Textos arquivados em ''

A Apresentação Do Criador

Dr. Michael LaitmanA Luz é certo evento nos vasos (Kelim), a reação deles. A Luz, por si só, não existe, como o Baal HaSulam nos explica no artigo “A Essência da Sabedoria da Cabalá”. Nós experimentamos apenas a reação do Kli (vaso) a alguma coisa. A reação do vaso ao fator estimulante é chamada de “Luz”. Ou seja, ela é uma reação.

Nós não alcançamos a Luz em si. Sua essência está fora do alcance. Nós conhecemos apenas as formas adquiridas pelo Kli após o impacto da Luz. Nós percebemos cada um de nós da mesma maneira. Você está realmente familiarizado comigo e me compreende? Você sabe quem eu sou? Na verdade, eu não estou nem familiarizado comigo mesmo; é impossível.

Apenas o seguinte é possível: cada um percebe o outro a sua própria maneira, colocando a imagem do outro junto da sua própria reação interna. Portanto, como está escrito: “Cada um julga de acordo com suas falhas”. Baseado nisto, podemos entender que o melhor que podemos fazer é ir “para o lugar”. Mas o que é esse lugar?

Nossos desejos não corrigidos se deparam com um exemplo, uma ilustração visual do Kli corrigido. Chama-se Elokim (Deus) ou ZAT de Bina (sete Sefirot inferiores de Bina). Estamos falando do desejo de aproveitar que surgiu na segunda fase (Bina) e que deseja doar, para se tornar semelhante a Keter .

Isso é o que chamamos de início da criatura, “a apresentação do Criador”, que demonstra o que significa estar em doação, receber a fim de doar. É isso que a parte inferior de Bina faz ao doar em relação aos outros. Nós queremos alcançá-la, aprender com ela como receber prazer do Criador, e transmití-lo.

Nós só podemos doar o que recebemos do Criador. A quem doar? Nós doamos aos outros. Assim, do amor ao próximo, nós ganhamos amor pelo Criador por meio desse mesmo “local”, ZAT de Bina .

Todas as nossas ações no caminho até ela representam Mitzvot (mandamentos), que definem a relação entre o homem e o Criador (“Makom” em hebraico, significa “lugar”). Este é o lugar da revelação, da doação, da união e da garantia.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/12/10 , “Introdução do Livro do Zohar”, Artigo “A Mãe Empresta Roupas Para Sua Filha”

Equilíbrio Na Sociedade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que haverá um resultado positivo se nós afetarmos outras pessoas, a maioria das quais não desejam o crescimento espiritual, através do nosso exemplo, facilitando assim as boas relações e a comunicação na sociedade como um todo?

Resposta: Sim, quando nos tornamos um exemplo, isso terá um impacto positivo em  toda sociedade. O Baal HaSulam descreve isso em seu artigo “A Futura Geração”. Se hoje toda a sociedade decidir que não podemos mais existir na forma egoísta e que devemos começar a considerar o outro, será uma enorme correção.

Você pode perguntar: “Se uma pessoa normal faz isso sem ter o objetivo de revelar o Criador e doa a Ele, isso não repetirá a experiência infeliz da Rússia socialista?”. No entanto, em nossos tempos, existe um grupo Cabalístico praticando a doação e a disseminação da Cabalá, e todos que desejam uma maior consciência podem se juntar a nós.

Como todos os outros, basta que eles ajudem e nos apoiem, como fazem as pessoas que geralmente não gostam de estudar e carregar suas mentes com conhecimento. Se há um equilíbrio na sociedade, em que uma de suas partes (como a “cabeça”, que mantém a intenção) atrai a Luz que Corrige a todos por si mesma, e a outra parte realiza algumas ações complementares, então nós podemos conseguir um grande êxito.

Vamos esperar que tenhamos êxito. A humanidade inteira é concebida como uma pirâmide, e de acordo com ela, é exatamente assim como tem que ser. Apenas alguns são responsáveis pela conexão com o Criador e atraem a Luz às massas (veja o artigo do Baal HaSulam “A Futura Geração”).

