Ouvindo A Melodia Do Mundo Espiritual

A imagem inicial que aparece frente ao iniciante que lê O Livro do Zohar é muito desordenada. Ele fica confuso, não entende que tipo de linguagem está sendo  usada exatamente – a linguagem da Cabalá ou falando através de Luzes, Kelim, e Partzufim, ou na linguagem de histórias.

Frequentemente, o mesmo parágrafo no Zohar usa uma mistura de linguagens. Por exemplo: por um lado ele fala sobre Adão e Eva, a serpente etc.. Por outro lado, ele fala sobre Malchut e Zeir Anpin e como eles se unem, alcançando ZAT ou GAR de Bina. Isso é assim porque o mesmo pecado e sua correção que é descrito na Torá pode ser descrito em duas linguagens – aquelas da Tanach, Halachot, Hagadot(histórias) e Cabalá. Porém, a pessoa não conecta tudo isso ainda.

Todavia, na media que ele avança, dentro e seu Kli mais corrigido ou desejo ela irá entender como traduzir coisas de uma linguagem para outra. Ele pode, então, usar a linguagem da Tanach ou Halachot para explicar as coisas escritas na linguagem de Sefirot. A linguagem de histórias é mais profunda, e dessa forma é mais difícil de explicar as coisas nela.

Ele pode ir de uma linguagem a outra, de uma expressão a outra. Isso é por que em essência ele expressa suas sensações internas ou como pensamentos e desejos que costumavam ser opostos agora se unem dentro dela.

Essa é a única coisa que nós expressamos. Eu não preciso da linguagem, das letras, de nada! Eu tenho sentimentos (sensações no desejo) e a mente. Previamente eles eram dirigidos pelo ódio, enquanto que agora eu os transfiro para a união e amor. Nós não temos nada mais que isso. Tudo o que fazemos é revelar a desunião e a quebra, e ao corrigi-las alcançamos a implementação do amor.

Porém, é possível falar sobre isso usando palavras de quatro linguagens, e, além disso, ao invés de explicar com palavras, também é possível só sentir interiormente. Por isso a pessoa que alcança a espiritualidade não se importa com a  linguagem que está escrita. Ela se movimenta entre linguagens uma vez que para ela tudo é a mesma coisa.

É o mesmo de quando um músico experiente olha as notas e ouve a melodia que aquelas notas tocam dentro dele, ou de como um chefe profissional olha para uma receita e já experimenta o sabor do prato.

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Da 3a parte da Lição Diária de Cabala, 16/2/11, O Zohar