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A Luz Procura Um Coração Unido

Dr. Michael LaitmanA Cabalá, o método de alcançar o mundo superior, inclui duas partes:

1. A primeira parte fala sobre como unir-se mutuamente, ou a forma de tentar se conectar e unir;
2. A segunda parte fala sobre como atrair a influência ou o efeito da Luz superior sobre nós.

Antes de começar a estudar, nós devemos ser transpassados pela aspiração de unir nossos desejos. Assim, cada pessoa terá um desejo muito maior que o seu. Ela começará a ser permeada por pensamentos, qualidades e desejos das outras pessoas, que também desejam o mesmo resultado e o mesmo objetivo que ela. Esta deve ser a nossa principal intenção antes do estudo.

A pessoa que não se preparou para o estudo desta forma perde praticamente tudo, porque a influência da Luz superior não vem sobre o desejo de cada pessoa individualmente, mas sobre a aspiração que cada um de nós tem para com os outros, ou seja, sobre nossas aspirações mútuas de unir-nos mutuamente, com todos juntos, em um desejo comum.

Se eu imagino este desejo comum e quero ser incluído nele “como um só homem”, como antes da quebra de Adão em almas separadas, então a minha aspiração recebe a influência da Luz superior. Desta forma, eu realmente ganho a realização espiritual como resultado desses esforços.

No entanto, se eu chegar lá e ouvir sem esses esforços, sem fazer tentativas de ser incluído no desejo comum, a Luz superior não tem nada que possa influenciar dentro de mim. Eu não forneço uma base onde ela possa influenciar e, portanto, todas as minhas ações só provocarão o conhecimento puramente formal, ou seja, eu ouvirei e memorizarei o que está escrito no livro, e nada mais.

Portanto, deve ficar bem claro para nós que a Luz superior vem apenas conforme nossos esforços mútuos. Eles têm que ser mútuos! Portanto, a condição para atrair a Luz sobre nós é a mesma condição que foi exigida durante a recepção da Torá: “Ser como um homem com um coração”. Somente neste caso é que a Luz vem.

Por isso, vamos tentar pensar dessa maneira.

Da 3ª Lição da Convenção em Berlim em 28/01/11

Atração Por Equivalência De Forma Ao Quadrado

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você pode me explicar qual a maneira correta de trabalhar com a Luz?

Resposta: A forma correta de trabalhar com a Luz é muito simples. A diferença entre a Cabalá e a religião (e todos os outros métodos) é que a religião pede ao Criador para ele mudar e tornar-se melhor, enquanto a Cabala diz: “O Criador é absoluto e só você pode mudar”.

O Criador é a Luz, ou seja, a única força no universo dentro da qual nós existimos. Esta força é imutável e absoluta. Portanto, a única maneira de trabalhar com o Criador é muito simples: quanto mais semelhante você é em relação a essa força, mais ela o influencia, e quanto menos semelhante a ela, menos ela o influencia.

Isto funciona através de uma fórmula muito simples. Se você estudou física na escola, você tem que saber: a influência de qualquer fonte sobre um objeto que é colocado no campo de sua influência é diretamente proporcional à distância entre eles ao quadrado. Quando eu chego duas vezes mais perto do objeto que me influencia, seu impacto sobre mim é quatro vezes maior. É assim que funcionam as coisas no mundo físico e é a mesma coisa no mundo espiritual.

Portanto, se você chegar pelo menos um pouco mais perto, você verá que a influência da Luz sobre você é ao quadrado. É assim que nós trabalhamos com a Luz superior.

Da 3ª Lição da Convenção em Berlim em 28/01/11

Ir Directamente À Mesa De Operações

Dr. Michael LaitmanRabash, Shlavey HaSulam (Degraus da Escada), Artigo “Qual é a Proibição de Cumprimentar Antes da Pessoa Cumprimentar o Criador na Obra”: A pessoa deve servir o Criador e procurar sempre formas de Lhe trazer felicidade de forma que o Criador fique satisfeito com os seus feitos.

