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Uma Mãe Feliz De 7 Bilhões De Bebês

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se eu aceitar os desejos dos outros como meus, isso não significa que, juntamente com seus prazeres, eu também receberei todo o seu sofrimento, por toda a humanidade? Eu vim receber um prazer que não é deste mundo. Por que eu preciso de um sofrimento extra?

Resposta: Você não recebe o sofrimento dos outros, mas seus desejos. Como você pode desfrutar preencher  os desejos dos outros, se eles não estiverem vazios primeiro? Você tem que sentir o vazio.

Obviamente, não é agradável ter desejos vazios. Mas se você adquiri-los a fim de preenchê-los, você estará feliz que eles estejam vazios! Isso significa que você tem a oportunidade de preenchê-los! É como uma mãe que está feliz por ter preparado tanta comida e seu filho faminto a está comendo bem.

Portanto, não há sofrimento aqui, mas só prazer! É como se houvesse uma boa refeição diante  de você e você desperta o apetite em si mesmo antes da refeição. Afinal, esta é a única coisa que lhe falta, a fim de recebê-lo.

A Luz está em repouso absoluto e nós estamos em um oceano de Luz. Quanto mais você receber dos outros os vasos ou desejos vazios, mais você será capaz de preenchê-los com a Luz e toda essa satisfação será sua! Isto é o que a ciência da Cabala ensina. Ela é “a sabedoria da recepção” ou realização.

Você é como uma mãe que tem sete bilhões de bebês famintos e leite suficiente para todos eles: toda a Luz do Infinito. Você consegue imaginar que prazer é esse!?

Da  4ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/12/10, “A Liberdade”

Tempo = Movimento = Lugar

Dr. Michael LaitmanTalmud Eser Sefirot, Volume 3, Parte 8, Questão 36: “Lugar”. Tempo, movimento e lugar local têm praticamente a mesma idéia, a qual determina a mudança relativa e a renovação da forma (desejos). No entanto, quando nós estamos falando do fim da descida dos níveis, isso é chamado de mudança de “lugar”, ao passo que quando estamos falando de causa e efeito, é chamado de “fim dos tempos”.

Por que o tempo, o movimento, e o lugar têm praticamente a mesma noção? Porque eles são mudanças que estão ocorrendo em nossos desejos (Kelim). O desejo de desfrutar sofre mudanças. Porém, por que eu penso e sinto uma mudança como o fluxo do tempo, e outra como uma mudança de lugar, de movimento? Por que eu percebo tudo o que acontece como mudanças no tempo, movimento e lugar?

O movimento não é um lugar? Afinal, se eu mudo de lugar, isso significa que estou em movimento. No entanto, segundo me disseram, “Não, esta é uma categoria completamente diferente”. Entretanto, todas as categorias são mudanças que ocorrem no desejo de desfrutar. Em relação a quê? Somente em relação à qualidade de doação que ele tem, ou seja, no grau de sua inclusão em Bina .

Malchut pode ser incluída em Bina de três formas, que são chamadas de “tempo, movimento e lugar”. Elas dão à Malchut diferentes sensações. De que tipo? Quando nós estamos falando da ordem de descida dos níveis, ou seja, das sucessivas mudanças de estados, isso é chamado de mudança de “lugar”, quando o nível ou os estados internos da pessoa mudam. Enquanto que, quando estamos falando de causa e efeito, do que acontece primeiro e o que acontece depois, isto é, que não é o lugar que muda, mas a sua ordem, isso se chama “ordem de tempo”. E se falamos de que tipo de estado esteve presente em cada lugar, isso é chamado de “lugar”.

Da 2 ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/12/10, Talmud Eser Sefirot

A Ciência Que Estuda O Criador

Dr. Michael LaitmanÉ um problema que a pessoa só possa estudar o que está abaixo do nível humano (falante): os níveis inanimado, vegetal, e animal do desejo de receber. Ela é incapaz de separar e estudar o desejo do nível humano, porque ela não é semelhante ao Criador.

O nível humano é considerado como a “parte divina do Alto”. E essa parte agora é invisível para você ; portanto, você é incapaz de estudá-la.

O desejo do nível humano é chamado de alma; é a matéria da alma. A matéria é o desejo de desfrutar, e sua forma é sua equivalência com o Criador. É exatamente isso que os Cabalistas estudam: onde Ele e eu somos parecidos, de que maneira, em que níveis e em quais condições?

A sabedoria Cabalística estuda como a matéria do desejo de desfrutar adquire a forma do Criador; é quando ela pode ser chamada de alma. Ela é chamada de “alma” (Neshamah) porque este é o grau mais elevado de equivalência com o Criador que somos capazes de alcançar antes da correção final (Nefesh – Ruach – Neshamah).

