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A Letra Com A Qual O Mundo Foi Criado

Dr. Michael Laitman“Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “As Cartas do Rabi Amnon Saba”, Item 26: Ele lhe disse: “Tzadi, você é Tzadi, e você é Tzadik, mas você deve permanecer oculta. Você não deve se revelar tanto para que a criação do mundo comece com você, para não dar argumentos contra o mundo”.

Pergunta: Se as letras do meu nome apontam para uma Klipa (casca), eu tenho que mudá-lo?

Resposta: Nós não estamos falando do nome de alguém, mas sobre os nomes das ações espirituais, os Partzufim . As “letras” são as qualidades despertadas nos vasos pela Luz. Nós não discutimos a Luz em si, que é inatingível para a nossa percepção. Nós percebemos apenas as reações do Kli (vaso) que, em conformidade com a Luz, entra em um determinado estado.

Em todos os níveis, o desejo de desfrutar encontra aspectos positivos em 22 estados de Malchut, ou, em outras palavras, em 22 “letras”. E de fato é assim : Não há nada supérfluo na criação. Mesmo uma parte da Klipa, a força da impureza, pode reivindicar ser digna de se tornar a base da criação do mundo se a centelha de Luz repousa sobre ela.

O Livro do Zohar explica-nos que nem um único estado de Malchut é perfeito, exceto o que foi criado pela letra Bet. No entanto, mesmo Bet não é perfeita por si só, mas somente graças à sua dependência de Bina. É por isso que a letra Bet, em particular, é digno de criar o mundo por si.

Por outro lado, o resto das letras não apenas estão incluídas em Bina; eslas também estão conectadas à Malchut, que as impede de se tornar a base para a correção do mundo. Em todas as outras formas de conexão, com exceção de “Bet“, há uma deficiência que necessariamente dificultará o caminho.

Assim, cada letra é um símbolo do nível de semelhança de Malchut em relação à Bina. As palavras formadas com as letras são as ações das Luzes, correções concretas.

Não existe nenhuma conexão com os nomes dados pelos pais aos seus filhos em nosso mundo. Você pode alterar ou adicionar um nome; isso não causará nenhuma mudança na espiritualidade. Se nós fossemos capazes de influenciar o mundo com esses truques, já o teríamos levado à ruína há muito tempo.

As esperanças de mudar a realidade simplesmente re-organizando as letras do seu nome são fúteis. A realidade só mudará quando nós nos transformarmos, atraindo a Luz sobre nossas qualidades. Quando você se transforma, você transforma o mundo. Afinal, só os nossos Kelim estão mudando.

É dito: “Mude de lugar, mude a sorte”. “Lugar” é o desejo. Mude seu desejo e você realmente passará por transformações.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/12/10 , “Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabi Amnon Saba”

Cabalistas Sobre A Torá E Os Mandamentos, Parte 2

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Torá

A Torá refere-se à Luz vestida na Torá, ou seja, como nossos sábios disseram: “Eu criei a inclinação ao mal, e criei a Torá como tempero”. Isso se refere à Luz nela, uma vez que a Luz nela corrige.
– Baal HaSulam, Shamati (Eu Escutei), Artigo nº 6, “Suporte na Torá”

A Torá é o único tempero que anula e sujeita (deixa de usar) a inclinação ao mal (o egoísmo do homem), como nossos sábios disseram: “A Luz nela os corrige”.
– Baal HaSulam, “O Ensino da Cabala e sua Essência”

Avanço À Terceira Dimensão

Dr. Michael LaitmanA indústria do cinema e da televisão está migrando para imagens 3D. Nós também temos que abrir mão da percepção bidimensional superficial e começar a ver a profundidade da espiritualidade em nossa realidade.

Na minha percepção, há três dimensões: largura, altura e profundidade. Esta é a minha tela. Nesta tela tridimensional, eu vejo pessoas, animais, prédios, o sol, e todo o mundo que me rodeia.

Eu experimento tudo isso no meu desejo de receber. No entanto, ele não desenha a imagem do mundo para mim em uma superfície plana, mas em três dimensões, dentro de mim. Já que além desta imagem não há qualquer outra, eu a experimento como verdadeira e a única existente.