Está escrito: “O Criador irá desfrutar com os Seus feitos”. Isto porque os feitos do Criador são os seres criados que irão trazer-Lhe prazer.

Devemos trabalhar acima do desejo por prazer. Tudo o que ocorre nele pertence aos níveis inanimado, vegetal e animal deste mundo, à psicologia materialista. Aqui, determinamos o que apreendemos como doce e amargo, e mesmo que queiramos subir mais alto, não temos a força para tal. Não estamos sequer cientes que algo superior existe.

A pessoa torna-se ciente da sua luta interior com o seu egoísmo apenas depois de um trabalho prolongado. Ela desenvolve um dilema: o Criador ou um cálculo egoísta, e ela está dividida entre ambos. Então, do “quadro vacilante” que se manifestou no seu desejo de receber prazer a pessoa sobe a um “quadro vacilante” superior, o estado de escolha referido como “Klipat Noga (a Casca Noga)”.

É agora quando as calculações constantes de escuridão e Luz, que tomam lugar no seu desejo egoísta, acabam. Agora, “Luz” é quando independentemente do seu desejo, a pessoa sente que o Criador a muda, “opera-a”, liberta a sua atitude da sua própria natureza, e ajuda-a a subir acima do seu egoísmo.

O Criador tira o homem dos cálculos para o benefício pessoal, e Ele desfruta dos Seus feitos. Nós somos os feitos do Criador, o Seu trabalho. O Criador desfruta a mudar-nos.

É por isso que o homem deve estar preparado para se “sacrificar” a si mesmo, por outras palavras, aproximar-se, “entrar na sala de operações”, confiar-se ao trabalho que o Criador faz nele. Desta forma, o homem chega à verdade.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 23/1/2011, Escritos do Rabash

Não Procure O Exagero

Dr. Michael LaitmanPergunta: Que papel desempenha o ascetismo no desenvolvimento humano?

Resposta: A Cabalá tem uma opinião muito negativa acerca de várias restrições. Não se exige nada de uma pessoa em relação à sua vida terrena. Em princípio, você pode fazer o que quiser.

É algo diferente quando você se vicia em todo o tipo de fetiches nesta vida terrena, introduzindo algum tipo de costumes, hábitos, e exercício nela. Viva de modo normal. Se você gosta de praticar Ioga, então faça-o. Se gosta de correr de manhã, então corra. Se há algum tipo de dieta que é mais saudável para si e outra menos saudável, então coma em conformidade. Nada disto importa. A coisa mais importante é não tornar qualquer coisa num culto.

A Cabalá trata cada pessoa de forma totalmente normal. Ela não se importa com a forma como a pessoa vive, que hábitos tem, e quais são seus costumes, convicções religiosas, e inclinações. Quem ela é na vida terrena não interessa nem um pouco.

Voltemos novamente à essência: o egoísmo cresce em nós de forma a que o compensemos acima de nós mesmos. É por isso que não importa nem um pouco aquilo a eu me pareça. Limitando-nos em termos de comida ou aplicando qualquer tipo de método – nada disto ajudará. Nada ajudará.

Pelo contrário, a pessoa que faz algum tipo de exercício físico ou mantém algum tipo de limites estritos pensa que já avançou, que atingiu algum tipo de nível, que é correcta, e por aí fora.

Isto só confunde as pessoas. Portanto, viva normalmente, calmamente, coma bem, e pense acerca da sua saúde e profissão. Faça parte de todas as coisas que a sociedade que o rodeia faz.

E juntamente com isto, estude Cabalá. Este estado equilibrado e normal é o preferível. O destino colocou-o neste ambiente; por isso siga o seu fluxo. Então, você verá que na realidade, tudo à nossa volta está no seu estado ideal, além de si.

O negativo é compensado com o positivo corrigido.