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá10/12/10, “A Liberdade”

Quando Eu Me Anulo, Eu Cresço

Dr. Michael LaitmanO ato de anular-se caracteriza todo o caminho da evolução espiritual. Em cada fase, a criatura anula seu desejo, criado como “existência a partir da ausência” (Yesh mi Ain), e utiliza-o para tornar-se equivalente ao Criador.

No princípio, ela se anula como um ponto, a fim de obter uma enorme carência. Para quê? Para ter um Kli (vaso) adequado para o Criador. Na segunda etapa, ela anula sua carência e se eleva acima dela.

A renúncia do desejo significa atravessar a  Machsom (a barreira que nos separa da espiritualidade). Tendo subido, a criatura se liberta do desejo e, conseqüentemente, passa para a próxima fase.

Lá, a criatura renova o desejo e até começa a receber prazer nele, não para a auto-satisfação, mas para agradar ao Criador que a ama, demonstrando assim seu amor a Ele. Em outras palavras, durante toda a sua ascensão sobre os degraus da escada que conduz ao Gmar Tikkun (o fim da correção), a criatura renuncia a si mesma.

When I Nullify Myself, I Grow

Acontece que a auto-anulação é o meio, o ato e o resultado, tudo ao mesmo tempo. Com sua ajuda podemos avançar na escada de valores, até alcançarmos o valor final, quando a auto-anulação atinge um grau tão elevado que resulta em tornar-se equivalente ao Criador.

Paradoxalmente, é através do ato de renúncia, quando eu anulo meu ponto de ‘existência a partir da ausência’, que eu alcanço o status do Criador. Usando isso como base, eu cresço, afetado pelo impacto da Luz sobre ele.

Em nossa vida corporal, nós não sentimos o Criador, nem percebemos as forças espirituais ou compreendemos o propósito da criação. Portanto, diante de quem nós podemos nos anular? Eu me anulo diante do grupo, ou seja, do professor, dos textos Cabalísticos, e das pessoas que desejam o mesmo objetivo que eu. Eu me anulo em relação a eles, não em relação aos desejos deste mundo que não estão relacionadas com o desenvolvimento espiritual.

Eu me dissolvo no grupo como se eu não existisse. Eu mantenho apenas a segunda parte (Ain, a ausência) do meu ponto da “existência a partir da ausência” (Yesh mi Ain) e copio seus pensamentos e sentimentos, desconsiderando os meus próprios. Ao fazer isso, eu entro no sistema espiritual e começo a receber as Luzes Circundantes que me elevam ao mundo espiritual.

De Cabalá para Principiantes, “Auto-Anulação” 06/12/10

O Meu Trabalho É Parte Do Trabalho Comum

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual deve ser a preocupação de cada um durante a lição: a pureza do seu trabalho espiritual ou apenas a união?

Resposta: Não basta estar preocupado de forma esquemática com a união em geral. Como o Baal HaSulam escreve, nós devemos construir a união entre Israel, a Torá e o Criador.

Nós estamos em um estado onde todos juntos decidem tudo. Cada pessoa adiciona seu “centavo” ao desejo comum do grupo e recebe dele a aspiração ideal para a oração. Então, sua oração pessoal, mais uma vez se derrama na unidade da oração comum.

O trabalho individual sempre combina com o trabalho comum: a pessoa completa o todo, e também se completa com o todo. Como resultado, nós formamos uma única oração, sobre a qual está escrito: “Os filhos de Israel clamaram a partir do trabalho”.

Para alcançar isso, a meta deve ser extremamente importante para nós, de modo que não a troquemos por nenhuma “realização” ou conhecimento teórico. Nós não estamos satisfeitos com o ritmo tranquilo do cotidiano, porque no ritmo atual, podemos continuar “avançando” por mais mil anos. Não estamos satisfeitos com o sucesso na disseminação, porque esta é, obviamente, apenas um meio. Não importa quão grande sejam nossas realizações, não podemos considerá-las como a meta de nossas vidas, nem mesmo temporária ou intermediária.

