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O Mal Nos Mostra A Forma Do Bem

Dr. Michael LaitmanO mal que revelamos dentro de nós, ao estudar Cabalá, ajuda-nos a construir o bem sobre ele. No entanto, nós não planejamos corrigir o verdadeiro mal.

Eu revelo dentro de mim seus picos mais altos e seus vales mais baixos, às vezes mais alto e às vezes mais baixo. É assim que eu defino as fronteiras do mal dentro de mim. Então, o que eu faço agora com esse mal?

Eu não deveria fazer nada com ele! Apenas complementá-lo com o bem, junto com a mesma, porém oposta, trajetória, como está escrito: “O amor cobrirá todos os pecados”!

Eu não anulo o mal, porque senão eu não terei nada sobre o qual construir o bem. Portanto, eu não elimino o mal, mas contruo o bem acima dele, exatamente da mesma forma.

Para fazer isso, eu tenho que atingir o meu mal em toda a sua profundidade e manifestações. A Luz que vem a mim ilumina as camadas mais profundas do egoísmo, mostrando-me quem eu sou e levando-me para o fundo.

No entanto, a partir do local onde me encontro, eu devo aspirar sempre a crescer: ser grato pela revelação do mal dentro de mim, e usar todas as suas formas para construir o bem.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 2/01/11, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”

Consulte Os Especialistas

Dr. Michael LaitmanRabash, Shlavey HaSulam (Degraus da Escada), Artigo “Acima da Razão no Serviço Divino”: Eu só colocarei minha fé nos sábios, que nos disseram que o Criador realmente ouve nossas orações. Isso se chama fé acima da razão.

A pessoa deve tentar revelar claramente para si que o Criador ouve suas orações. Até que isso aconteça, ela avança como se já tivesse revelado isso.

Aqui, tudo depende da correção dos Kelim (vasos). Se a pessoa ainda não vê nada, não significa que isso não exista na realidade. Óculos quebrados não são uma indicação de que o mundo acabou. Eu imagino a mim mesmo que as coisas que eu vi antes ainda existem.

Mas o que eu devo fazer se eu nunca os tinha visto antes e ainda não tenho os óculos? Então, eu tenho que seguir o conselho dos sábios. Caso contrário, como serei capaz de descobrir alguma coisa?

Eu me lembro quando eu tinha 11 anos e, de repente, me disseram: “Você precisa de óculos”. No começo, eu não percebi porquê e para quê, especialmente porque na época não era muito comum criança com óculos. Com dificuldade, meus pais encontraram um par adequado para mim; quando eu finalmente os coloquei, fiquei surpreso ao ver coisas que antes escapavam da minha visão.

O mesmo acontece na espiritualidade: eu tenho que confiar nos especialistas que me dizem que eu tenho que adquirir um novo instrumento de percepção, um Kli (vaso) espiritual; assim, eu recuperarei a minha visão. Este instrumento não é obtido instantaneamente, mas por meio de várias ações. Eu as realizo a fim de ver um mundo novo; eu atuo usando a força chamada “fé nos sábios”.

Eles disseram: “Vale a pena comprar novos óculos, você precisa deles”. Eu não sinto isso; eu nunca experimentei o mundo espiritual para sentir sua falta agora. No entanto, eu ainda sigo os seus conselhos.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 2/01/11, “Acima da Razão no Serviço Divino”

O Arrogante Não Aprende

Dr. Michael LaitmanPergunta: Está escrito que a cabeça do Partzuf inferior fica vestida no corpo do Partzuf superior. O que significa “fica vestida no superior”?

Resposta: O “corpo” do superior são suas ações, trabalhar acima dos desejos, enquanto que a “cabeça” é a tomada de decisão. O inferior não pode realizar nada com sua “cabeça”, em seu nível. Está escrito: “De suas ações, eu O conhecerei”. Em outras palavras, o inferior tem que incluir-se no “corpo” do Partzuf superior.

E quando ele descobre o que o superior faz, através do exemplo, ao repetir suas ações, somente então ele começa a entender o que o superior quis lhe dizer. Até que você tenha feito o que o superior lhe disse para fazer, você não entenderá o que ele está dizendo.

E não por meio de qualquer ação animal e impensada, quando você é obrigado a fazer o que o superior diz; você tem que fazer isso para que você possa aprender! Olhe como as crianças copiam o que os adultos fazem: elas imitam o nosso comportamento, sem compreender seu significado. Quando a criança recebe um martelo de plástico e pregos, ela não sabe o que fazer com eles. Mas ela vê como você martela os pregos e faz o mesmo, de onde ela começa a compreender o que isso significa.