Esta imagem foi reunida durante a quebra das almas (Kelim, vasos), quando minhas partes se separaram de mim: o meu “eu” que é GE (Galgalta ve Eynaim) e, fora dele, meu AHP (Auzen, Hotem, Peh), que eu não percebo como meu.

Agora, finalmente, em vez das manifestações do meu AHP, eu começo a trabalhar com o grupo e a interagir com os amigos. Eles gravitam em torno de mim, e eu em torno deles.

Breakthrough Into The Third Dimension

Nós estamos tentando trabalhar em conjunto como se estivéssemos em Arvut (garantia ou responsabilidade mútua), e esta prática me ajuda a entender que o grupo, bem como tudo o resto, são meus realmente. Tendo alterado a minha atitude para com a “realidade” exterior, eu descubro que ela se aproxima de mim e “se derrama” de dentro para fora.

Assim, o grupo é uma espécie de laboratório, onde tentamos corrigir dentro de nós os desejos corrompidos (Kelim), de modo que eles voltem da profundidade perdida para a nossa realidade.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/11/10 , “A Questão da Shechiná”

Ficar Jovem Para Sempre

Dr. Michael LaitmanPergunta: Desde que comecei a estudar a sabedoria da Cabalá e entrei no grupo, tenho  sentido o quanto meu desejo por sexo e outros prazeres mundanos estão crescendo em mim. Como eu trabalho com eles?

Resposta: Está escrito: “Aquele que é maior do que seu amigo, seu desejo é maior do que ele”. Durante todo o curso da nossa história, nós nos desenvolvemos egoisticamente; o nosso ego tem crescido constantemente. No final, chegamos a um estado em que estamos utilizando todo o enorme egoísmo que este mundo contém.

Portanto, as pessoas se desesperam, entram em depressão e no abuso de drogas; terrorismo e outros infortúnios se expandem. Nós não sabemos mais o que fazer com nossas vidas. Agora, temos de dar um salto mais longe com o egoísmo maior a fim de alcançar o mundo espiritual e o Criador.

Staying Forever Young

Portanto, as pessoas que vêm para a sabedoria da Cabalá, pensam que agora serão como “anjos com asas”, como se as asas fossem a única coisa que lhes faltasse quando nenhum prazer mundano consegue satisfazê-las por mais tempo. No entanto, quando a pessoa começa a estudar, de repente ela descobre mais desejo por comida, sexo, viagens e outros prazeres corporais.

Por que isso acontece? O ego está aumentando, e não há nada que possamos fazer em relação a isso. A idade não importa. A pessoa pode ter 80 ou 90 anos de idade e ainda começar a ter desejos como um jovem teria. Eu não quero advertí-los, ou vamos nos transformar em um grupo de velhinhos. Mas, na verdade, não há salvação; em uma pessoa que estuda a sabedoria da Cabalá, todos os desejos devem continuar crescendo.

A base de todos os desejos é o prazer sexual, a raiz do qual é a adesão da Luz e do desejo (Kli, vaso), o acoplamento das partes masculina e feminina da criação. Por este motivo, a pessoa experimenta primeiro um aumento do desejo sexual a um grau tão elevado como nunca lhe acontecera antes.

Anteriormente, ela era uma pessoa estável, e todos os seus desejos estavam sob controle. No entanto, agora, eles se manifestam de uma forma tão grotesca que eles começam a se intrometer em sua vida normal. Tudo isso é verdade, e nós sabemos que, como uma pessoa que começa a estudar a sabedoria da Cabalà, todos os nossos desejos e tendências se renovam.

O que fazemos com isso? Como sabemos da sabedoria da Cabala, nós estamos proibidos de resistir aos nossos desejos. Não desafie diretamente a “inclinação ao mal”, como se estivesse prestes a combatê-la como um herói; você não vencerá. Apenas mergulhe nos estudos, no grupo, e conecte-se com eles com o melhor de sua capacidade, para que a Luz Superior possa afetá-lo mais fortemente. Só assim você será capaz de passar por isso, com todos os tipos de obstáculos ao seu redor.