Essa limitação existirá nessa ciência até que todas as pessoas se envolvam nela, quando, finalmente, todos nós seremos capazes de estudá-la em um nível muito mais elevado.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/10 , “A Serva que é Herdeira de Sua Senhora”

De Aprendiz A Mestre

Dr. Michael LaitmanPergunta: Ao estudar Cabalá, como eu posso ter certeza de que não “filosofo” sobre conceitos que ainda não atingi realmente, tais como amor, adesão, união e doação?

Resposta: Se a pessoa estuda a sabedoria Cabalística a partir das fontes autênticas, ela recebe instruções apropriadas, apega-se ao professor (um Cabalista verdadeiro) e, assim, não consegue fantasiar. Ela só pode comparar-se com a Luz que Corrige.

Ela já está desenvolvendo a abordagem correta e sabe que essa é a única fonte de vida. Ela aprende a fim de atingir o desejo de doar, atraindo assim a Luz. Embora ela não tenha vindo para estudar o mundo espiritual genuíno, ela, no entanto, está trabalhando com o grupo como em um laboratório.

No grupo você descobrirá quão egoísta você é. Por outro lado, você atrairá a Luz Superior, que começará a brilhar em você de longe, fazendo com que você veja suas propriedades opostas à Luz. Você sofrerá, porque desejará ser como a Luz, mas perceberá que não pode. Esta tensão, a diferença entre o desejado e o real, o levará a uma explosão, e você orará ao Criador por ajuda. É quando você receberá a força da doação.

A partir desse momento, você se tornará um Cabalista e começará a explorar o mundo espiritual. Você será capaz de provar, em pequena escala, o que diferencia as forças de recepção e doação. 

Você se tornará um cientista pesquisador, explorando a si mesmo e o Criador, que na verdade é a mesma coisa. Isso será possível já que vocês compartilham uma “área” comum, que estará ao seu alcance. Assim, você terá a oportunidade de explorar a espiritualidade, o nível “humano”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/10 , “A Serva que é Herdeira de Sua Senhora”

A Segunda Força

Dr. Michael LaitmanPara explorar a doação, nós temos que obter uma segunda força. Os níveis inanimado, vegetal, e animal são formados de matéria egoísta; portanto, nós somos capazes de usar nossa própria natureza egoísta para explorá-los. Nossos instrumentos estão afinados em sua “escala”.

Mas o nível humano (falante) é um grau semelhante ao Criador, e é por isso que eu preciso de uma força espiritual para explorá-lo. Então, eu serei capaz de estudar minha matéria comparando-a com o Criador, um contra o outro.

Portanto, antes de eu ganhar a força de doação, não sou um verdadeiro Cabalista. Cabalista é aquele que trabalha com duas forças enquanto explora o Criador. Ele não explora a si mesmo; ele estuda o Criador, que revelou-lhe tudo. Ele continua a mergulhar mais fundo Nele com a ajuda da força da doação. Quanto maior a força, mais ele ganha e compreende, tornando o seu desejo de desfrutar equivalente a essa força.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/10 , “A Serva que é Herdeira de Sua Senhora”

Um Bilhete Para O Mundo Espiritual

Pergunta: Será que eu deveria decorar os diagramas do Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot), ou deveria fazer um esforço para experimentá-los dentro de mim, sem qualquer compreensão?

Resposta: Se você verificar o nosso arquivo, você verá os diagramas do Rabash. Se você abrir os textos escritos por outros Cabalistas, até mesmo “O Livro da Criação” (Sefer Yetzirah) ou os manuscritos do  ARI, você também verá diagramas. Se você abrir O Livro do Zohar, não existem quaisquer desenhos nele, mas você encontrará vários gráficos.

A Cabalá é uma ciência. Nós estamos explorando um novo mundo, cheio de forças diversas, e queremos saber a fórmula pela qual estas forças estão mutuamente interligadas em cada estado, em cada lugar. Se nós aprendermos sobre estas combinações de forças, seremos capazes de alcançar o mesmo estado através da obtenção da tela.

Suponha que eu tenho uma tela, a força, ou a energia de desejar pedir pela força; então, eu receberei o conhecimento, a força e o exemplo do Partzuf superior. Eu preciso de todos os três componentes: o conhecimento, a força e o exemplo. Diante de mim (o Partzuf inferior) está o Partzuf  superior. Este Partzuf superior demonstra um exemplo para mim, trazendo a parte inferior do seu Partzuf  até eu (Raglaim, membros inferiores).

