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O Criador, O Faraó, E Eu Entre Eles

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a diferença entre a realização do mal que os Cabalistas descrevem, isto é, a falta de vontade de se unir com os outros, e o mal que uma pessoa normal sente neste mundo?

Resposta: Para alcançar a sensação espiritual do mal, você tem que trabalhar muito, porque o mal espiritual só é revelado após a Machsom (barreira). Abaixo dela não há inclinação ao mal. Neste momento não há nenhum ego em você, assim como em uma pequena barata!

A inclinação ao mal é a força que se opõe abertamente ao Criador: é o Faraó ! Ela se revela quando você quer se unir ao Criador e a outras almas com toda sua força, mas descobre que. na realidade, você odeia e rechaça isso. O Faraó se posiciona diante do Criador; a inclinação ao mal diante do bem.

Ambos estão dentro de você e são revelados apenas um diante do outro! Não pode haver um sem o outro.

Por outro lado, o fato de que agora você está experimentando sensações ruins enquanto deseja progredir espiritualmente, isso não é a percepção espiritual do mal. Há muitas pessoas no mundo que se sentem ainda pior. Talvez lhe pareça que esta seja uma preocupação espiritual, porque você não sente o mundo espiritual e não o compreende, mas, na verdade, tudo isso ainda está acontecendo dentro do egoísmo.

Claro que esse já não é o egoísmo normal do indivíduo, mas o sofrimento devido à sua incapacidade em se unir com os outros, a repulsa e a falta de vontade de sequer pensar nisso, a falta de vontade de se corrigir. Por enquanto, a espiritualidade lhe parece como algo atrativo ao seu egoísmo. Esse já é o “tempo da preparação” para entrar no mundo espiritual, mas, por enquanto, você não tem as noções espirituais corretas. Nada disto é a espiritualidade. A espiritualidade só pode ser “a favor” ou “contra” o Criador, para o Seu bem ou para o meu próprio. Mas eu tenho que estar diante Dele!

A espiritualidade é o Faraó ou o Criador. Eu estou no meio deles, na Klipat Noga, onde escolho: bem ou mal, “a favor” ou “contra” o Criador.

Não há nada além disso! O mundo que vemos agora ao nosso redor não existe na espiritualidade. Esta realidade é irreal; nós vivemos em um mundo imaginário. Na verdade, os níveis inanimado, vegetal, animal e humano deste mundo só existem dentro do nosso desejo egoísta.

Por que este mundo é imaginário? Porque ele não tem qualquer conexão com o Criador! Ele vive de acordo com uma pequena centelha de Luz que, de alguma forma, lhe dá vida. É por isso que não há bem ou mal aqui.

A sensação de mal que você sente é apenas devido à falta de satisfação animal e egoísta. Todos os seus elevados pensamentos, desejos, fantasias e sonhos são caprichos do seu ego desenvolvido e excessivamente grande, que exige o que quer e obriga-o a sofrer.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 23/12/10, “Paz no Mundo”

Cabalistas Sobre A Torá E Os Mandamentos, Parte 4

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Essência do Trabalho na Torá e Mitzvot

A pessoa deve almejar ser agraciada com a recompensa de uma Mitzva (mandamento/boa ação) (realizar uma correção). Isto significa que através da obediência às Mitzvot (correções) ela será recompensada com (deve exigir) a adesão ao Metzaveh (Comandante) (como é dito: “A recompensa para a realização de um mandamento é conhecer Aquele que o estabeleceu).
– Baal HaSulam, Shamati (Eu Escutei), Artigo nº. 227, ” A Recompensa pela Mitzva: a Mitzva

Quando a pessoa consegue dirigir-se à doação (beneficiar outro), esse ato é chamado de “uma Mitzva (boa ação)”.
Rabash, Os Degraus da Escada, “Com Respeito à Recompensa dos Receptores”

O trabalho na Torá e Mitzvot (corrigir o egoísmo através da Luz Superior) começa principalmente após a pessoa ter sido recompensada com o arrependimento pelo amor (ações que resultam do amor ao próximo). Só assim é possível se engajar na Torá e Mitzvot com amor e temor, como nos ordenam.
– Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot“, item 133

Quando A Luz Bate Para Entrar

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Introdução, Artigo “A Visão do Rabi Hiya”. Item 56: “Nesse momento, Ele golpeia 390 firmamentos, e todos se assustam e têm medo dele”. Essa é a alusão à Masach chamada de “firmamento”. … Não há 400, mas 390, pois faltam dez: Malchut de Malchut. É por isso que ele chama de “firmamento”, “390 firmamentos”.

