A Criação Nadando Num Oceano de Luz

Dr. Michael LaitmanExistem apenas duas forces no universo: a força de doação – o Criador, e a força de recepção – a criação. Elas começam a partir de estados opostos entre si, onde a força do Criador é infinita, como um oceano de Luz que está num repouso eterno. E a força da criação começa com um pequeno ponto dentro desta Luz Infinita.

O objectivo do Criador é elevar este ponto de forma que ele se torne tão grande quanto a Luz e igual a ela em todos os sentidos, quer em tamanho quer em quantidade. Isto quererá dizer que o bom e generoso Criador terá conseguido fazer a sua boa e benevolente acção – a acção de doar.

Portanto, o Criador dá à criação todas as qualidades que estão presentes no desejo de receber prazer, em oposição ao que está presente no Criador, no desejo de doar, de forma que a criação possa decidir independentemente e escolha livremente o estado do Criador (doação), como a mais elevada e mais admirável qualidade comparada a tudo o que está presente na criação. Mesmo se recebesse a oportunidade de adquirir satisfação infinita para seu próprio benefício, iria preferir permanecer vazio só para estar perto da qualidade de doar.

Neste caminho a criação tem de passar através de uma quantidade enorme de discernimentos, mas eles podem todos ser divididos em dois caminhos: entendimento quantitativo e entendimento qualitativo. Todo o trabalho da criação assenta na percepção do mal. Tem de perceber o quão má é a sua qualidade egoísta de recepção em comparação com a qualidade de doar do Criador.

E a razão porque é má não é por causar sofrimento à criação. Nesse caso a criação escolheria doar de forma egoísta. Contudo estes entendimentos do bem e do mal não devem depender dos desejos da própria criação, isto é, não podem escolher algo que possam ser capazes de desfrutar naturalmente.

A escolha tem de ser feita do ponto que é independente dos seus desejos para que você prefira outorgar pelo bem desta qualidade, porque é a mais elevada. E não deve ocorrer porque você planeje receber algum tipo de satisfação ou benefício dela.

Portanto, neste caminho a criação começa sempre por perguntar, “Quem é o Criador para que eu ouça a Sua voz?” e “O que irei eu receber por todo este trabalho?” Isto é, revela todo o seu desejo, o vaso inteiro (Kli) e o seu tamanho, assim como qualidade, apreendendo-se e exigindo satisfação natural de acordo com as suas qualidades egoístas.

E quando tenta alcançar a verdade de forma a não depender dos seus desejos, a “suspender-se” entre o céu e a terra, vê-se a si mesmo como “metade pecador e metade correcto”, como na balança da justiça. A partir daqui começa já a trabalhar na sua própria liberdade de escolha.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/3/11, sobre o Orador