Não podemos nos acalmar com os resultados do nosso trabalho e esforços, esperando que eles façam o trabalho com o tempo. Em vez disso, a pessoa deve imediatamente mudar seu olhar para a coisa mais importante e colocar a verdadeira meta diante de si: a revelação da qualidade do Criador, a qualidade de doação dentro dela. Devemos exigir isso de forma inequívoca e sem descanso. Qualquer interrupção prejudica a pessoa e sua conexão com o Criador. Portanto, este é o lugar onde a oração comum é necessária, que é capaz de ser constante.

Nós temos que entender que é preciso grandes esforços para entrar no mundo espiritual, mas eles não são tão difíceis de serem feitos no grupo e depende apenas do nosso acordo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/12/10 , O Zohar

O Programador Dos Desejos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você disse que a primeira ação de correção é discernir todos os meus desejos, a fim de compreender quais deles estão sujeitos à correção. Você pode dar um exemplo desses desejos? Como eu faço o esclarecimento dentro de mim? Como eu sei o que está sujeito à correção?

Resposta: Você tem que perceber isso no grupo. Comece a sintonizar-se com o grupo com todas as suas qualidades, desejos, inclinações e sensações internas. Depois, dê uma olhada e veja: Qual deles é a favor e qual é contra? Qual lhe ajuda mais nesse trabalho e qual lhe ajuda menos?

Não preste atenção ao “gosto” que você sente no processo, se ele é “amargo ou doce”, ainda que isto possa ajudá-lo. Pelo contrário, primeiro preste atenção ao “verdadeiro e falso”: o que você pode usar para se conectar com os amigos, e o que você não pode usar?

Então, você perceberá isso. Você começará a revelar qualidades e desejos dentro de você que você não havia percebido antes, e nem sequer suspeitava que existissem. Estes são os desejos da quebra (dos vasos). Em nossas vidas normais nós não trabalhamos com os desejos ou Kelim quebrados, pois não pretendemos nos unir com os outros.

Os desejos da quebra são apenas aqueles que nos ajudaram a ser “como um homem com um coração” em nossa raiz, que depois quebraram e agora estão presentes em nós. Comece se unindo com os amigos e você começará a revelar que estes desejos estão presentes dentro de você. Se você não sentir esses desejos, isso significa que você ainda não começou a se unir com o grupo. É por isso que você ainda não sente quantos desejos você tem dentro de si que se opõem à união, ou, em outras palavras, que estão em um estado quebrado.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/12/10 , Talmud Eser Sefirot

Como Ganhar Confiança E Liberdade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Desde que eu comecei a estudar Cabalá sinto-me tão pequeno, como se eu fosse um pequeno embrião, e sinto-me cada vez menos confiante como o passar do tempo. Quando eu terei a confiança verdadeira nesta força única que controla todo o universo, organiza todos os problemas para mim, e é minha única fonte de apoio?

Resposta: Geralmente, a pessoa descobre a confiança na religião, quando acredita que existe um Criador que é bom, que vai cuidar dela, e a quem ela pode confiar. Essa visão de mundo localiza-se no interior da pessoa e a apoia, razão pela qual os Cabalistas não falam abertamente contra a religião.

No entanto, chega um momento em que um novo desejo desperta na pessoa e ela já não pode ser acalmada pela fé cega do passado. Ela se desenvolve e supera-o. Ações tradicionais já não bastam para ela; ela quer conhecer o Criador!

O ideal é que nós ascendamos da religião (Dat) ao conhecimento (Daat) e percebamos o que está escrito: “Conhecer o Criador”. Entretanto, na realidade, isto não está acontecendo.

Na realidade, isso só é possível conectando-se com um grupo Cabalístico. Não há outro meio. O grupo deve ser o lugar onde você pode alcançar o Criador, a qualidade de doação.

A sensação de insegurança vem somente da falta da qualidade de doação. Assim que você estiver pronto para doar, você sentirá uma total confiança e adquirirá a liberdade de si mesmo! Porque a doação é Bina.

Então, você viverá sem medo e sua única preocupação será: “Quando eu alcançarei os feitos dos antepassados através das minhas ações? Quando serei capaz de doar ao Criador?”. Em outras palavras, quando ascenderei ainda mais alto que Bina?

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/12/10, “A Serva que é Herdeira de Sua Senhora”