Transformar A Serpente Em Uma Vara

Dr. Michael LaitmanNo impasse entre Moisés e o Faraó nós revelamos a natureza única de nosso trabalho espiritual. Nós trabalhamos com nosso egoísmo, o desejo de receber; não o anulamos, mas sim o cultivamos e desenvolvemos.

Está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal, e criei a Torá como tempero para ela”. A Torá é apenas um tempero para o desejo egoísta: um pouco de pimenta, um pouco de sal em toda esta grande refeição chamada de egoísmo, o desejo de receber prazer. Na verdade, o que nos falta? Nós apenas temos que adicionar um pouco de Torá para transformar todo o enorme egoísmo no mundo do Infinito.

A forma do autêntico trabalho espiritual é transformar a vara em uma cobra e a cobra em uma vara. Tudo depende de como a pessoa emprega todos os seus atributos e predisposições. Ela não destrói nem os bons nem os maus e não renuncia nenhuma das suas capacidades! Ela só deve modificar a maneira como as utiliza.

Se a pessoa lança a vara no grupo, ela se transforma em uma cobra; se ela pega a cobra pela cauda, ela se transforma em uma vara, que a ajuda a se mover adiante. A vara (Mate) vem da palavra hebraica “abaixo” (Máta), ou seja, que a pessoa se rebaixa, e com a ajuda da força considerada “fé acima da razão”, eleva o seu egoísmo, a qualidade de Malchut, até a qualidade de Bina .

Toda vez, nas dez Sefirot impuras (as dez manifestações do Faraó), ela experimenta um egoísmo cada vez maior, que ela pode corrigir por meio das dez pragas do Egito. A pessoa que está no estado do êxodo do Egito está disposta a passar por todas as 10 pragas. Ao utilizar a vara, ela própria causa os golpes que a atingem e a ajudam a elevar-se acima do egoísmo.

Ela percebe esses golpes como um remédio. Da mesma forma, nós estamos dispostos a fazer qualquer tratamento doloroso e desagradável, a fim de ficarmos bem novamente.

Da Lição sobre a Porção Semanal da Torá 23/12/10