A criança não pode aprender de outra forma. Nós precisamos ter isso em mente ao projetar programas de educação: O ensino só pode ter êxito se ensinar pelo exemplo. Nós vemos que a causa tem origem nas raízes espirituais e está incorporada na natureza durante a expansão dos Partzufim (diminuição da conexão das almas) de Cima para baixo.

A mente dada ao inferior é necessária apenas para ser capaz de copiar as ações do superior. A cabeça do Partzuf inferior deve funcionar apenas de tal forma. Se a cabeça do  inferior olha para cima para copiar e realizar suas ações através do superior, o inferior está destinado ao sucesso. Mas se ele acha que pode usar sua própria cabeça para julgar, tomar decisões e fazer alguma coisa, ele está destinado ao fracasso.

Ele pensará que está nesse nível em que pode fazer algo por conta própria. Mas todos os atos ocorrem no “corpo” do superior. Se o inferior é inteligente o suficiente para anular sua inteligência e razão, ele sobe e recebe a sabedoria, a mente do superior.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/01/11, Talmud Eser Sefirot

Cabalistas Sobre A Torá E Os Mandamentos, Parte 10

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Essência Do Trabalho Na Torá E Mitzvot

O propósito do estudo da Torá (Cabalá, que revela a Torá) é chegar a sentir o Doador da Torá. Se a pessoa não coloca o objetivo de alcançar o Doador da Torá (o Criador) diante dos seus olhos, ela é considerada “um gentio (aquele que não deseja revelar o Criador, independentemente de sua origem ou nacionalidade) “, ou seja, ela não tem necessidade da fé (perceber o Criador), a necessidade de procurar aconselhamento (as instruções da Torá, os conselhos dos Cabalistas) para alcançar a fé (perceber o Criador). É por isso que ela ainda é considerada como “um gentio (quem não se esforça em revelar o Criador)” e não como “Israel (aquele que aspira ao Criador)”.
– Rabash, Os Degraus da Escada , “O que é a Torá e o Trabalho no Caminho do Criador”

Um Problema Para Ajudá-Lo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como eu posso realmente transformar o desejo que desperta em mim em doação?

Resposta: Vamos supor que eu esteja muito preocupado com alguma coisa desde a manhã. Este desejo não satisfeito dá origem a um pensamento que eu tenho que acalmar. Estou atormentado por esse problema, imerso nele, e estou procurando uma maneira de resolvê-lo.

Eu recebi tudo isso do Alto. Se o meu problema está relacionado com algo que é essencial, então eu tenho que resolvê-lo sem prestar muita atenção em trabalhar com a intenção. Primeiramente, tenho que me abastecer com as necessidades vitais. Está escrito sobre isso: “Sem pão não há Torá”.

No entanto, se não for algo essencial, algo que eu precise no nível animal ou corporal, eu tenho que tentar transferir esse pensamento para o formato correto. Eu recebi isso do Criador para que eu construísse a reação correta em relação a ele. Isso é “ajuda contra o Criador”. Ela é contra o objetivo, embora, ao mesmo tempo, me ajude a reagir corretamente, e ao me afastar dela, eu posso atingir o objetivo.

Meu objetivo é a adesão com o Criador. O Criador é bom e faz o bem e não há outro além Dele. Ele me envia todos os problemas e preocupações, a fim de me ajudar. Portanto, acima da minha preocupação, como se fizesse uma imagem invertida dela, eu me dirijo a Ele, que é bom e faz o bem.

Eu tenho que alcançar a sensação de que o meu problema me ajuda a compreender a atitude do Criador em relação a mim, que é oposta às sensações que despertam em mim. É assim que eu construo a imagem do Criador. Por ter uma atitude cuidadosa e precisa, eu serei capaz de identificar porque certa preocupação ou problema está sendo enviado para mim exatamente desta forma. Eu verei um molde invertido dele, a forma Daquele que é bom e faz o bem, e que gravou isso em mim.

Em virtude desta “inversão”, eu subirei ao grau do homem justo e justificarei o Criador de alguma forma. Fazendo isso eu estarei no caminho certo. A coisa mais importante é seguir em frente, sem cair no sono durante qualquer estado no fundo de qualquer forma negativa que o Criador me envia.