Além disso, não há outra escolha. Tudo isso é projetado para purificar a intenção e os pensamentos, a fim de procurar em todos esses obstáculos, o ponto de ligação com o grupo, já que o seu livre arbítrio reside unicamente nele.

Você recebe tais estados para que possa organizar definitivamente a sua escolha, mesmo na base de todos os desejos por riqueza, sexo, família e outros prazeres do mundo corpóreo. Por este motivo, ligue-se ao grupo de modo mais forte e perceba a sua única livre escolha.

Você não tem o poder de lutar contra seus desejos. Não seja um tolo e comece uma guerra com eles. Afinal, você não é o responsável; esse não é o seu trabalho. Você recebe condições externas de modo que, com isso, você possa exercitar seu livre arbítrio de forma plena.

Isto deve ser entendido ao nos depararmos com qualquer situação em nossa vida. Aja normalmente em nosso mundo; não deve haver nenhuma mudança em casa, família, férias e saúde. No entanto, toda a sua atenção deve estar focada em sua única livre escolha.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 05/11/10, “A Liberdade”

Mostre Que Você Ama!

Dr. Michael LaitmanNós temos que entender que quanto mais tentamos nos aproximar uns dos outros, mais cada um de nós descobre que odeia os outros. Isso porque toda vez que eu me aproximo de você, eu descubro quão oposto você está de mim. E quanto mais eu me aproximo de você, mais eu abandono o lugar de onde eu vim quando estava sozinho.

Suponha que eu me aproxime de você, o que significa que eu me familiarizo cada vez mais com você. Quanto mais eu conheço você, mais o meu ódio por você cresce. Por quê? Porque eu compreendo mais o quão oposto você está em relação a mim. Isto representa um obstáculo ao progresso.

O segundo obstáculo é que, quanto mais eu me aproximo de você, mais longe fico de mim mesmo. A fim de me familiarizar com você, eu tenho que abandonar minhas qualidades e obter as suas.

Digamos que você seja um vendedor e eu um cliente. Você dá o seu preço e eu ofereço o meu, e gradualmente, nós barganhamos, até chegarmos a um meio termo. Mas quanto mais eu for na sua direção, mais longe eu me distancio das minhas palavras iniciais. Isso se torna cada vez mais difícil para mim, porque eu deixo a minha opinião anterior, a fim de me aproximar de você. Mesmo que você também se distancie da sua opinião, isso não me importa. Eu só estou preocupado comigo.

Assim, conforme eu me aproximo de você, eu descubro: 1) sua oposição, 2) o distanciamento de mim mesmo. Portanto, quanto mais nós avançamos e nos aproximamos do Criador, das correções, mais a nossa Aviut ou espessura do desejo aumenta, e o peso que sentimos também cresce exponencialmente. Isso se torna cada vez mais difícil para mim devido à compreensão de que você está em oposição a mim e que eu tenho que me distanciar mais de você.

Conforme nós avançamos, nós sempre adquirimos Kelim (vasos) adicionais, desejos pela correção, e os aumentamos. De repente, descobrimos que os desejos são muito maiores do que pensávamos antes. E isso é bom, porque assim eu tenho o que corrigir, e tenho muito mais do que antes. Antigamente eu pensava: “Quem se importa, eu preciso corrigir apenas 10 gramas”. Mas, de repente, eu descubro que não são 10 gramas, mas 50 quilos. No entanto, ao corrigí-los, eu ganho 50 quilos de Luz.

Pergunta: Então, quando acontece a correção?

Resposta: A correção acontecerá quando você rejeitar o grande ódio que sente e desprezar a grande separação de si mesmo, porque a coisa mais importante para você será se conectar comigo. Esta é uma rejeição de nós dois. Você quer existir no amor? Então mostre que você ama! Como? Ao rejeitar o ódio e desprezar a separação de si mesmo. No nosso mundo tudo é simples: você compra um anel para sua noiva e ela é sua. Mas na espiritualidade esta rejeição é muito difícil.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 20/12/10, Talmud Eser Sefirot

Um Novo Tipo De Humanidade Em Apenas 15 Anos

Dr. Michael LaitmanSe o mundo fornecesse hoje uma educação correta para a nova  geração, em 15 a 20 anos nós viveríamos no meio um novo povo, uma nova humanidade. Nós não teríamos que nos preocupar sobre o que fazer com os adultos. Começando com a idade de três ou quatro, nós educaríamos metodicamente  uma criança para que tivesse uma nova percepção, uma aspiração à doação.

