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A Linguagem Do Ponto No Coração

Dr. Michael LaitmanA única coisa que podemos fazer é atrair a Luz Circundante sobre nós. Isto obriga-nos a estudar juntos e a construir a partir de nós (não dos nossos corpo físicos, mas de nossos desejos) a realidade espiritual. É por isso que nos unimos ao redor do mundo em um só desejo e começamos a lutar por algo maior.

É impossível fazer isso sem uma linguagem comum. Nós podemos nos comunicar através de um intérprete, mas temos que de alguma forma imaginar o nosso desejo coletivo. Cada nível tem uma estrutura muito complexa (10 Sefirot , 3 linhas) que deve ser descoberta, a fim de se compreender que ele faz parte do Infinito.

Portanto, nada é acidental na linguagem dos Cabalistas: tudo é definido com precisão absoluta, da primeira até a última letra, e já existe no estado final no mundo do Infinito. Não pode haver nada acidental, especialmente quando se trata da ascensão da humanidade de baixo para cima.

Nós empregamos um único sistema existente, e não há outra maneira de usá-lo. A linguagem do nosso mundo define a conexão entre todas as suas partes, enquanto que a linguagem dos ramos também estabelece a conexão entre os dois ramos, o material e o corpóreo. Nenhuma outra língua, exceto a hebraica, é dotada dessa capacidade.

Ela não é apenas uma língua falada; é como uma linguagem de programação que define a conexão entre os elementos. Ela mostra como fazer a transição de certas propriedades para outras, de um estado para outro, usando um tipo diferente de desejo (Aviut), os genes informacionais (Reshimot), os Kelim (vasos), e os laços entre as almas, tudo junto. O estado inicial, o final, e todos os intermediários para a transição de um para o outro estão lá, e tudo isso é chamado de linguagem.

O ponto no coração que desperta na pessoa é, em essência, o desejo de conectar o ramo à raiz. Eu quero descobrir o que este mundo me aconselha e diz!

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/02/11, “A Essência da Sabedoria da Cabalá”

O Que Eu Semeei

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se quisermos nos corrigir, a fim de beneficiar a humanidade, isso significa que desejamos a doação?

Resposta: Sim e não. Suponha que algum tipo de problema veio até mim e eu tenho que corrigi-lo. Eu tenho que chamar um médico ou técnico, ou fazer outra coisa. Por quem eu faço isso: por aqueles que sofreram ou por eu mesmo?

Tudo depende do círculo com o qual determinamos nossos limites. Uma pessoa humilde é restrita por si mesma. Aquela que é mais desenvolvida leva em consideração a sua família. Aquela que é ainda mais desenvolvida amplia esse círculo aos vizinhos, a cidade, a nação, o mundo e, finalmente, toda a realidade.

Se eu entendo que a correção do mundo deve acontecer através de Israel, o qual existe unicamente para isso, tudo que eu faço exteriormesnte é igual aquilo que faço para mim. Além disso, se eu existo a fim de corrigir o mundo e esta é a minha única missão, eu preciso primeiro corrigir os desejos (Kelim) do mundo inteiro; então, eu receberei a resposta por meio deles.

Portanto, “o que eu semeio” significa que eu me dirijo ao mundo, dou a ele, torno-me permeado por seus desejos, e trago-os à correção. Então, eu posso esperar receber uma resposta do Criador por esses desejos. Quando isso acontece, eu recebo a primeira resposta, porque o mundo só é capaz de recebê-la através de mim.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/02/11 , Escritos do Rabash

Não Há Nenhum Esquecimento Na Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Introdução, “O Segundo Mandamento”, Item 203: … Então, o temor se agarra de ambos os lados, do lado do bem e do amor e do lado do Din (rigor) duro, e ele está incluído neles. Se o temor está incluído no lado do bem e do amor, ele é amor completo, como deveria ser. … uma vez que existe amor somente em dois lados – GAR e ZAT de Bina – e o amor está incompleto em qualquer dos dois lados, a menos que haja temor em cada um deles, já que não pode haver Hochma sem Bina, que é o amor sem temor.

Isso explica a conclusão de todo o nosso trabalho: como alcançar o amor nos Kelim ou desejos de doação, e também nos Kelim de recepção. Em essência, isso já é a correção completa da criação em Malchut, a qual se une à Bina de tal forma que atinge Keter, onde a sua doação é perfeita em todos os seus Kelim.

