Bina É Um País Livre

Dr. Michael Laitman“Introdução ao Livro do Zohar,” Artigo “Hochma [sabedoria], na qual o Mundo Se Sustenta” Item 40: Aquele que não é mencionado, aquele oculto que não é conhecido, AA. Uma vez que a palavra Barah [criado] está na própria Bereshit [a primeira palavra na Torá], quem é que a criou? Sobre isso ele diz que é esse oculto que não é conhecido, Hochma Stimaa de AA, uma vez que ele tomou Bina fora de sua Rosh e a fez sua VAK, criando estes seis grandes limites superiores, implícitos em Bereshit.

Bina está relacionada com a cabeça (Rosh) do Partzuf. Além disso, representa Hafetz Hesed, que significa literalmente aquele que deseja misericórdia, isto é, que nunca sente qualquer tipo de falta. A misericórdia está sempre em abundância, e se você a quiser, por favor receba-a. Não há limite para ela; ninguém coloca quaisquer condições ou restrições a si.

É por isso que Bina é considerada “um país livre”, um “desejo livre”. Ela pode estar presente em qualquer sítio sem excepção e pode mesmo suprir Malchut, o desejo egoísta, com suas próprias propriedades. Nesse caso, o desejo de receber egoísta começa a doar e também se desloca para o nível de Hafetz Hesed. Portanto, Bina pode servir como o meio da correcção de Malchut, a transformação das almas.

As almas não conseguem subir por si próprias à Rosh do Partzuf. Não desejando nada para si própria, Bina permanece lá em perfeição. Contudo, sem qualquer dano a si mesma, ela pode habitar fora da Rosh, no local de residência dos Partzufim inferiores, e fornecer-lhes a sua perfeição.

Onde eles são miseráveis, onde sofrem e são incapazes de se preencher devido à falta de correcções, onde a Luz não consegue aparecer até que as condições da Primeira Restrição (Tzimtzum Aleph) sejam encontradas, lá, Bina fornece-lhes a Luz de Hassadim (misericórdia), demonstrando-lhes o quão bom é estar na propriedade de Hesed.

E, de facto, Bina não tem nem restrições, nem problemas; ela não abre mão da perfeição mesmo no nível mais inferior. É por isso que “o pai” (Hochma), que não pode aparecer em nenhum lugar, revela “a mãe” (Bina), para que ela possa estar onde as suas crianças estão a sofrer, e, originalmente, fornecer-lhes a correcção por meio da misericórdia (Hassadim).

Então, elas adquirem a perfeição de doar; não estão mais subornadas ou escravizadas por seus desejos de prazer. Assim, elas começam a contemplar não só a “doação em prol da doação”, mas também a “recepção em prol da doação”. Afinal de contas, elas possuem o desejo de receber a Luz de Hochma, e agora, tendo-se protegido com a propriedade de Bina, podem despertar seu desejo.

Mas elas devem despertá-lo apenas na medida da sua capacidade de subordiná-lo à regra de Bina. Assim sendo, Malchut é gradualmente incluída em Bina. Por outras palavras, o desejo de receber das almas é incluído no desejo de doar de Bina, que as almas adquiriram. Nesse caso, elas recebem a iluminação de Hochma de baixo para cima, ao “filtrá-la” na doação.

Assim, as almas continuam a corrigir-se até à correcção final (Gmar Tikkun). É dito: “Bereshit,” Barah Shit, ou seja [Ele] criou os seis grandes limtes, VAK da iluminação de Hochma. Estas são, de facto, grandes correcções no caminho até o objectivo.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 20/12/10, “Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabbi Amnon Saba”