Até a ruína do Primeiro Templo, toda a nação de Israel foi criada e vivia com essa idéia. Está escrito que, de Dan, no norte, à Beer Sheba, no sul, ou seja, em todo o país, não havia uma criança que não sabia o que significava “para receber” e “para doar”. Naqueles tempos, eles estavam seguindo o método recebido de Abraão após sua partida da Babilônia.

Com o tempo, nós teremos que fazer o mesmo, mas a oportunidade é-nos apresentada agora. No final, nós ensinaremos nossas crianças a conviver entre si, como estabelecer uma conexão, ser amigos, interagir e amar.

Nas condições atuais, isso é muito difícil, porque as crianças estão sujeitas ao sistema moderno de educação e todos os problemas que ele acarreta. No entanto, nós estamos tentando explicar a elas que “amar os outros como a si mesmo” é uma lei universal da natureza. Não há maneira de escapar dela. Resistir ou lutar com todas as forças, no final, só fará você se machucar. A história nos mostra como impérios caíram, e as nações vencedoras, após todos os seus triunfos, acabaram na sarjeta.

O egoísmo cego pensa que ter sucesso em uma competição traz lucro, troféus e poder: “Observe-me ser um herói!”. No entanto, olhando mais de longe, ou mesmo mais à frente, verifica-se que essa atitude não compensa. Nós somos naturalmente unidos, e precisamos de reciprocidade.

É por isso que nós adicionamos à educação moderna e profissional a regra do “amar ao próximo como amamos a nós mesmos”. Para alcançar isso, utilizamos várias formas, tais como jogos, músicas, palestras, debates e discussões, a fim de levar as crianças  à nova percepção da realidade.

Nós nos encontramos apenas no início da viagem. Esperemos que este ano consigamos organizar uma rede internacional de ensino que abrangerá todos os nossos grupos ao redor do mundo. Nós produziremos filmes, livros e folhetos educativos, trabalhos com psicólogos e outros especialistas e, em poucos anos, veremos como nossos filhos serão beneficiados.

Hoje, basta desenvolver e expandir uma educação saudável para que nossos filhos não cresçam com a lei da selva e se tornem misantropos, como é atualmente. Enquanto crescem, nossos filhos serão bem sucedidos em todas as áreas, tais como nas ciências, na preparação profissional,  e em sua atitude para com a sociedade e o mundo. Será assim porque eles serão internamente  equivalentes ao Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/10/10, “O Que Procurar Na Reunião de Amigos”

Quando Nós Alcançaremos O Infinito?

Dr. Michael LaitmanTudo o que nós sentimos e vemos ao nosso redor é apenas um jogo entre a Luz e o vaso (Kli), a Luz e o desejo. E como eles diferem em suas qualidades, no meio deles, há o mundo, a realidade que percebemos. Ela representa exatamente o que ainda nos falta para atingirmos o mundo do Infinito.

É por isso que a palavra “mundo” (Olam) significa “ocultação” (Alama). Todas as formas de vida que observamos ao nosso redor, ou seja, os níveis inanimado, vegetal, animal e falante,  tanto no mundo material quanto no espiritual, nos mostram a deficiência que precisamos “preencher” a fim de alcançar o Infinito.

Depois que todos eles desaparecerem, veremos apenas a Luz que preenche completamente todos os desejos, a esfera inteira; isto indica que alcançamos o estado corrigido. Até então, nós sentimos todos os tipos de formas, e isso significa que não corrigimos todos os desejos para nos tornarmos semelhantes à Luz, a qualidade de doação.

De Cabalá para Principiantes, “Percepção da Realidade” 20/10/10

Onde Eu Estou Neste Filme?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quem sou “eu”, e como eu posso me separar do “reality show”?  Se todos os meus pensamentos e sensações são simplesmente um “filme”, onde  eu estou?

