis, o sistema morrerá.

O primeiro passo para conseguir tais leis foi formulado por Hillel, o Velho: “Aquilo que detestas, não o faças ao teu próximo”. Primeiro de tudo, tenha cuidado de não fazer mal ao outro. Desfrute o que tem, e não invada a propriedade, liberdade, ou vida dos outros. Não olhe para os outros, e seja feliz com aquilo que tem. Esta é a primeira condição. Isto contudo ainda não é a unificação, mas através disto você deixará de infringir ou prejudicar os outros. Mesmo que não tenha ainda activado o sistema da bondade, parou de usá-lo para o mal.

É verdade que hoje uma pessoa é incapaz disto. E assim temos de associar-nos à educação geral de toda a humanidade. Todos deviam sentir que vivem num mundo global, integral e explicar a si mesmos o que isso significa. E isso significa que eu não posso simplesmente contar com receber um benefício pessoal à custa de alguém. É irreal, impraticável.

Temos de obrigar cada país, cada nação a renunciar medidas de força, até à eliminação das fronteiras e qualquer controlo sobre a exploração de cada um. Este é um programa mínimo: Não há necessidade de favores, mas todos devem pelo menos perceber que se alguém magoa o outro, a dor volta para si duma forma semelhante à dum boomerang e, em última instância, magoar-se-à a si próprio.

Estas normas tem de ser introduzidas na legislação, a par do trabalho de explicação e educação. O Baal HaSulam escreve sobre isto no Escritos da Última Geração. Isto deve estar na agenda do governo mundial, e não na das Nações Unidas que não têm verdadeiro poder.

Aqui precisamos especificamente de um governo colectivo com poder real. Se alguém não colaborasse com ele, seriam aplicadas sanções: “Você não quer concordar com a lei de cooperação? Então nós desligá-lo-emos do sistema. Vejamos como você se sente num mundo global com as fontes bloqueadas”. De facto, nem um único país ou nação serão capazes de existir em isolamento dos outros.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá sobre Um Mundo Integrado