Rússia E Europa: No Caminho Para A Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanA fim de estar em equilíbrio com a natureza, é necessário consumir de forma inteligente, o que significa consumir apenas o que for necessário, dependendo das necessidades de cada pessoa. O Baal HaSulam escreve sobre isso no artigo, “Paz no Mundo” e em outros artigos.

No entanto, esta prática não pode ser imposta através do terror. Isso só pode acontecer através da educação!  No entanto, em sua época, revolucionários russos tomaram um caminho diferente, abandonando o princípio da educação.

Além disso, isto estava ocorrendo em um país subdesenvolvido, com a maioria da população acostumada a viver em condições praticamente feudais até o dia de hoje. Hoje, o povo da Rússia, que é gentil e de bom coração, ainda concorda com as condições feudais que existem atualmente na Rússia. Este não é um país capitalista, mas um país feudal, com os mesmos costumes, estrutura, corrupção, e todas as suas relações sociais. É o feudalismo.

Pode nos causar estranheza: “Mas como isso pode acontecer? Em uma sociedade moderna? Isto já não é coisa do passado? No Ocidente, o feudalismo já não existe há mais de 300 anos”. Correto, no Ocidente ele já não existe há 300 anos, mas na Rússia, ainda existe. Ou seja, cada pessoa ainda concorda com isso. As pessoas ainda não evoluíram acima desse nível.

Apenas uma pequena parcela da população, cerca de 10-20%, não tolera estas condições, enquanto todos os demais concordam em viver com elas. Eles não se importam em ter um patrão, em se submeter a ele, sem lei e ordem, onde tudo pode ser comprado e vendido, e onde os ricos são poderosos e têm regalias. As pessoas concordam com isto! É por isso que ainda é considerado um nível feudal do desenvolvimento social.

Sem dúvida, Marx não acreditava que este tipo de país tentaria implementar a sua idéia. Ele praticamente apresentou a Cabalá sob a forma de leis econômicas. Mas o egoísmo do império pós-União Soviética é completamente diferente. Esse egoísmo é feudal e ainda não está pronto para um desenvolvimento sério.

No entanto, quando trabalhamos com cada pessoa individualmente ou com os nossos grupos na Rússia, vemos um resultado surpreendente, porque as pessoas têm pontos no coração. Elas são muito receptivas e com metas específicas.

A pergunta é: será a sociedade capaz de entender que tem que se unir, mas não através das leis criadas pelo regime soviético? A união tem que acontecer através de leis, onde todos são iguais, conscientes, e se unem conscientemente. O povo da Rússia não se une conscientemente. Será que eles chegarão a isso, serão capazes de fazê-lo? Na verdade, isso é uma pergunta.

Portanto, nossos grupos na Rússia são muito queridos por nós. Eu pessoalmente conheço esta nação muito bem, porque que cresci lá e minha língua nativa é o russo. Mas será que podemos olhar para a Rússia como um país que tem a capacidade de concretizar facilmente os princípios Cabalísticos? Isso é algo que eu não sei.

Por outro lado, na Europa, apesar do fato das pessoas serem muito diferentes da imagem Russa, tudo o que elas têm que fazer é superar certa oposição externa, certa casca ou invólucro. Depois disso, tão logo esta idéia penetre no pensamento delas, elas perceberão que isso é verdade e serão capazes de realizá-lo dentro de si através do seu desenvolvimento.

Na Rússia, é fácil aproximar-se de alguém. Mas na Europa é muito mais difícil! Entretanto, eu acho que se penetrarmos dentro dos indivíduos na Europa, eles encontrarão as forças e habilidades dentro de si para se unir. Seu coletivismo consciente surgirá.

Por outro lado, na Rússia o coletivismo não surgirá, apesar disso. Lá a sociedade não está desenvolvida coletivamente. Acho que ainda não é capaz de fazer isso.

No entanto, apesar de todas estas suposições, nós temos que desenvolver a Cabalá e divulgá-la em toda parte. Naturalmente, há um grande limite nos países que outrora eram socialistas. Mas isso não deve nos deter. Não devemos nos deter nem um momento pensando onde é mais fácil e onde é mais difícil, por que e como. Devemos trabalhar, e isso é tudo. Eu nunca faço nenhuma estimativa. Nós não sabemos o que é melhor e o que é pior, e como tudo irá ocorrer.

A partir da terceira aula na Convenção de Berlim em 28/01/11