Resposta: Neste momento, você não está preparado para separar-se do “filme” que está vendo porque você está dentro dele, dentro do puro desejo de desfrutar. No entanto, se você procurar viver dentro de ambos os desejos (o desejo de desfrutar e o desejo de doar), você dominará ambos os poderes: o poder do Criador e o da criatura. Se a Luz lhe iluminar e conceder sua qualidade de doação, você será capaz de notar a diferença entre você e o filme.

Hoje, você é incapaz de analisar seu próprio mundo, porque você tem apenas um desejo: o de receber prazer. Você não tem idéia se a Luz age em você ou não. Você é como um bebê que não sabe quem cuida dele e o que está acontecendo. O bebê chora porque se sente mal, mas ele ainda não sabe a quem dirigir seu grito de socorro.

De Cabalá para Principiantes, “Percepção da Realidade” 20/10/10

De Opostos À Perfeição

Dr. Michael LaitmanNukva (Malchut, a parte feminina) foi criada pelo desejo de receber prazer. Zeir Anpin (a parte masculina) foi criado a partir do desejo de doar. Zeir Anpin é o Criador (Kadosh Bar Hu) e Ele não tem o desejo de desfrutar. Ele só tem o desejo de doar e amar.

Nukva consiste inteiramente do desejo de desfrutar e, por isso, só é capaz de se tornar semelhante à parte masculina superando e suprimindo seu próprio desejo natural egoísta, restringindo e corrigindo-o. É assim que ela atinge a equivalência e a adesão com Zeir Anpin.

Portanto, todo o trabalho de  Nukva, a fim de alcançar a união com Zeir Anpin, reside em tomar um exemplo dele e ser sua  Nukva (parte feminina), ao invés de tornar-se igual a ele. Para Nukva tornar-se semelhante a ele significa estar oposta a Ele, “ajuda contrária a ele”. Isto é como duas formas interconectadas com formas curvas: quanto mais uma é côncava em uma região, a outra é convexa. Uma complementa a outra ao longo de todo limite entre as duas, quer por “protuberância”, ou seja, tendo alguma qualidade, ou “curvatura”, faltando essa qualidade.

Portanto, Nukva tem que permanecer “ajuda contrária a ele”. O trabalho dela é “contrário”; ela trabalha para que ambos possam atingir a meta. Quanto mais eles trabalham juntos, mais compreendem sua relação, seu objetivo comum, e a qualidade de cada um, que é oposta uma a outra.

O trabalho deles é complementar-se mutuamente. Eles encontram a perfeição apenas no terceiro elemento, o Criador (Bina), a quem ascendem ao unir-se em ZON somente em prol de ascender à Bina. A perfeição só é possível se eles adquirem uma conexão com Bina em sua união mútua.

Aí reside um ponto muito tênue e fundamental sobre a natureza do Criador e a natureza da criação. Para a criação, tornar-se semelhante ao Criador significa apenas completar-se perante o Superior, ao invés de tê-Lo como exemplo e  tornar o mesmo que Ele. Eu sou semelhante a Ele através da doação, mas sou eu quem me assemelho a Ele com base em minhas qualidades, minha natureza.

Portanto, a criação continua “ajuda contrária”, e é justamente graças a isso que cada um deles alcança a perfeição, independência, e seu próprio status, e ambos são dignos de respeito. A criação não se dissolve ou desaparece no Criador, mas complementa-O com sua oposição. E o Criador se revela precisamente em virtude da criação.

Com Sua “concavidade” ou a falta de qualquer qualidade, o Criador dá à criação a oportunidade de expressar-se e complementá-Lo com sua “convexidade”, a presença desta qualidade (como uma tomada elétrica e um aparelho conectado a ela), e vice-versa. É assim que eles agem juntos.

Ao completar-se mutuamente dessa forma eles alcançam a perfeição mútua. Um não pode viver sem o outro. O criador precisa da criação e a criação precisa do Criador. Somente através da complementação mútua, no meio deles, é que eles alcançam a perfeição.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 19/12/10, Talmud Eser Sefirot