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Você Espera A Redenção, A Luz De Hassadim?

Dr. Michael LaitmanAo ler O Zohar, nós temos que pensar no fato de que a única coisa que nos falta é a Luz de Hassadim. Se eu olhar para a mesma realidade que estamos, porém na Luz de Hassadim, que emana da minha intenção de doar, em vez da atual realidade eu verei a realidade espiritual.

A fim de começar a sentir o Mundo Superior, falta-me apenas a Luz de Hassadim que emana de mim para tudo à minha volta. Geralmente, nós perdemos muito tempo, energia e a própria vida em ações completamente inúteis que não dependem de nós. Mas a única coisa que podemos fazer é levar-nos à Luz de Hassadim, de modo que ela se manifeste dentro de nós, sendo a qualidade de doação na qual a Luz de Hochma torna-se vestida, o conhecimento e a realização do Criador.

Todas as outras ações que fazemos, exceto alcançar a Luz de Hassadim (a atitude de doação ao ambiente), atraem apenas uma reação negativa do Alto. Isso nos corrige, mas através do longo caminho do sofrimento, trazendo-nos finalmente de volta à aspiração da doação, ainda que pelo caminho do sofrimento.

Portanto, se a pessoa compreende constantemente o que é necessário para atingir essa ação única que pode vir dela, a qualidade de doação, isso significa que ela está esperando a salvação. É exatamente isso que devemos sentir ao ler o Livro do Zohar.

Os Cabalistas revelaram esta realidade espiritual. Então, o que me falta para revelar a mesma coisa e perceber o que eles estão falando? A única coisa que falta é a Luz de Hassadim.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/12/10, O Zohar

Quando Chega O Messias

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Introdução, Artigo “A Visão do Rabi Hiya”, Item 57: Naquele tempo, o Messias chega ao seminário do Rabi Shimon coroado com altas coroas dos chefes dos seminários.

… Agora, porém, depois que todos os membros dos seminários foram recompensados com o grau dos chefes dos seminários, o Messias foi coroado com a Torá dos chefes dos seminários. Disso resulta que ele é coroado com as mais altas coroas dos chefes dos seminários.

Esta passagem fala sobre os graus espirituais dentro de uma pessoa que descobre sua estrutura interna. Toda a sua construção interna é o seu desejo coletivo (desejo de receber prazer), dividido e organizado por graus espirituais (níveis), capacidades de doar.

Ela tem a estrutura do mundo de Atzilut. Dentro deste projeto exterior, existem mais estruturas internas de acordo com os níveis, de dentro para fora, de Shoresh (raiz), Neshamah (alma), Guf (corpo), Levush (vestimenta), e Heichal (câmara, palácio). Como no mundo corporal, há ainda os níveis inanimado, vegetal, animal, e falante (humano).

Não há diferença entre o projeto material e o espiritual. Nossa forma material é uma mera projeção de nossas propriedades internas, que estão pintando certa imagem dentro de nós, assim como vemos este mundo diante de nossos olhos agora mesmo, quando, de fato, é o nosso reflexo interno.

Ao conhecer minha estrutura espiritual interna, eu testemunho como, por meio de transformações realizadas em mim pela Luz, todas as minhas qualidades se tornam elevadas de “membros dos seminários” para “chefes dos seminários”, do Messias que veio de certo nível para o Messias em um nível espiritual mais elevado. De repente, eu vejo o Rabi Shimon, o nível que não havia sido revelado dentro de mim anteriormente.

Todos estes são os níveis na alma de uma pessoa, todos os antepassados e seus filhos: Hesed, Geburah, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod e Malchut. Isto explica como uma pessoa aprende o projeto de sua alma em detalhes mais completos, onde ela descobre uma grande medida de doação sob várias formas. Isso é o que chamamos de conhecer o Criador.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/10, “Introduction ao Livro do Zohar”, Artigo “A Visão do Rabi Hiya”

A Lei Da Compensação: Prazer Versus Dor

Dr. Michael LaitmanO mundo está cheio de problemas, e não conseguimos corrigir a situação, apesar de tentarmos com toda nossa força, geração após geração. A sabedoria da Cabalá explica porque somos perseguidos por todos estes problemas e infortúnios: eles estão nos empurrando para o desenvolvimento correto, para que possamos superar nosso egoísmo e  transcender a uma outra dimensão, isto é, à qualidade da doação, uma força diferente, uma outra percepção do mundo, o reino da doação, em vez do reino do egoísmo.