Da 2ª Lição do Congresso de Berlim em 28/1/11

Cabalistas Sobre A Torá E Os Mandamentos, Parte 31

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

O que é a Oração?

Quando ocultação (da espiritualidade, o pensamento sobre a doação e o amor dos outros) subjuga a pessoa e esta chega a um estado onde o trabalho (conquista da propriedade de doação e amor ao próximo) torna-se insípido, e ela não consegue imaginar e sentir qualquer amor (pelo Criador, a única propriedade de amor) ou temor (que não será capaz de responder a Ele com o mesmo amor que recebe Dele), não consegue fazer nada em santidade (alcançá-la por sua própria força), então o seu único conselho (é assim que isso é revelado a ela) é chorar ao Criador para que tenha piedade dela (uma vez que ela já não pode mais por si mesma) e retire a venda (o escudo de seu egoísmo) de seus olhos e coração.

A questão de chorar é muito importante. É como nossos sábios escrevem: “Todos os portões estavam trancados, exceto o portão das lágrimas”. O mundo pergunta sobre isso: Se o portão de lágrimas não está trancado, qual é a necessidade dos demais portões? (Por que a pessoa não pode entrar no mundo superior diretamente pelo portão das lágrimas?). Ele disse que é como uma pessoa que pede ao seu amigo algum objeto necessário. Este objeto toca seu coração, e ela pede e implora a ele através de todas as formas de oração e súplica. No entanto, seu amigo não presta atenção. E quando a pessoa vê que não há mais razão para orações e súplicas (não vê outra solução),  ela eleva sua voz em choro (como resultado da desesperança e do desespero; desespero porque ela quer desesperadamente alcançar o que é desejado, e desesperança porque se convenceu que isso está além do seu poder).

Diz-se sobre isso: “Todas os portões estavam trancados, exceto o portão das lágrimas”. Portanto, quando que o portão das  lágrimas não foi trancado? Precisamente quando todos os portões (que a pessoa experimentou na tentativa de entrar no mundo superior) foram bloqueados (ela tornou-se pessoalmente convencida da sua inutilidade). É quando (ela pessoalmente vê) há espaço para o portão de lágrimas, e ela percebe que ele não estava trancado (para ela, e só então ela é capaz de usá-lo, isto é, suplicar realmente pela redenção do egoísmo e aquisição da propriedade de doação).

No entanto, quando o portão da oração é aberto, o portão das  lágrimas e do choro é irrelevante. Este é o sentido do portão das  lágrimas que está sendo trancado. Portanto, quando o portão das  lágrimas não está trancado? Exatamente quando todos os portões  estão trancados, o portão das lágrimas esta aberto. Isso é  porque a pessoa ainda tem o consolo da oração e da suplica.

Este é o significado de “A minha alma chorará em segredo”, ou seja, quando a pessoa chega a um estado de ocultação, e depois, “Minha alma chorará”, porque ela não tem outra opção.
Baal HaSulam, Shamati (Eu Escutei), Artigo No. 18, “O Que Significa Minha Alma Chorará em Segredo”

A União De Vinte Bilhões De Pessoas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós vemos que o homem é um predador. Todo o significado de sua existência é para devorar o seu vizinho e chegar ao seu próprio objectivo. Se alcançarmos a garantia mútua e a população da Terra aumentar para 20 ou 25 bilhões, como é que tudo isso realmente vai acontecer?

Resposta: Qual é o problema de ter vinte bilhões de pessoas? Imagine que todos eles são seus parentes e você se sente como um todo com eles. Não te incomoda nada que eles estejam juntos com você. Pelo contrário, você muda sua atitude para com eles: Você se sente bem quando todos estão o mais perto possível de você.

Pergunta cont.: Mas o que acontecerá se não houver limites?

Resposta: Cada pessoa faz um limite em si mesmo. Imagine uma mãe que tem vinte milhões de crianças. Será que este número a preocupa, se ela tem tudo o que precisa? Ela existe no mundo do Infinito, ou seja, no mundo da Luz absoluta, da satisfação, da realização e da abundância.