Eu só posso reagir a elas corretamente a cada segundo se eu me equipar com o apoio do ambiente. Sem ele, os meus esforços são esporádicos; mas com ele, eu estou constantemente “informado”. O grupo determina inteiramente a velocidade do meu progresso.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 4/01/11, Escritos do Rabash

Preste Atenção No Criador

Dr. Michael LaitmanSomente quando nós começamos a juntar as partes quebradas de Adam HaRishon (o Primeiro Homem) em um todo, é que começamos a notar como tudo o que aconteceu conosco neste mundo começa a se encaixar de forma milagrosa. Todos os eventos, desde os mais desagradáveis até os mais agradáveis, importantes ou não, inexplicáveis e aparentemente acidentais, chegam ao fim e se encaixam perfeitamente, nos mínimos detalhes.

Então, começamos a compreender a necessidade de toda a pressão e crise que o mundo está passando hoje, bem como os estados dolorosos que cada pessoa está experimentando em sua vida individual. Tudo isso serve apenas para empurrar cada um de nós em direção ao seu local, missão, e sua realização correta. Somente se prestarmos atenção ao que o Criador deseja fazer com cada um de nós, se exercitamos o “Não há outro alé Dele”, convidando-O a fazer Sua obra sobre nós e ouvindo-O, será suficiente.

Mas, para ouvi-Lo, precisamos nos preparar para isso com nossas ações, conforme descrito em “Faremos e ouviremos”, já que ouvir o que o Criador faz significa ter atingido o nível de Bina (ouvir é o nível de Bina, um nível muito elevado). Portanto, em primeiro lugar, devem ser realizados certos atos, como descrito em pé no Monte Sinai: “Faremos e ouviremos”.

Nós temos que passar pelo mesmo processo através do esforço em nos aproximarmos uns dos outros em corações, como um homem com um coração, e para alcançarmos a garantia mútua, ajudando uns aos outros a se unirem. Afinal, somente juntos, desejando ardentemente conectar todos os nossos pontos nos corações, nossos desejos, estamos reconstruindo este Kli (desejo) quebrado, montando-o a partir das partes e restaurando-o novamente.

Da Lição 2, da Convenção no Deserto de Arava 31/12/10

Ao Atravessar Para A Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanFalando sobre atualizar a sabedoria da Cabala, nós devemos levar em consideração que o nosso atual Gilgul (ciclo de vida) está longe de ser o primeiro. Temos passado por múltiplos ciclos, e ninguém sabe exatamente quantos cada um de nós tem. Isto será revelado para nós mais adiante, mas, francamente, não há muita utilidade em rever as nossas encarnações passadas, já que todas estavam ainda nos níveis vegetal ou animal da evolução do desejo de desfrutar.

A nossa evolução aconteceu com base nisso. Primeiro, nós existíamos no nível inanimado de desenvolvimento, seguido do vegetal, quando experimentávamos a realidade como as plantas fazem. Mais adiante, cada um de nós evoluiu para nível animal, percebendo a realidade da mesma forma que os animais.

Assim, nós passamos por várias vidas, até que (como está escrito na Árvore da Vida do ARI e no Estudo das Dez Sefirot, Parte 3, do Baal HaSulam), do nível animal, através dos símios (nível intermediário entre o animal e o homem), nós finalmente alcançamos o nível humano neste mundo. Os seres humanos também são uma espécie animal, mas muito mais evoluídos do que os animais.

No nível falante deste mundo, nós também passamos por muitas vidas, até atingir nossa condição atual. Agora, nesta encarnação, estamos fazendo um tipo especial de trabalho, a fim de ascender a um nível completamente novo e experimentar uma nova realidade espiritual: a realidade do Criador.

Durante as transições, de nível em nível e de estado para estado, existem fases intermédiárias. Como o ARI descreve, entre os níveis inanimado e vegetal, existem corais que combinam ambas as características: inanimada e vegetal. Entre os níveis vegetal e animal, há uma criatura intermediária, um pequeno animal chamado de “cachorro do campo” que vive na terra e alimenta-se da terra como uma planta, mas cujo corpo se comporta como o de um animal. Entre o animal e o humano, existe o macaco, um mamífero com características humanas rudimentares.

Atualmente, nós estamos na transição entre o ser humano deste mundo, que vive como todos os outros sete bilhões de pessoas, e algo espiritual. Nós não sabemos ainda o que significa este “espiritual”, mas estamos entre estes dois estados.