Portanto, o objetivo de toda nossa evolução é revelar o sofrimento e a inutilidade escondidos no desejo egoísta. Quanto mais tentamos usá-lo, mais decepção ele nos traz, a fim de nos mostrar que não podemos usá-lo para o prazer e satisfação, porque o desejo de receber é incapaz de receber qualquer coisa.

Nós não entendemos isso e continuamos repetindo nosso erro. Porém,  nós finalmente temos que perceber que é impossível satisfazer o desejo de forma egoísta, porque isto vai contra a lei da existência do desejo e da Luz. Começando com a Primeira Restrição (Tzimtzum Aleph), eu nunca posso receber alguma coisa em meu desejo egoísta e satisfazer-me; isto nunca pode ocorrer na história ou na realidade.

Quando sentimos que estamos satisfeitos e estamos aproveitando, isto se deve ao fato de que estamos estendendo o prazer que sentimos desde o momento em que o encontramos até o momento em que ele se vai. Por aqueles breves instantes, enquanto ele está em nós e podemos senti-lo, teremos que pagar na íntegra com a dor que chega, à medida que o vazio recém-formado se desenvolve dentro de nós.

Esse vazio abrange a força do prazer e o tempo de sua presença dentro do desejo. Por exemplo, no nosso mundo, a energia é igual à tensão multiplicada pela força de uma corrente elétrica. O mesmo ocorre com o prazer. Eu posso receber 10 gramas de prazer e senti-lo por uma hora. Então, 10 gramas multiplicados por 1 hora é igual ao poder do prazer. Eu posso sentir 1 kg de prazer, mas apenas por um segundo, o que também irá determinar a potência do prazer.

Portanto, no fim, não importa o quanto de prazer conseguimos experimentar, pois todo este prazer vai se transformar no sofrimento do desejo vazio. Nós não somos capazes de nos tornar plenos de prazer com nossos desejos egoístas, pois isto é contra a natureza da criação e sua finalidade.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/10: “Paz no Mundo”

Quando Finalmente Teremos Sorte Em Tudo

Dr. Michael LaitmanO mundo de hoje é projetado de forma que nenhum país pode encerrar-se e fechar suas fronteiras. Se eu me trancar, certamente haverá algo de errado dentro do país.

Nós não vamos entender o porquê. Vamos pensar que criamos uma sociedade que se abastece com todas as necessidades, como uma grande fazenda coletiva que fornece carne, produtos lácteos, peixes e legumes. Pensamos que podemos ter uma economia natural, independentemente de todos os outros, mas nenhum país será capaz de fazer isso.

Não é porque o país seja incapaz de dotar a si mesmo de produtos como água, eletricidade e outros recursos naturais. É porque é assim que funciona na natureza. Todas as nossas engrenagens estão encaixadas umas com as outras, e nenhuma pode se desprender das outras.

Você não vai entender por que você continua tendo problemas. Uma vez, as vacas vão parar de produzir leite, outra, o feno não vai crescer, ou a colheita vai ser perdida. Você não vai saber de onde vêm tais infortúnios subitamente, mas não vai funcionar, porque, internamente, as engrenagens estão ligadas com tanta força que você deve estar conectado com o mundo inteiro. Hoje, nós vamos ter que explicar isto a todos!

No entanto, o G8 ou o G20 não vão ser capazes de ajuda a nossa união. Mesmo se todo mundo concordar com isso e decidir pegar nas mãos uns dos outros, eles vão causar uma destruição ainda maior. Eles vão segurar a mão do outro por um instante e começar uma guerra no próximo. Se não for pelo Criador, por uma finalidade espiritual, a união deles vai levar a uma guerra mundial. Será pior do que quando a Rússia tentou unir as pessoas desta maneira.

Portanto, além das explicações de que estamos todos conectados pela natureza (mas não por nosso próprio desejo, que se opõe a isto), temos também de revelar como podemos mudar o nosso desejo de união, a fim de que nós, por nossa própria vontade, desejemos girar em conjunto com todas as engrenagens na direção certa. Para isso, precisamos da Luz que nos Corrige e unifica. No entanto, isso só é possível estudando a sabedoria da Cabalá.