O vaso da nossa alma é caracterizado pelo tamanho do desejo. Esse tamanho é chamado de “Aviut“. Se nós realizamos a Primeira Restrição sobre ele (Tzimtzum Alef), a Luz Direta (Ohr Yashar) vem a nós e nós a rejeitamos, levantando a Luz Refletida (Ohr Hozer).

A Luz Direta é igual ao desejo, porque o nosso desejo revela o grau da Luz ou do prazer que ela corresponde. Portanto, na realidade, a Luz não tem que “vir”. Agora, quando eu ainda não fiz uma restrição, eu não sinto que estou na Luz, no Criador. Mas, ao realizar a condição da Primeira Restrição, de imediato, sinto que estou na Luz.

Esta é a Luz Direta, que “vem” a mim. Ela me empurra, batendo para entrar, e a primeira coisa que faço é rejeitá-la, levantando a Luz Refletida. A Luz Refletida indica a rigidez da tela (Kashiut), enquanto que a Luz Direta indica sua Aviut. Nós estamos falando sobre a tela, pois ela é o elo entre a alma e o Criador, estando no meio deles.

O desejo em si, Malchut  dividido em quatro partes, cada uma contendo dez Sefirot, cada uma das quais também é composta por dez. Ao todo são 400. Não podemos corrigir a parte mais inferior, Malchut de Malchut, “o coração de pedra”. Suas dez Sefirot são excluídas da contagem geral e, portanto, há 390 Sefirot ou telas remanescentes que o Zohar chama de “firmamentos”.

A partir daqui, vemos que, para nos mantermos no fio da meada, temos que traduzir a linguagem do Zohar, que ainda é incompreensível para nós, para a linguagem dos termos Cabalísticos.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 23/12/10, O Zohar

Um Desejo Que Não Desiste

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Introdução, Artigo “A Visão do Rabbi Hiya”, Item 54: …São eles que perambulam diante da Divindade, que se senta sozinha, e que sempre espera que o Criador eleve a Divindade do pó. E aquele que não espera isso a cada dia nesse mundo, não tem nenhuma parte aqui.

Pergunta: Como é possível esperar a restauração da Shechina (Divindade) do pó a cada dia?

Resposta: “Cada dia” significa cada momento. Essa é a condição rígida, porque o mundo espiritual é perfeito. Em outras palavras, é quando um desejo perfeito reina dentro de você e você não pode deixá-lo sozinho.

Agora, quando o egoísmo reina dentro de você o dia inteiro, você não desafia seu poder. É assim que o desejo de doar reinará em você dia e noite, fazendo você aspirar à redenção de forma incansável.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 23/12/10, The Zohar

A Base De Todas As Correções

Dr. Michael Laitman“Introdução ao Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabbi Amnon Saba”, Item 37: A letra Bet entrou. Ela disse a Ele: “Ó Senhor do mundo, é bom para Você criar o mundo comigo, pois em mim Você está abençoado acima e abaixo, uma vez que Bet é Beracha (bênção)”. O Criador disse a ela: “Eu vou de fato criar o mundo com você, e você será o começo com o qual será criado o mundo”.

Pergunta: Por que o mundo foi criado especificamente com a letra Bet?

Resposta: Porque a letra Bet simboliza a bênção (Bracha), a Luz de Hassadim (Misericórdia). Ela não tem falhas. Além disso, não há outra lei, outra qualidade, com a qual a criação possa ser iniciada.

De que outra maneira pode-se descrever a diferença entre os desejos que servem ao Criador daqueles que não servem? Como as correções são realizadas se não pela Luz de Hassadim, uma vez que ela separa imediatamente aqueles que aspiram doar daqueles que aspiram receber?

Então, está claro para você como proceder da próxima vez. Nenhuma outra análise é mais clara e simples, uma análise que estabelece a base de novas construções. Sem Hassadim, sem aspiração pelo Criador, não seremos capazes de construir nada a partir da Luz de Hochma (Sabedoria).

