A Alegria Nos Dá Força No Caminho

Dr. Michael LaitmanEm nosso mundo, “fingir” soa como algo sujo. Nós xingamos as pessoas por isso: “Porque você é tão artificial? Por que você finge e mente?”.

Mas, no nosso caso, estamos fingindo ou brincando com as ações mais naturais e autênticas, porque elas nos ajudam a elevar-nos acima do mundo material. A medida que eu “brinco” de estados espirituais, imagino-me lá e elevo-me a eles.

Eu não quero apenas entreter os outros, transmitindo-lhes minha alegria. A alegria não é simplesmente rir, mas satisfazer-se com a confiança e a correção do caminho, o objetivo no qual acredito. Essa alegria me dá força.

Esta é a mesma satisfação que deve reinar dentro de nós em virtude de nossa união, ou seja, no estado verdadeiro e corrigido, no mundo do Infinito. Ao brincar, esforço-me em preenceher o nosso desejo comum (o vaso espiritual ou Kli) do mesmo modo que no estado do mundo do Infinito.

Esta é uma brincadeira (ou jogo) elevada e muito interessante, que lembra a brincadeira do Criador com o Leviatã (a baleia mitológica). O Criador, o desejo de doar, brinca com a criação que Ele criou, o desejo de desfrutar, girando-a em todas as direções e preenchendo-a com a Luz de Hochma.

É assim que eu quero preencher o desejo comum (de desfrutar) do nosso grupo com a Luz de Hochma. Isso significa que eu estou brincando com coisas muito elevadas, embora pareça uma ação muito simples que qualquer pessoa seja capaz de fazer.

Nós devemos entender que, na perspectiva da pessoa, este jogo é uma ação muito séria. E o nosso ego não nos permite reduzir o nosso orgulho, a fim de participarmos deste jogo e começarmos a executar essas ações em relação ao grupo. Embora seja verdade que existam pessoas que acham isto fácil de fazer no plano externo, bem como outras que acham mais fácil expressar-se internamente. Mas o trabalho interno é dever de cada um e deve resultar no bom humor mantido no grupo.

Externamente, as coisas podem variar. Há momentos em que externamente você tem que fingir estar inspirado o tempo todo, porque se você está cercado de “criancinhas”, você não pode se permitir a liberdade de mostrar-lhes o verdadeiro estado. No entanto, se for um grupo de estudantes mais avançados, eles podem fazer o oposto: em vez de brincar externamente, eles podem ficar sérios e até mesmo expressar a sua tristeza, a fim de criar uma oposição entre a interioridade e a exterioridade. É assim que os grandes Cabalistas do passado se comportavam. No entanto, nós ainda somos pequenos e temos que brincar ou fingir externamente, expressando alegria.

Naturalmente, toda a nossa disseminação deve ser constituída de programas que trazem alegria e deixam as pessoas de bom humor. Deve haver menos músicas tristes e dolorosas, e mais felicidade! Temos que sentir o coração do amigo ou do grande público e tomar cuidado para não humilhá-los ou levá-los a sentir profunda tristeza, mas sim, deixá-los sentir alegria e unificação. Esta é toda a sabedoria.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/03/11, Preparação para a Convenção NÓS!