As Dez Pragas Do Egito Redefinidas

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que sente uma pessoa que experimentou as dez pragas, foi para o deserto, e entrou na terra de Israel? Eu acho que qualquer um pode imaginar golpes.

Resposta: Não, esses golpes são completamente diferentes. Estes não são golpes com os quais estamos acostumados. Um golpe não é algo que nos faz sentir mal; todos nós podemos imaginar sentindo-se desse jeito. Em vez disso, um golpe é algo que me faz entender que o meu egoísmo (minha natureza) é mau. Esta realização é chamada de praga. Nada mais pertence às dez pragas.

Se eu apenas me sinto mal, isso não é um golpe. Eu sofro não porque estou me sentindo mal, mas porque sinto o mal do meu desejo de receber prazer, do meu egoísmo. Um golpe me mostra a causa do mal. Ele, por si só, não é mau.

Na realidade, esses golpes não causam tanto sofrimento. As pessoas sofrem muito mais em nosso mundo. O mais importante é que a pessoa sinta uma conexão direta entre o sofrimento e suas qualidades egoístas: “Você sofre por causa do que você é. Você não vai sofrer se você se livrar dessas qualidades e superá-las”.

A pessoa se esforça para escapar desse sofrimento, mas não porque ela só quer parar de sentí-lo. É porque ela sente a sua insignificância, o mal em si, especialmente em relação aos que a rodeiam.

Há vários termos aqui: o Criador, o homem, o Faraó, a sensação do mal, e a razão para a sensação do mal versus o bem. O homem não quer fugir dos golpes. Este não é o problema. Os golpes o ajudam a descobrir as verdadeiras causas, e ele já não quer apenas escapar dos golpes; ele deseja elevar-se acima deles em direção à qualidade de doação.

Ele quer atingir uma conexão com o Criador, quer desconectar-se do Faraó, e não da sensação ruim. Em outras palavras, ele passa da avaliação conforme o princípio do “amargo e doce” para a avaliação conforme o “verdadeiro e falso”. Ele quer se agarrar à verdade, e é por isso que as dez pragas o levantam e o tiram do Egito.

Da Lição sobre a Porção Semanal da Torá  6/01/11