Além disso, essa qualidade não tem limtes. A Luz de Hassadim, sem diferenciação, penetra em todos os mundos, do mundo do Infinito ao final do mundo de Assiya. Não há restrição nela. Não há restrição na doação.

Pergunta: Então, por que não sentimos a bênção no mundo?

Resposta: Não estamos falando do nosso mundo, mas somente da realidade espiritual. Ao desejar alcançá-la, eu preciso me abastecer na qualidade da misericórdia (Hesed). É graças a essa própria benção que eu construo meu mundo.

O mundo material é só um quadro imaginário em nossa percepção, provocado pela inconsciência espiritual. No estado inconsciente, o cérebro cria uma percepção ilusória da vida. Essa é a nossa existência.

Para despertar, devemos nos armar com a força de Hassadim, a qualidade da letra Bet, a bênção. Essa força só pode vir do Alto. Nós não temos controle sobre ela; ela não está incorporada em nós. Porém, se nós esforçamos bastante para obtê-la, recebemos o que desejamos.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 19/12/10, “Introdução ao Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabi Amnon Saba”

No Limiar Da Revelação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se nós estamos no estado mais inferior e não há nenhum lugar para onde continuar caindo, então que tipo de desenvolvimento de eventos falam as profecias do Baal Hasulam, onde ele escreve sobre a possibilidade de uma terceira e quarta guerra mundial e etc.?

Respost a: Isso é só a revelação do nosso estado, a revelação do mal, ao invés de uma subida. Se nosso estado pode ficar ainda pior, ele é simplesmente a revelação dos “pecadores”, isto é, dos Kelim ou desejos quebrados, ou Reshimot (registros de informação) que estão ainda mais quebradas.

Após a quebra no Mundo de Nekudim, nós estamos em um Kli ou desejo completamente quebrado, mas as Reshimot se revelam a partir dele gradualmente, passo a passo. Primeiro as Reshimot mais sutis são reveladas, e depois as mais grosseiras, até que no final, as piores Reshimot são reveladas.

Nós agora estamos na camada mais inferior desse desejo, onde as piores Reshimot estão se revelando. Essas Reshimot pertencem ao nível humano e são muito pesadas, razão pela qual os estados mais difíceis estão sendo agora revelados.

Porém, exatamente essas Reshimot podem nos despertar para a correção. Inclusive, se nós não as realizarmos corretamente, isso nos levará a grandes catástrofes. E mais, isso não é considerado correção, mesmo que em relação à espiritualidade a revelação do mal seja revelação, crescendo próxima.

Nós ainda estamos na escuridão. Se a escuridão começa a ficar mais esclarecida, já é a Luz brilhando e esclarecendo-a. Mas, se nós não esclarecermos nada, é a pior coisa possível.

Quando a Luz começa a brilhar no nosso estado atual, nós começamos a ver escuridão. Sentir a escuridão ainda é o lado oposto da Luz. Em aramaico “noite” é chamada “Orta”, que vem da palavra hebraica “Luz”. A Esscuridão é oposta à Luz, mas a própria Luz ilumina nossas falhas e por isso sentimos escuridão. Isso já é a revelação.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 22/12/10, Talmud Eser Sefirot

As Regras De Ferro Da Gramática Espiritual

Dr. Michael LaitmanPergunta: As formas das letras em hebraico estão conectadas às qualidades que elas simbolizam?

Resposta: Claro que estão. Essas letras foram descobertas por Adam HaRishon (o Primeiro Homem) depois que ele entrou no mundo espiritual. Por isso, daquele tempo em diante, os trabalhos Cabalísticos são escritos usando essas letras, ou em hebraico ou em aramaico (as letras são as mesmas). A língua é escolhida de acordo com as formas de expressão das ações do Criador: se uma ação da Luz é expressa, ela é registrada em hebraico, enquanto que se uma ação do Kli (vaso) é expressa, ela é registrada em aramaico.

As formas das letras, sua ordem e gramática, permaneceram imutáveis, uma vez que elas são definidas pelas Luzes de Hassadim (Misericórdia) e Hochma (Sabedoria), ou as duas forças, dois desejos: recepção e doação. A tela entre elas constrói todas as formas das letras.