Primeiro, nós podemos preparar a pessoa, familiarizando-a com todas as condições que cercam o momento final, quando ela só precisa ser auxiliada com a chave contida na sabedoria da Cabalá. Aos poucos, ela vai começar a entender que há uma interconexão, comum e obrigatória, e vai aprender o que significa o nosso livre-arbítrio.

Desta forma, devemos estreitar o círculo até que reste a ela apenas uma questão central não respondida. Este é o momento em que nós podemos dar-lhe a resposta, e neste momento, a pessoa irá aceitá-la.

Esta é a maneira pela qual temos que fazer nossa disseminação, para que possamos abordar as pessoas aos poucos, mostrando a elas que isso não tem nada a ver com quaisquer estereótipos, religião, misticismo, ou judaísmo. Essa é uma ciência natural sobre como a pessoa pode tornar-se parte harmoniosa deste mundo.

A sabedoria da Cabalá explica a você a lei da natureza que governa o mundo e a lei interna dentro de cada pessoa. Em outras palavras, ela explica quem você é e como você se encaixa neste mundo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/10: “Paz no Mundo”

Através Das Favelas Das Belas Cidades

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que eu devo fazer quando estou em um estado no qual não tenho força, não sinto nada me afetando, e não sei o que fazer?

Resposta: Isso é descrito na porção semanal da Torá: “E os filhos de Israel suspiraram por causa da escravidão”. Depois que a pessoa chega à conclusão que não tem força, tudo o que ela pode fazer é implorar.

Antes, ela se achava grande, inteligente e compreensiva, pensando que poderia avançar por conta própria, ganhando constantemente conhecimento ao acrescentar esforço e ação. No entanto, se até este ponto ela realizou um número suficiente de ações, ela começa a ver que nada foi alcançado com isso.

Por que, então, a pessoa precisa realizar todas essas ações? A fim de perceber que não vai conseguir nada. Para alcançar o estado de vazio, a pessoa necessita de uma grande quantidade de esforço.

Eu trabalho e acho que fazendo isso estou construindo as belas “cidades de tendas de Pithom e Ramsés”, ganhando conhecimento, e que em breve vou desvendar, ver e sentir tudo. Eu me esforço cada vez mais, mergulho mais profundamente nos estudos, apenas para perceber, de repente: “Quanto esforço eu dispendi, e o que eu consegui? Eu não tenho nada. O que faço agora? O que será de mim?”. Eu não sei, mas eu tenho vontade de cair em um sono profundo. Dê-me só um remédio para dormir para que eu possa adormecer e nunca mais acordar.

É assim que a pessoa se sente nesse momento: exausta e impotente. Na verdade, ela começa a entender que não conseguirá nada assim. Primeiro, ela nem mesmo sabe disso, apenas sente que não tem vontade para nada. Então, ela acorda e continua. No entanto, em algum momento, ela começa a entender que, sozinha, não merecerá nada, e que precisa da Força Superior: “Se o Criador não vem me ajudar, sozinha não posso fazer nada”.

Ela só começa a pensar desta forma depois de 15 a 20 vezes, ou talvez 30 a 40 vezes, tentando avançar por conta própria, só para enfrentar o desapontamento e cair em desespero. Isso se chama os anos de exílio no Egito, até que eles tenham “suspirado por causa da escravidão”. Para o meu ego, eu construí as “cidades tendas de Pithom e Ramsés”, mas para o ser humano dentro de mim, que deseja alcançar a espiritualidade, essas cidades são pobres e miseráveis, vazias, e não podem me dar nada.

Eu começo a me dividir em dois. Então, o que importa se eu tenho conhecimento, intelecto, posso discutir lindamente a sabedoria da Cabalá, e mesmo parecer entender tudo? Isto não serve para nada. Na verdade, eu não tenho espiritualidade. Eu posso falar sobre ela o dia todo e a noite toda, mas será que estou alcançando-a ou apenas falando sobre ela? Eu estou apenas falando.

Então, a pessoa entende que, a partir deste ponto, ela precisa apenas da ajuda do Alto, de alguma revelação, da Força Superior, algo diferente que não depende dela. Ela entende que com o que ela tem é impossível alcançar a espiritualidade. Finalmente, ela realmente clama, como está escrito: “E os filhos de Israel suspiraram por causa da escravidão”.