Pela primeira vez, nestas transições que temos passado desde os níveis inanimado ao vegetal, do vegetal ao animal, e do animal ao falante (humano), ignorando o que aconteceu conosco e vivendo como todas as pessoas neste mundo, nós agora temos de fazer a transição conscientemente, participando dela de forma plena. Seremos nós que decidiremos se isso acontecerá ou não. Apenas o nosso desejo pode fazer com isso aconteça.

Esta evolução depende de nós. Essa transição é única e diferente de qualquer outra, porque somos nós que cultivamos o ser humano em nós, o humano idêntico ao Criador.

Assim, pela primeira vez na nossa história, em toda a nossa evolução, a sabedoria da Cabalá está sendo revelada para nós. Ela se destina a acompanhar-nos como um manual de instrução, a diretriz principal, um código de leis, uma ciência, com a ajuda da qual completaremos essa transição. Afinal, se não esclarecermos isso para nós mesmos, não a desejaremos e não a estudaremos; não seremos capazes de triunfar.

É por isso que somos chamados de “judeus” (“Ivrim”, da palavra hebraica “Laavor”, atravessar), pois estamos atravessando do estado de humano deste mundo para o nível humano espiritual, semelhante a Adam HaRishon, ou a imagem do Primeiro Homem. Épocas atrás, ele parecia ter sido quebrado em fragmentos, e agora temos que voltar a remontá-lo de novo, suas partes masculina e feminina.

Tudo isso tem que ser implemenatdo em nosso trabalho coletivo. Nós temos todas as ferramentas necessárias para isso, mas cabe a nos esclarecer tudo, aprender o que nos falta para nos transformarmos nesse Humano, e desenvolvê-lo.

Da Lição 2, da Convenção no Deserto de Arava 31/12/10

Doação A Prazo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como a pessoa pode escolher a doação, em vez da recepção?

Resposta: Primeiro de tudo, isto exige preparação da parte dela. Ela tem que desejar que isso aconteça. Mesmo que ela seja desviada do caminho, porque o Criador aumentará  seu desejo egoísta e seus pensamentos discrepantes, a preparação que ela fez ainda fará o seu trabalho.

Em segundo lugar, a pessoa precisa separar um tempo para estudar e fazer coisas relacionadas com a doação. Isso também lhe dará forças para voltar ao caminho.

Em terceiro lugar, uma pessoa deve motivar o ambiente a doar e alcançar a garantia mútua, para que nenhum dos amigos possa parar para pensar nisso, mas sempre aspirará a ascender acima da razão e do egoísmo. O pensamento constante e comum do grupo é a garantia mais segura que pode haver.

Está escrito: “Faça tudo que esteja a seu alcance”.  No final do dia, os nossos esforços comuns despertam a Luz que Corrige. Uma pessoa tem que entender que é necessário obrigar o Criador a dar-lhe a Luz. O Criador constantemente  aumenta seu desejo egoísta, e apenas às vezes desperta na pessoa o desejo de doar, a Luz, a fim de acender sua centelha interior, a qual ela tem que levar ao grupo. No entanto, isso só pode acontecer algumas vezes e não devemos esperar que isso aconteça, pois este tipo de despertar está ligado a um cálculo muito desagradável.

Isso porque o Criador não pode dar-lhe um desejo de doar “de graça.” Portanto, se você está esperando por isso, você terá que experimentar o sofrimento e pagar integralmente pelo apoio. Por outro lado, você pode pedir isto com antecedência, de acordo com o princípio, “Dirija-se a mim e eu darei a você”. Você pode pedir ao Criador as forças de doação e, então, pagar por elas.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 4/1/11, Escritos do Rabash

A Linguagem Das Forças Espirituais

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que é importante para o nosso avanço espiritual se lemos O Livro do Zohar em hebraico ou traduzido para outros idiomas?

Resposta: Eu tenho que dizer faz. A singularidade da língua hebraica vem do fato de que ela tem raízes espirituais. Por isso, a forma das letras, bem como sua seqüência, refletem combinações de forças espirituais.

O hebraico não é minha língua nativa, e, especificamente, como eu não estou acostumado com ele, eu posso ver nas combinações das letras e suas formas uma lógica verdadeiramente matemática. Elas são cálculos e signos expressos em forma de letras. A letra é um signo.

O Zohar descreve as letras, as suas formas, e as ordena tão detalhadamente que, a despeito disso, se você o ler em outro idioma você será incapaz de fazê-lo. O mesmo se refere  à ordem das palavras e à seqüência das letras.