Naturalmente, é difícil imaginar como uma pessoa muda. Mas se você está ao lado de seu amado e realmente o ama, sem qualquer cálculo, então você quer ficar com ele o tempo todo. Você sempre quer estar ao lado dele e tão perto quanto possível.

Então, qual seria o problema de ter vinte bilhões de amados? Você não vai sentir que há vinte bilhões de pessoas. Você vai sentir que elas estão todas juntas com você. Este estado é o mais conveniente e confortável.

Na realidade você não vai dividi-las em vinte bilhões, mas só há um você. Isso se chama inclusão.

O nosso obstáculo é um problema psicológico. Não podemos imaginar como isso vai acontecer. Nós imaginamos que existimos num corpo, mas quando atingimos a garantia mútua, em vez dos corpos sentiremos o potencial interior de cada pessoa.

Da 2a Lição da Convenção em Berlim em 28/01/11

Teste De Lealdade

Dr. Michael LaitmanRabash, Shlavey HaSulam (Degraus da Escada), Artigo “A Oração de Muitos”: Está escrito no sagrado Zohar (Beshalach – Quando O Faraó Saiu – e no comentário Sulam, ponto 11), “E ela disse: ‘Eu habito no meio do meu povo’. Ele pergunta: ‘O que significa isso?’. Ela responde: “Quando Din (juízo) está presente no mundo, a pessoa não deve afastar-se do coletivo e ficar sozinha, porque quando Din está presente no mundo, os que são observados e notados sozinhos são capturados em primeiro lugar, mesmo que sejam justos.

Nós entramos em  sintonia com a força superior através do Zohar. Somos informados de como sintonizar-nos para compreender esta força, o que leva à sua percepção e revelação. “Din” é uma de suas manifestações sob a forma de justiça. A transgressão de uma ou de todas evoca uma ação recíproca correspondente. Sob nenhuma circunstância deve o homem separar-se da sociedade a sua volta.

Como isso acontece? Diferentes ações e sensações são evocadas em nós. Isso me da a oportunidade de manter-me na sociedade, acima e apesar destas dificuldades e sensações, mesmo se, ao me separar da nossa sociedade, eu imediatamente sinto-me confortável e evito problemas. Todo mundo está sendo punido, mas posso afastar-me. Eles ainda me dizem: “Você pode afastar-se, isso não lhe diz respeito”.

E ainda, mesmo que os justos não pequem juntamente com o resto, eles são julgados em primeiro lugar quando se separam deles. Em outras palavras, o homem está a ser testado desta maneira para saber se quer entrar no egoísmo do mundo e permanecer em seu confortável estado “burguês”, ou se está disposto a permanecer junto com todos, em um pacote, para alcançar o mundo superior, mesmo que isso o torne desconfortável.

Por isso, a pessoa nunca deve afastar-se dos demais, porque a misericórdia do Criador é sempre em relação a todas as pessoas juntas. É por isso que ela disse, “Eu habito no meio do meu povo, e não desejo afastar-me deles”.

A atitude da força superior sempre se manifesta em relação a todos juntos e nunca em relação aos indivíduos em particular. “Entre o meu povo” significa, entre aqueles que querem se unir.

Nós precisamos levar isso em consideração. Quando estamos em grupo e começamos a sentir os atritos, as ações egoístas, precisamos entender que estamos sendo “manipulados” de propósito. Se nós ainda nos uníssemos, independentemente destes “jogos” (a cada hora, a cada momento), seriamos elevados.

Mas se tivéssemos algum ganho em ficar longe dos problemas, recusando-nos a resolvê-los em vez de subir acima deles na união, naturalmente voltariamos a ficar submersos em nossa vida diária e deixaríamos de entender o que a Cabalá nos diz.

Da Lição 2 en Moscou 16/01/11, “A Oração de Muitos”