Pergunta: O que é o temor?

Resposta: O temor é o primeiro mandamento, ou seja, a primeira correção que temos que passar. É a preocupação e o temor da pessoa: será que ela é capaz de alcançar a doação para com o Criador? Este é o temor: “Será que eu atingirei isso? Eu sou capaz disso? Será que algum dia eu desejarei isso?”. Então, a pessoa tem um trabalho.

Como regra geral, o nosso trabalho visa manter o que alcançamos. O Baal HaSulam escreve sobre isso na Carta nº 2 de 1920:

A sabedoria só vem com a experiência. Eu lhe aconselho a despertar o temor interno, pois o amor entre vocês pode esfriar, mesmo que a mente rejeite esta visão das coisas. De qualquer, você deveria atravessar essa dificuldade. Se alguém tiver a oportunidade de acrescentar mais amor, mas não o faz, isso será considerado uma falha.

É semelhante à forma como a pessoa dá ao seu amigo um grande presente. O amor por seu amigo, que se revela no momento da ação no coração do receptor do presente, não é semelhante ao amor que permanece em seu coração quando a ação for concluída. Dia após dia ele esfria, até que ele possa atingir o esquecimento total do presente do amor. Isto é porque a pessoa que recebeu o presente tem que inventar truques de forma a olhar para ele com novos olhos a cada dia.

A Espiritualidade é construída sobre o fato de que nós não esquecemos a inspiração que alcançamos, e nós constantemente mantemos a mesma inspiração enquanto a expandimos cada vez mais.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 13/02/11, O Zohar

A Revelação Vem Apenas Da Luz

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Introdução, “O Terceiro Mandamento”, item 204: As seis palavras de “Ouça, ó Israel” são os seis lados de ZON, e os seis lados de ZON devem ser unificados para que eles se unam como um com os seis lados superiores, que são AVI e YESHSUT. E com eles, o desejo deve ser dirigido para cima, ou seja, para que o desejo e NRN sejam incluídos neles em MAN.

Tudo depende da intenção durante o estudo, quando esperamos que a Luz que Corrige venha até nós a partir do estudo do Zohar e realize essas correções em nós.

Nós não sabemos como realizá-las e não vamos aprender com o texto. Mas sob a influência da Luz, vamos sentir o que nós temos que fazer, e então vamos fazê-lo. Não vamos encontrar nada fora do estudo, mas apenas a partir da Luz que nos influencia, através do estudo correto. Isso tem que estar claro.

Portanto, a intenção tem que estar dirigida mais à Luz do que ao conhecimento, porque não vai me ajudar nem um pouco saber que resultado virá da fusão do Partzufim Aba ve Ima, de uma forma ou de outra. Isso não vai me dar nada e, além disso, não há nenhuma verdade nessas palavras. Quando a revelação surge, nós revelamos coisas sobre as quais não poderíamos saber com antecedência. Tudo acontece em virtude da Luz.

Portanto, a pessoa deve esperar constantemente ações que a Luz irá realizar dentro dela, de modo que novas sensações, pensamentos e definições internas serão revelados nela desde o interior. Este será o resultado da influência da Luz que Corrige. Então, a pessoa vai conseguir.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 13/02/11, O Zohar

Focando Na Qualidade

Dr. Michael LaitmanÉ tudo em relação aos esforços: a pessoa deve acreditar no princípio de “Eu trabalhei e encontrei”. É por isso que o Baal HaSulam escreve no item 17 da “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot” que “os estudantes se comprometem, antes do estudo, a se fortalecerem na fé”, como é dito na “Ética dos Pais”: “Fiel é o seu empregador que deve pagar-lhe a recompensa do seu trabalho”. E essa recompensa será passar da intenção egoísta, Lo Lishma (não em Seu nome), para a altruísta, Lishma (em Seu nome).

Antes e durante os estudos, a pessoa deve esperar com ansiedade essa mudança em si mesma. Este é o lugar onde ocorrem todos os esforços. Na mesma “Introdução”, o Baal HaSulam explica que a pessoa não deve mostrar negligência, nem na quantidade nem na qualidade dos esforços.

