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Uma Pergunta Sobre “Cabalá Prática”

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que você acha da “Cabala prática”? Uma conexão com as Sefirot?

Resposta: Lamento ter que desapontá-lo, mas nada disso tem algo a ver com a verdadeira realização. Não há nenhuma corda vermelha, água benta, ou ações cerimoniais na Cabalá.

Qualquer pessoa no mundo com desejo de aprender, independentemente do seu sexo, religião ou nacionalidade, pode alcançar a realização através do estudo adequado, e apenas através dele. É como se ela não tivesse um corpo. Em outras palavras, roupas, hábitos e tradições não importam. Todas estas coisas não têm absolutamente nada a ver com a Cabalá.

A Cabala é uma ciência, e quando nós a estudamos, começamos a perceber o mundo como um mundo mais conectado e global. Isso nos dá uma nova perspectiva e uma nova vida. Nós subimos a partir de um nível onde tudo acaba dentro do meu corpo, para um nível global e externo, onde eu flutuo fora do tempo.

Isso precisa ser sentido. Eu prometo a você que se você começar a estudar e entrar nesta sabedoria, você sentirá que é assim que funciona. Uma pessoa do nosso mundo deve elevar-se ao nível da eternidade.

Tudo que a Cabalá previu tornou-se realidade. Há dois mil anos, os Cabalistas escreveram que o mundo entraria numa nova fase de desenvolvimento quando O Zohar fosse revelado, e que nós teriamos que começar a trabalhar na nossa correção. Eu não acreditava nisso quando comecei a estudar Cabalá, em meados da década de setenta, mas isso realmente aconteceu 20 anos depois, em meados dos anos noventa.

Da minha palestra em Paris 01/02/11

Os ABC’s Da Sabedoria

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por milhares de anos, o método da Cabalá tem sido esboçado por pessoas especiais, os Cabalistas. Hoje, disseminamo-lo por entre as massas. Não estamos assim a perder a profundidade desta sabedoria?

Resposta: Sem dúvida estamos. Mas temos de fazê-lo de qualquer forma. Nós somos aqueles através dos quais ela flui para os outros.

Os seus pais, por exemplo (com o devido respeito), foram pessoas comuns, não foram santos sagrados. Eles trouxeram-no a este mundo e deram-lhe uma educação em seu nível. Nós fazemos o mesmo.

Obviamente, ao disseminar a Cabalá por entre as massas, nós “corrompemo-la”. É o que chamamos baixar os npiveis espirituais que descendem do mundo Infinito. Ainda assim, não temos escolha. Consegue uma criança receber toda uma ciência de uma só vez? Não, nós temos de dar-lhe uma versão simplificada, bem ajustada ao seu nível. Independentemente do que tenha de lhe explicar, mostrar, ou alimentar, tudo tem de encaixar no seu estado actual.

O modelo para isso é o texto O Zohar para Todos. Nós pegamos o comentário do Baal HaSulam sobre O Livro do Zohar e removemos dele todos os materiais suplementares que não estavam relacionados com a ideia principal. Verdade seja dita, eles também são necessários. O Baal HaSulam não fez nada ao acaso. Ainda assim, na fase actual, isso nos impede e, mais do que isso, impede a nossa vasta audiência de se aproximar do Zohar.

Quando abri o primeiro livro na minha vida, vi as palavras escritas em letras grandes, “MÃE, CASA, SOL”. Assim, devemos fornecer às pessoas informação que lhes seja fácil digerir. Mais tarde, à medida que aprendem, elas subirão a níveis mais elevados.

A escada espiritual realmente “corrompe” a Luz superior, que fica fortemente reduzida à medida que desce aos níveis inferiores. É esta a sua natureza, visto que, de outra forma, os inferiores não seriam capazes de absorver uma gota que fosse de Luz.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/2/2011, Escrituras do Rabash

Experimentando Diferentes Vestimentas De Doação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Na ciência normal eu estudo sua terminologia e fórmulas, e aos poucos começo a entender as leis pelas quais a realidade funciona. Mas por que é que eu não entendo nada quando estudo a ciência Cabalística?

Resposta: Em primeiro lugar, você pode estudar e, de alguma forma, discutir o que está escrito, imaginar as leis da Cabalá, apesar dela não falar sobre o nosso mundo e você realmente não percebê-las. Mas você não precisa de nada mais do que isso. Se você aspira a essa forma de doação, isto é suficiente para que você comece a se transformar.

