Verdadeira Bondade

Dr. Michael LaitmanRabash, Shlavey HaSulam (Degraus da Escada), artigo “O Que É Um Verdadeiro Ato De Bondade No Trabalho”: Deve-se começar o trabalho com “a verdadeira bondade”, o que significa sem qualquer recompensa, de modo que tudo que se faz não sirva para o benefício pessoal, mas para deleite do Criador.

Nós nascemos com o desejo, que atua de certa maneira: “para seu próprio benefício”, “a fim de receber”. Cada um de nós sente que antes e fora dele há um mundo que inclui quatro graus evolutivos: inanimado, vegetal, animal e falante. Além disso, nós apenas desejamos desfrutar todo esse mundo externo, a fim de sentir prazer.

Nós podemos reverter isto e dizer que o homem vai se sentir bem se ele usar o mundo de certa maneira: para a auto-gratificação. Em geral, todas essas coisas são relativas, já que somos incapazes de ver qualquer coisa oposta a elas.

Mas, mais tarde, o homem cai em desespero a partir desta tendência de buscar prazer. Então, um novo desejo, um novo caminho, desperta nele: “Eu preciso tratar toda a realidade de forma diferente. Tudo isso é meu e é semelhante a mim. Eu não consigo apreciá-lo sozinho, mas apenas em conjunto com os outros”. Obviamente, esse impulso não vem do homem. O desejo criado pelo Criador, juntamente com suas Reshimot (genes informacionais),  “continua rodando” mais e mais, abrindo-se para a pessoa que o sente desta maneira.

Usando o método de correção da maneira certa, a pessoa começa a mostrar uma atitude diferente para com a realidade que ela sente interiormente. Em seus 613 desejos, ela descobre que as partes que costumava ver como externas estão, na verdade, relacionadas a ela. Na medida em que é capaz de mudar a sua atitude para com elas e reconhecê-las não como “estranhas” mas como “familiares”, “parentes”, da mesma forma ela avança em um tipo diferente de percepção da realidade: uma global, que abarca tudo. Acontece que tudo é ela mesma.

Neste caso, quando a pessoa começa a vincular sua própria percepção ao desejo unificado que não está quebrado em partes individuais, ela altera a imagem de sua realidade. Nada é externo: nem pedras, nem plantas, nem animais, nem seres humanos. Todos eles são partes de seus desejos.

A pessoa muda sua atitude. Em outras palavras, ela organiza o desejo unificado e, portanto, também revela o “elemento adicional”, uma força unificada que completa esse desejo, considerada como o Criador. Assim, devido à correção dos desejos, a pessoa merece uma nova realização e se funde com a Fonte.

É isso que se chama “verdeira bondade”. Se a pessoa trabalha em seu desejo de receber e corrige a si mesma, sua atitude e percepção da realidade, ela merece uma grande “adição”:a revelação do Criador e a adesão com Ele.

É por isso que há trabalho na bondade, o que significa a correção dos Kelim (vasos), e há a verdadeira graça, receber a fim de doar, quando a pessoa revela a realidade que inclui Aquele que a gerou: o Criador. Por isso, a partir da correção da criatura nós atingimos o seu propósito.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 17/2/11, Escritos do Rabash