Quando nós começamos a estudar, provavelmente desejamos mudar através do estudo e da Luz presente nele, mas então esquecemos disso e nos distraímos, o que significa que não nos esforçamos suficientemente. A quantidade pode ser suficiente, mas o mais importante é a qualidade: até que ponto eu consigo suportar a dor sem abandonar a meta, como uma pessoa doente que só pensa constantemente na cura. Tudo que ela faz, tem a intenção de ajudá-la a melhorar.

A pessoa não se pode atingir tal estado sozinho. Isso só pode ser feito com a ajuda do ambiente. Ele vai forçar a pessoa, por causa da importância da meta, e só assim ele será capaz de avançar.

Resumindo todos os meios que temos, vemos que tanto o grupo, com suas tradições, e eu mesmo, assim como o Criador, o professor, as aulas, e a disseminação, tudo isso é necessário para criar na pessoa uma forte necessidade de mudanças, induzidas por meio do estudo. Devemos chegar exatamanente nesse ponto; ele deve ser o resultado de todos os nossos esforços.

Então, durante a aula, uma verdadeira necessidade pela Luz vai surgir em nós, e nada mais. Não será nem a necessidade por conhecimento, nem por sabedoria, nem por se distinguir em algo: só a necessidade por mudanças internas. E a força dessa necessidade vai ser tão grande que ela realmente vai causar a transformação. Isso permitirá a pessoa começar a relacionar a Torá como um “tempero” e posteriormente, como a Torá da vida, em vez de “veneno mortal”, que ela estava usando antes.

Nós descobrimos a nossa inclinação ao mal com a ajuda da Luz. Essa Luz é chamada de “anjo da morte”. Por um lado, a Luz mostra à pessoa que ela está espiritualmente morta e, por outro, ela ajuda a matar o seu desejo egoísta. É assim que avançamos.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 07/02/11, Escritos do Rabash

O Ensinamento Do Exílio

Dr. Michael LaitmanUma pessoa existe neste mundo e desenvolve dentro de si o desejo de receber prazer. Para direcionar esse desejo para um desenvolvimento que corresponda ao seu nível, a pessoa recebe educação.

Por milhares de anos o povo de Israel se desenvolveu no exílio. Conforme o crescente desejo egoísta, ensinaram-lhes a Torá como o “ensinamento do exílio”. Eles foram ensinados a viver em seu próprio interesse e mesmo contra o interesse de outros.

Eu quero ser melhor e mais esperto que os outros; eu preciso ter mais respeito dos outros; eu me comparo em relação aos outros. Esta é a educação correta na fase em que cresce o nosso desejo egoísta e ela só compreende a linguagem da recepção, a conquista de tudo ditada pelo seu desenvolvimento interior, o despertar das Reshimot (genes informacionais). Esta é a educação do povo durante o período do exílio.

Então, o ponto no coração desperta na pessoa e ela muda para uma educação diferente: através do grupo ou do seu próximo.

A diferença é crucial. No passado, a pessoa estava à procura de um lucro maior no desejo de receber. A Torá do período de exílio foi planejada para acelerar o desenvolvimento do egoísmo, para dar-lhe um impulso. A Torá foi usada como religião, isto é, como o “veneno mortal”, a fim de se compreender e perceber o mais rápido possível o princípio do “Eu criei a inclinação ao mal”.

No final, depois de termos compreendido e esgotado nosso desejo egoísta, nós começamos  a nos questionar sobre o propósito da vida. Com esta pergunta fundamental, com o ponto no coração, nós chegamos ao grupo.

Da 1ª Parte da Lição Diária de Cabalá 7/2/11, Escritos do Rabash

A Cabalá Como Uma Ciência Aplicada

Dr. Michael LaitmanComo qualquer outra ciência, a Cabalá se baseia unicamente em experimentos. Olhe para um pequeno ser humano, como ele cresce: era assim que evoluíamos no passado.

Ao longo dos milênios, nós continuamente resumimos todas as nossas observações e, gradualmente, as transformamos em ciência. No entanto, todas elas se baseiam unicamente em experimentos, e nada mais. Estes experimentos constituem o alicerce de todas as ciências.