A ciência da Cabalá é utilizada de forma completamente diferente do que as ciências do nosso mundo. Quando você estuda um triângulo na geometria, você não se torna um triângulo! Mas na Cabalá, quando você estuda o Partzuf ZON, você se transformar no Partzuf ZON. Você aspira a ela, e com isso você atrai a Luz que o transforma. Esta é toda a diferença! Você assume a mesma forma que você leu.

Você se desenvolve e avança ao longo da linha que conecta você com a sua raiz da alma no mundo do Infinito, e todas as suas futuras formas e estados já estão corrigidos. Você atrai a Luz sobre si a partir desses estados futuros, e a Luz influencia você, fazendo-o avançar.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/02/11, Escritos do Rabash

Toda A Verdade Sobre A Luz Circundante

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é a Luz Circundante que estamos tentando atrair?

Resposta: A Luz é a Força Superior, a Única, Simples e Singular força existente no universo. Além desta Força existe apenas o desejo, que se revela para nós como o desejo de receber. Contudo, ao usar a força da Luz conseguimos tranformá-la para doar.

Não há nada além da Luz (o Criador) e o desejo. Nós apenas A chamamos por diferentes nomes (tais como Luz Circundante, Luz Interior, ou a Luz que Corrige) de forma a fornecer-lhe definições mais precisas.

A Luz Circundante influencia-me se eu aspiro à minha próxima forma. Muito embora eu não saiba exactamente que forma é essa, eu estudo-a através de um livro que descreve todos os tipos de Partzufim, mundos, e Sefirot. É assim que eu expresso o meu desejo de ascender lá e alcançar, e é assim que eu atraio este estado que quero alcançar para mim mesmo. Ela começa a influenciar-me na medida em que eu aspiro a ela.

Abro-me e torno-me mais sensível a esta influência, ao próximo estado que devo atingir. Eu simplesmente acelero o meu desenvolvimento, adicionando um pouco do meu próprio desejo à força natural que me desenvolve.

Recebo este desejo adicional do ambiente. É assim que percebo a minha liberdade de escolha e recebo do ambiente a sensação de que é importante avançar para o próximo estado. Afinal de contas, estar no estado seguinte significa estar mais conectado aos outros, anulando-me mais, e doando mais.

Eu recebo esta inspiração do grupo e depois trago-a comigo quando venho estudar e aspirar em atingir a forma futura, que é mais doação. Então sou influenciado pela Luz a desde lá, porque ela tem a mesma natureza de doar que eu quero adquirir. Nós temos o mesmo desejo, a mesma tendência, e portanto estamos próximos de acordo com a lei de equivalência de forma.

Sozinho eu não tenho qualquer desejo de doar ou de progredir espiritualmente. Eu não tenho nenhum desejo. Mas então volto-me para o grupo e dele tomo “10 quilos” de desejo para avançar à doação e à união entre nós, e com esse desejo venho estudar. Quero atingir o estado seguinte com a mesma força de 10 quilos. A minha equivalência em relação à Luz é medida por esta força de 10 qulios, e conforme isso ela influencia o meu desejo, tornando-o semelhante à Luz.

Esta é a mesma Luz que preenche o meu estado seguinte, porque ele já existe. Quando aspiro a esse estado futuro, a Luz começa a brilhar sobre mim. Por agora é chamada de“Circundante” porque deve primeiro corrigir-me e só então vestir-se em mim. Ela trabalha em duas fases, executando duas acções.

O mesmo fenómeno existe na física: se eu me aproximar de um magneto, eu entro no campo da sua atracção e influência. Mesmo você e eu influenciamo-nos um ao outro. Há um certo campo envolvendo cada pessoa. De facto, não existe um corpo físico que não seja circundado por um campo – nem mesmo uma pedra.

Tudo opera pelo mesmo princípio. O estado mais próximo ao qual você aspira (o seu próximo estado) é que o influencia. Contudo, existem vários campos à sua volta com os quais você nem sequer se relaciona. Você ainda não aspira a eles ou conhece algo sobre eles. Mais tarde, quando você revelar o mundo espiritual, você verá quantas coisas diferentes acontecem nele e quantas dimensões diferentes existem nele.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/2/11, Escritos do Rabash

Levar O Filho Ao Ponto Do Livre-Arbítrio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se eu crio os filhos de acordo com o método da Cabalá, pode ser que eu esteja tirando seu livre-arbítrio?

Resposta: O que significa criar os filhos de acordo com o método da Cabalá? Significa que você se esforça para introduzi-los no ambiente, para prepará-los para os textos Cabalísticos, para levá-los ao ponto da livre escolha, para que eles percebam que o homem é criado pela Luz que Corrige. É precisamente o que eles têm de evocar.