Digamos: o hebraico tem muitas coisas que parecem desnecessárias: as letras “Shin” e “Sin”, que têm o mesmo significado, mas são pronunciadas de forma diferente, ou “Tav” e “Tet”, que são letras diferentes, mas pronunciadas da mesma maneira, ou a ortografia das letras e palavras.

Outras línguas tem-se modificado durante o decorrer do tempo; no entanto, ainda existem elementos do idioma antigo no idioma moderno, tais como as terminações no idioma francês, por exemplo. Quanto ao hebraico, ele não mudou com a história. As forças encarregadas de criar os significados das palavras na espiritualidade estão organizadas de tal maneira que, mesmo ao longo de milênios, é impossível mudar tanto a ortografia das palavras quanto as formas das letras.

Cada idioma tem uma versão antiga e outramoderna, ao passo que o hebraico não. Existe uma gíria coloquial, mas a linguagem em si não foi alterada. Ela não pode mudar, pois sua estrutura é baseada nas forças que criam os signos considerados como letras e palavras.

Este idioma só desaparecerá no final da correção (Gmar Tikkun), quando ascenderemos de ZAT (as sete Sefirot inferiores) de Bina e ZON para GAR (as três Sefirot superiores) de Bina, onde as letras desaparecerão. É quando toda a matéria também se dissolverá.

Portanto, quando perguntarem: “Devo ou não aprender hebraico?”, eu responderia que é necessário, até certo ponto. Se a pessoa tem tempo e oportunidade para fazê-lo, vale a pena fazer um esforço.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá  30/12/10, “Introdução Ao Livro do Zohar”,  artigo “Yitro (Jetro)”

O Coração Do Homem Entre Duas Chamas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Desde o início da crise, muitas pessoas aceitam o que a Cabalá explica; elas concordam que precisamos da união e que o egoísmo é o culpado. Mas elas também perguntam: “O que precisamos fazer exatamente?”. Nós não podemos fazer todo mundo sentar e estudar O Zohar, podemos?

Resposta: É evidente que não podemos fazer com que todos se sentem e estudem Cabalá se eles não têm aspiração por ela. Mas eles têm que aprender os fundamentos que o Baal HaSulam explica em seus escritos, porém em uma forma acessível e clara: sobre a sociedade, a conexão integral, a necessidade de união, e uma atitude diferente entre cada um de nós. Isso seria suficiente para atrair sobre nós a força do desenvolvimento.

É semelhante à forma como nós projetamos um livro para crianças, usando uma linguagem que elas possam compreender e fotos coloridas. Mas ele as educa e desenvolve. Do mesmo modo para o adulto, nós temos que dar a ele um livro diferente, adequado ao seu nível de desenvolvimento. O conteúdo ainda é o mesmo, ainda que simplificado, adaptado a cada grupo: para homens, mulheres e crianças. Se os artigos do Baal HaSulam forem adaptados e abreviados, eles podem atingir a mente e o coração de qualquer pessoa.

Se, no entanto, as pessoas logo perguntam o que fazer fisicamente, então a resposta é: “Não faça nada!”. Se começarmos a agir somente fisicamente, estragaremos o método. Antes de mais nada, mude seu padrão de pensamento, e ele corrigirá o resto! “Tudo fica esclarecido no pensamento”, e é impossível começar algo com ações.

As únicas ações que realizamos são destinadas à disseminação da Cabalá e ajudar nossa união interna. Nenhuma outra ação é necessária. Qualquer refeição ou convenção é uma mera oportunidade para se conectar. Tudo é dirigido de dentro. Se pudéssemos sobreviver sem elas, nenhuma ação seria necessária. Toda a ação ocorre interiormente, no coração da pessoa. Nós precisamos transformar o coração.

Os artigos do Baal HaSulam devem simplesmente se tornar um “tesouro nacional”, e todo mundo tem que entender, discutir e se familiarizar com eles. E quando toda a humanidade estiver atravessando e experimentando eventos que se aproximam de nós, você verá como um se conectará com o outro.

O homem se descobrirá no meio. Por um lado, o Criador irá pressioná-lo externa e internamente por meio da intensificação da crise. Por outro lado, a humanidade terá a sabedoria da Cabalá de uma forma simples, correspondendo ao seu estado atual, e o homem começará a mudar. Ele se descobrirá entre essas duas influências: o sofrimento de um lado e o método da Cabalá, a Luz, do outro.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/12/10, “A Sabedoria da Cabalà e a Filosofia”