Como o artigo do Rabash (“Inclusão dos Atributos de Misericórdia e Julgamento”) descreve, o Partzuf superior me traz a escuridão, mas ele me permite definir claramente o que devo acrescentar, de modo que comece a iluminar como a Luz. É assim que nós trabalhamos.

Nós residimos em um cosmos de forças que agem de acordo com certas leis, e devemos fazer o nosso trabalho com absoluta precisão, sabendo quanto receber de um lado ou de outro, como subir e descer, como estabelecer uma conexão e com quais qualidades. Tudo isso é acompanhado por experiências, impressões, e descobertas extremamente poderosas, mas, ao mesmo tempo, por um conhecimento claro e preciso.

Em nosso mundo, eu posso apreciar e desfrutar música, mas é impossível comparar a minha impressão com a de um músico, que experimenta a música em suas emoções e mente, sentindo-a muito mais profundo do que sou capaz de fazer. Se as pessoas abordam isso corretamente e tentam não depreciar egoisticamente o trabalho dos outros, elas se tornam mais hábeis no assunto. Consequentemente, elas aproximam sua mente de seus sentimentos, e a mente melhora os sentimentos. Mas, em nosso mundo, a mente normalmente excede os sentimentos, porque suas raízes estão no ego, e nós desejamos menosprezar os outros.

No entanto, isso é diferente na espiritualidade. Nós podemos obter impressões enquanto olhamos para os diagramas, mas um diagrama me dá a chance de entender a relação entre as forças espirituais e suas qualidades; ele não reflete o objeto em si.

Se eu olhar para um diagrama onde Abba ve Ima é vestida de Peh até o Chazeh de Arich Anpin, eu não recebo essa impressão. Mas ele me dá a oportunidade de ser impressionado por isso, se eu souber o que significa Arich Anpin, quais são suas qualidades de Peh até o Chazeh (visto que eu as experimento), quais são os atributos de Abba ve Ima, o que eles podem receber de Arich Anpin ao serem vestidos nele, como eles reagem, e assim por diante.

Um diagrama é semelhante a uma fórmula inanimado, uma vez que são apenas letras. Tudo depende do que você traz para estas cartas, que essência. Portanto, temos que saber os esquemas básicos.

O Baal HaSulam escreve que não podemos existir neste mundo sem um conhecimento básico dos processos que ocorrem nele. Da mesma forma, não podemos existir no mundo espiritual sem um conhecimento básico do mesmo.

No mundo físico, nós devemos terminar a escola, a fim de interagir com o mundo e as pessoas corretamente; somente desse jeito podemos entrar no mundo espiritual e navegar dentro dele. Não há outra maneira. Todos devem ter o mínimo de conhecimento básico. Ele dá à pessoa o  empurrão inicial para que ela entre na espiritualidade.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/10, Talmud Eser Sefirot

Os Contornos Das Combinações Espirituais

Dr. Michael LaitmanPergunta: Até que ponto as letras descem no processo de criação dos mundos?

Resposta: Elas descem até as sete Sefirot inferiores de Bina (ZAT) e se estabelecem em YESHSUT. Aqui, há nove letras, começando com Aleph (א) e terminando com Tet (ט).

Abaixo, em Zeir Anpin, existem nove letras, de Yod (י) a Tzadi (צ). E, em Malchut, há as quatro últimas letras: Kuf (ק), Resh (ר), Shin (ש) e Tav (ת).

Essa ordem deriva da Segunda Restrição (Tzimtzum Bet), quando Malchut ascende exatamente até  ZAT de Bina (sete Sefirot inferiores Bina ), levando para lá seus Kelim (desejos, vasos), seu desejo de receber. Ela não pode subir mais alto. Consequentemente, as qualidades de Bina e Malchut (doação e recepção) se misturam, formando o contorno das letras. Misturadas, as forças de Malchut e Bina se mesclam e criam diferentes formas de inclusão mútua, suas combinações.

Por que existem apenas 22 formas e não mais? De acordo com as leis da Segunda Restrição, nós não empregamos Malchut em si, mas apenas uma conexão dela com Bina. Em Bina e Zeir Anpin, há dez Sefirot, cuja Sefira Malchut é proibida de ser usada. Assim, apesar de tudo, existem 18 Sefirot “viáveis”. Além disso, quatro Sefirot de Malchut revestem-se em Zeir Anpin, o que totaliza 22.

Além disso, existem cinco formas (MaNTzePaCh) pertencentes ao Parsa; elas são formas diferentes de certas letras, quando estas estão no final de uma palavra. Todo o processo de formação da letra ocorre no mundo de Atzilut, onde elas são chamadas para realizar a doação ao mundo de BYA (Beria, Yetzirah, Assiya) e as almas quebradas.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/10, “Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “As Letras do Rabi Amnon Saba”