Inicialmente, o “homem” (Adão) é a raiz da alma, e ele deve atrair tudo para si com a Luz que o desenvolve. Este é o nosso livre-arbítrio. Ou somos levados pela Natureza, ou evocamos uma força especial que está acima dela. Isso não é fácil. Isso requer que a pessoa se supere, vença, lute contra o impacto do ambiente comum e trabalhe a fim de atrair a influência da Luz. Se eu levar meus filhos a isso, será que eu tiro seu livre-arbítrio? Não, eu não tiro.

Primeiro de tudo, eles podem ignorar não só a tradicinal “comida para bébé”, mas também o que você está ensinando a eles. Não há diferença entre eles.

A pessoa recebe o livre-arbítrio apenas quando um ponto de o novo desejo surge nela, que anseia por um desenvolvimento pessoal que lhe permitirá tomar decisões independentes, em vez de ir atrás de você e sua “educação”. Então, por ensinar-lhe ao que você mesmo se adere, você ainda não vai além da tradição, embora essa tradição esteja mais próxima do ponto que tem que se revelar.

Nós vemos que é assim que acontece no mundo de hoje. Mas antes, a humanidade teve que desenvolver-se por meio da religião. Está escrito sobre Abraão que ele enviou ao mundo os filhos de suas concubinas e os mandou obedecer várias religiões

O judaísmo também foi fundado depois que a sabedoria da Cabalá desapareceu da vista das pessoas durante a queda do Templo, quando caimos do grau de doação e amor ao grau do ódio e egoísmo. Desde então, o povo Judeu atua apenas no nível externo, corporal. Em vez de trabalhar internamente em transformar a alma, purificando o desejo com a Luz que Coorige, estamos realizando ações físicas mecanicamente, sem corrigir o coração.

Isso é o que a religião é, ao contrário da sabedoria da Cabalá; é exterioridade, em vez de interioridade. Por esta razão, a Cabalá é considerada a essência interior da Torá.

No entanto, o exílio está chegando ao fim, uma vez que lhe foi atribuído um determinado exato. As mudanças já começaram, e o ponto do livre-arbítrio está em incubação nos corações humanos. Eles querem sair da educação forçada e testar-se: “Quem eu gostaria de ser? Como eu posso ser meu próprio guia?”.

Então, a pessoa faz uma escolha: ela precisa de um novo tipo de educação. Não é o tipo que a sociedade está fornecendo a ela: ela quer recebê-la diretamente do Criador. Deixe o Criador dê a ele, para que ela possa ser chamada de “homem” (Adão), que é semelhante (Domeh) ao Supremo.

Normalmente, a nossa educação baseia-se nos exemplos que recebemos daqueles que nos cercam e em ser semelhante a eles. Agora, eu quero receber o exemplo do Criador, para que eu possa ser como Ele.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/02/11, Escritos do Rabash

A Força Que Dá Vida Ao Mundo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se o mundo é integral e global, e é regido pelo Criador, apesar do plano de criação que o permeia, então porque não podemos estar em correspondência direta e em harmonia e com ele?

Resposta: Nós existimos “em ocultação”, isto é,  não sentimos as conexões reais entre nós. A imagem fictícia que actualmente sentimos, com as conexões distorcidas entre as pessoas, é chamada de “este mundo”. Assim que descobrimos a imagem real da conexão entre nós, sentimos como se existíssemos em um novo mundo. Ele será um mundo global e espiritual, que não depende de nossos corpos físicos, onde o nascimento e a morte não existe, pois não estamos amarrados ao corpo.

Em vez de sentir uma pequena parte no sistema enorme, cada um de nós vai sentir este enorme sistema na sua totalidade. Por esta razão, todos vão sentir-se eternos.

Vamos sentir a força que nos conecta com o outro. Ela é chamada de “o Criador”, “Boreh” em hebraico, que vem das palavras “Venha e Veja” (BoReh). Ou seja, a pessoa simplesmente tem de vir e ver!

Acima do nível animal, no qual a pessoa existe em seu corpo físico e animal, ela tem um nível superior e adicional de consciência, pensamento, desejo, compreensão e conhecimento. Este é o grau que temos de alcançar.

Além deste sistema, nós revelamos a força da vida geral que o conduz. É semelhante à forma como a pessoa, além do corpo biológico, tem uma personalidade humana. É exatamente isso que nós revelamos no sistema geral: uma força adicional que o anima, que chamamos de “o Criador”. Quando nós revelamos o Criador, tornamo-nos semelhantes a Ele.

Da minha palestra em Paris 01/02/11