É um caminho desafiador. A pessoa tem de se submeter a tais estados muitas vezes. Apenas o ambiente pode ajudá-la e nada mais. O ambiente pode apoiá-la e protegê-la, assim como promover seu desenvolvimento.

Caso contrário, quem sabe quando ela vai acordar de novo? Se não for com a ajuda do  ambiente, será por meio de uma mudança de Reshimo (registro de informações espirituais) que lhe será concedida a misericórdia pelo Criador, dando-lhe um novo estado. No entanto, ninguém sabe quando isso vai acontecer.

Portanto, quando a pessoa permanece em um bom estado, quando é iluminada pela Luz e tem poder, ela tem que se conectar com o ambiente, o máximo possível, a fim de receber a força colocada nele quando ficar novamente fraca. Então, ela vai experimentar uma descida como se por inércia e começará a subir novamente, já que ela acelerou a velocidade antes de cair.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/12/10, “Perfeição Na Vida”

O Grande Substituto Do Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Cada pessoa quer ser única e perceber a raiz singular de sua alma. É por isso que ela se assusta com a explicação de que é uma mera engrenagem no mecanismo comum. Ela tem medo de perder sua individualidade na sociedade.

Resposta: Mas por que você deve se perder na sociedade? Pelo contrário, você pode se tornar um justo, aquele que é considerado como o “sal da terra”: doar a todos e fazer avançar o mundo inteiro. Quem está impedindo você? Não há nenhuma restrição na doação. Por favor, doe!

Você está reclamando que é impedido ou não está autorizado a utilizar os outros. Obviamente, ninguém quer deixar você tirar proveito dele. Por outro lado, se você se tornar grande, não na recepção mas na doação, ninguém ficará no seu caminho.

 A pessoa pode ser única no sentido positivo da palavra, na doação. Por que, então, você insiste em ser diferente na forma negativa, no egoísmo? Todos querem ser especiais; então, por favor, deixe-os ser. Realize-se na espiritualidade.

A pessoa pode se assustar com o próprio aspecto das engrenagens interligadas. Ela imagina ser um robô ou um parafuso, mas este é um fato da realidade, uma imagem que existe na Natureza. Na Natureza, nada pode ser bom ou ruim, é simplesmente um fato.

Você pode concordar ou discordar; isto não mudará a realidade. Você só atrairá golpes sobre si mesmo, se não concordar com isso. Você pode dizer que não concorda com a lei da gravidade e negar a sua existência. Vá em frente; nós veremos como você cairá do telhado.

 É o mesmo caso aqui. Nós não entendemos como estamos estritamente conectados uns com os outros e ainda tentamos fazer o que nos satisfaz. Todo mundo está puxando o cobertor para si. Mais tarde, assistimos como todos sofrem, continuamente, durante milhares de anos.

Agora, nós estamos entrando num estado onde nosso ego cresceu ao nível mais alto em todos os nossos desejos mundanos e nos amarrou todos juntos, em todo o globo. No entanto, nós ainda não queremos admitir isso e continuamos tentando enganar e usar uns aos outros. No entanto, nós não entendemos que, ao fazê-lo, cada um traz para si mesmo a dor que causa nos outros.

Nós não percebemos, mas se isso fosse claramente revelado a mim e eu recebesse um golpe imediato e recíproco no momento que machucasse alguém, eu agiria como um animal que não tem livre-arbítrio. Eu continuaria oscilando entre os golpes e prazeres, funcionando como uma máquina, se a lei da conexão mútua me afetasse abertamente

Portanto, essa lei está oculta, a fim de me dar a oportunidade de aderir-me a ela usando o meu livre-arbítrio. A lei existe, embora oculta, e eu posso compensar a ocultação como se ela fosse revelada. Afinal, eu quero que ela funcione da seguinte maneira: eu quero que a doação seja enorme, poderosa e prevaleça sobre a recepção. Pode ser uma lei escrita em cada livro, mas eu quero que ela se revele na prática. Aqui reside o meu livre-arbítrio.

Eu recebi uma mancha branca que significa que o Criador está oculto. Eu posso tirá-Lo da ocultação e preencher essa mancha branca com Sua presença. Ela será a minha própria presença, já que eu serei exatamente como Ele. Eu chegarei ao local onde Ele está oculto e o substituirei. Será como se Ele e eu fossemos sócios, e eu prometo que farei o trabalho por Ele, onde Ele se oculta.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/12/10: “Paz no Mundo”