Aqui, as regras de ferro são leis absolutas das dez Sefirot no trabalho. Malchut e Bina se conectam para alcançar Keter, e sua interação dá nascimento a 22 formas de conexão.

Elas são estipuladas pela Aviut (espessura), as três linhas, as qualidades das primeiras nove Sefirot às quais Malchut quer ser semelhante. Então, com a ajuda de várias combinações dessas formas, Malchut encontra auto-expressão e se assemelha à Keter completamente.

A Torá, da primeira à última letra, descreve-nos a Luz, mas da perspective dos vasos. Se você experimenta todas essas formas com seu desejo, com sua tela, com seus esforços, você se corregirá completamente.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 19/12/10, “Introdução ao Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabi Amnon Saba”

Convenção De Cabalá Em Berlin

Dr. Michael LaitmanDe 28 a 30 de Janeiro de 2011 haverá uma grande Convenção de Cabalá em Berlin, Alemanha. Eu aguardo esse evento e espero muito que todos nossos amigos europeus estejam lá, incluindo muitos principiantes.

É extremamente importante participar dessa Convenção, que será assistida por convidados da Europa Oriental e de outros continentes também. Eu recomendo e até insisto que se você ainda pensa que pode pular essa Convenção, pense novamente. Você irá se arrepender mais tarde. Vale à pena comparecer “aconteça o que acontecer”.

Nós passaremos alguns dias estudando, passando um tempo juntos, e discernindo muitas coisas. A Europa é o centro do mundo, o lugar onde todas as novidades costumam se originar. Agora, as pessoas da Europa precisam revelar o poder espiritual da sabedoria da Cabalá.

Para consolidar nossas forças e melhor a analisar o caminho e a meta para alcançá-la fácil e rapidamente, nós precisamos nos juntar durante esses três dias. Eu ficarei muito feliz de vê-los a todos. Vejo vocês em breve!

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 22/12/10, “Paz no Mundo”

Apaixonando-se Pelo Vencedor

Dr. Michael Laitman“Introdução ao Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabbi Amnon Saba”, Item 34: Explicação: Zayin [ז] é Yod [י] sobre Vav [ו]… como está escrito: “Uma mulher virtuosa é a coroa do seu marido”. Isso é porque ela está misturada com o mundo masculino, que é Vav, e, então, se torna a coroa sobre sua cabeça.

Cada letra é a coleção de numerosas qualidades e estados pelos quais a pessoa passa até que se manifeste a letra em si mesma e comece a trabalhar com ela. Zayin (ז), a sétima letra do alfabeto, é “uma coroa na cabeça do homem justo”, “uma mulher virtuosa”, Yod (י) sobre Vav (ו).

Imagine-se no lugar da filha do rei que está observando dois heróis lutando pelo direito de se tornar seu marido. O que ela sente ao olhar para eles? Agora, em essência, seu destino está sendo decidido. Será que alguém demonstra algum interesse em saber qual deles ela ama e se ela ama alguém afinal? Não. O vencedor se tornará seu marido pelo resto de sua vida; é isso aí.

Como uma pessoa com qualidades não corrigidas se sente em tal situação? Qual é a sua atitude em relação ao que está se passando? Enquanto isso, ela precisa se corrigir em tal medida que, no final, se apaixonará totalmente pelo vencedor. Portanto, como isso pode ser alcançado? Como a pessoa “se apaixona” pelo escolhido somente porque ele venceu?

Para isso, a pessoa precisa ascender acima da razão, acima dos sentimentos egoístas, dos relacionamentos pessoais e, de todo coração, apaixonar-se por aquele que está mais perto do Criador. Isso é o que Malchut tem que alcançar. Em outras palavras, é assim que a pessoa precisa se corrigir para concordar com o resultado da luta.

Possivelmente, esse exemplo vai nos ajudar a imaginar, sentir como nos corrigimos na qualidade da letra Zayin. A pessoa tem que ascender acima dos seus sentimentos pessoais de tal forma que seu amor pelo vencedor se torne absoluto.

Por um lado, a filha do rei não escolheu seu marido; mas, por outro, ele se tornará seu amado marido para o resto de sua vida.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 19/12/10, “Introdução ao Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabi Amnon Saba”