Se algo não é testado experimentalmente, não é uma ciência. Ele pode ser um produto da sua imaginação, e outra pessoa pode vir com algo parecido. Apenas dados estritamente recorrentes, resultados de experimentos, podem ser transformados em ciência.

Suponha que hoje eu estou no meu laboratório e estudo certa propriedade ou fenômeno. Consequentemente, eu escrevo um artigo para uma revista científica sobre o comportamento do fenômeno em questão. Posteriormente, os resultados apresentados no artigo são testados em outros laboratórios e lugares, e os cientistas escrevem seus comentários. A ciência é feita de todos estes elementos.

Isto é como foi ao longo de milênios. Mas hoje, nós não desenvolvemos a ciência da Cabalá, mas sim a aplicamos.

Desde hoje, a sabedoria da Cabalá já está explicada e demonstrada no papel. Não temos nada a acrescentar, exceto pelos materiais que escrevemos para ajudar a nos e a pessoas como nós. Ou seja, suponha que há certas propriedades físicas superiores, e isso é escrito para estudantes, crianças em idade escolar, leigos, ou para várias aplicações práticas. O mesmo se aplica à Cabalá.

Hoje nós lemos o Livro do Zohar, as obras do ARI, que estão expostas e comentadas para nós nos livros do Baal HaSulam. Essencialmente, nós não temos nada a acrescentar. Há também artigos e cartas, isto é, outros materiais que recebemos do Baal HaSulam. De forma prática, é isso.

Além disso, nós só podemos escrever sobre o que observamos e vemos em nós mesmos, de modo a ajudar outras pessoas que avançam conosco ou nos seguirão. Ou seja, nós não desenvolvemos a ciência, mas a adaptamos para aqueles que chegarem até ela.

Da Lição 3 Convenção de Berlim 28/1/11

Por Que Existem Tantas Ciências No Mundo

Dr. Michael LaitmanNa sua investigação, a ciência se baseia em nossos sentidos corporais. No entanto, se nós mudarmos nossas propriedades internas e sairmos dos nossos cinco sentidos comuns, seremos capazes de ver um mundo diferente, de investigá-lo, e descobrir  uma nova ciência.

Portanto, a sabedoria da Cabalá é um complemento para todas as ciências do mundo, porque inclui precisamente o que nós iremos ver se mudarmos nossas propriedades.

A Cabalá traz toda a criação a uma forma única. Como ciência, ela se baseia em um princípio simples: o desejo (a matéria) e a Luz (a forma revestida na matéria).

Se você estudá-los irá entender toda a natureza e as manifestações, tanto no particular como no geral, tanto em nosso mundo como em todos os níveis dos mundos superiores. Um princípio único atua em todos os lugares. A Cabalá é uma ciência universal. Se você a segue, você sempre pode determinar onde você existe e que manifestações e   efeitos você observa.

Com sua ajuda, você pode pesquisar os macro e o microcosmo, onde você tem apenas um princípio: as dez Sefirot. Você pode mergular nelas ao nível dos detalhes mais sutis, ou você pode estudá-las de forma geral. As mesmas leis agirão em toda parte!

Em nosso mundo todas as ciências diferem drasticamente entre si: biologia, botânica, astronomia, etc. É difícil traçarmos um paralelo entre elas. No entanto, se tomarmos uma base simples, o vaso e a Luz, apenas uma lei permanece. A diferença está apenas na espessura do desejo (o nível de Aviut).

Os mesmos eventos sempre acontecem nele, mas eles diferem de acordo com a espessura/grossura da matéria, e como resultado, eles demonstram o mesmo fenômeno em ciências paralelas, como a física, química, biologia, zoologia, etc.

As ciências relacionam a matéria em diferentes níveis (2, 3, 4), biologia, zoologia, geografia, etc. As  mesmas formas aparecem na natureza inanimada, nos animais e nas plantas. O processo é o mesmo em qualquer lugar e a Luz está impressa na matéria da mesma maneira. No entanto, nós percebemos a mesma forma de maneira diferente, porque a matéria é diferente.

Portanto, a Cabalá é a ciência mais universal. Nós devemos destruir os estereótipos da ignorância, que afirmam que a Cabalá não é uma ciência, mas sim misticismo e meditação cheios de  segredos.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá, “A Sabedoria de Israel em Comparação com a Ciência”