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Cabalistas Sobre O Estudo Da Cabalá, Parte 12

Dr. Michael LaitmanQueridos amigos, por favor, façam perguntas sobre essas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Oposição ao Estudo da Sabedoria da Cabalá

Enquanto a ortodoxia insiste em dizer: “Não! Somente Guemará e Mishná, sem lendas, sem ética, sem Cabalá, e sem investigação”, ela se diminui por si mesma. Todos os meios que ela usa para se proteger, sem tomar a verdadeira poção da vida, a Luz da Torá em sua internalidade, além do tangível e óbvio – o revelado na Torá e Mitzvot – são totalmente incapazes de conduzir à sua meta em todas as gerações, e especialmente na nossa geração, a menos que acompanhada pela expansão de muitas raízes espirituais (para alcançar a meta).

– Rav Kook, Igrot (Cartas), Vol. 2, 232-233

E Se Eu Não Entendo Nada?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Durante as partes da aula onde estudamos O Zohar e o TES (Talmud Eser Sefirot), eu experimento uma tremenda dificuldade em entender qualquer coisa. Qual é a correta abordagem do conteúdo, de modo que ele me ajude a fortalecer a união entre nós?

Resposta: O Baal HaSulam e o Rabash escreveram artigos, cartas, e outros textos semelhantes. Além disso, o Baal HaSulam escreveu um comentário sobre O Livro do Zohar, O Estudo das Dez Sefirot (TES), o “Prefácio à Sabedoria da Cabalá” e o livro Beit Sha’ar HaKavanot, os quais são as principais fontes das quais somos nutrimos.

Eu desenhei uma linha divisória entre eles por uma simples razão. Nós usamos os livros acima mencionados como um instrumento para atrair a Luz (Segula). E nós lemos os outros trabalhos não só para atrair a Luz, mas também para entender o conteúdo. No primeiro caso, o entendimento desempenha um papel complementar, enquanto que no segundo caso ele é o principal.

What If Do Not Understand Anything

O Livro do Zohar não deixa nada para a mente se agarrar. Às vezes, ele explica algo ou fornece uma dica, embora nós não a precisemos especialmente. No final, nós precisamos de um método chamado “a Torá”, uma vez que a Luz que ela oculta nos corrige. Assim, não importa o quanto você entenda. Não é o sábio quem aprende. A inteligência não tem um papel aqui.

Algumas pessoas anotam cada palavra, o que é bom, desde que isso as ajude a conectar-se com a fonte de forma emocional, no desejo. Mas, se tudo é determinado pela mente, isso não tem importância. Nós não estamos na universidade, e dos estudo você não vai aprender nada execto o desejo de doar, a conexão com os outros, e o amor. Somente isso permitirá que você sinta o material, uma vez que o homem é um desejo, um vaso de sensação e percepção.

A mente é impotente; ela é um mero meio para se dirigir e fortalecer o desejo.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 15/11/10, “A Essência da Religião e Seu Propósito”

Governo Coletivo E Individual

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é o governo coletivo e individual?

Resposta: Na realidade, nós vivenciamos a essência do que é o desejo de desfrutar, a força da recepção. Além disso, a força da doação, a força da Luz, age nesta realidade.

Qual é a fórmula de sua interação? Suponha que uma força é X e a outra Y, e ambas são equilibradas por um quociente K. Na verdade, a fórmula é esta: As duas variáveis, X e Y, são o desejo de receber e doar prazer, respectivamente, e a tela, K, está entre elas.

No princípio da nossa realidade, o desejo de receber prazer (0) se opõe ao desejo de doar (1). No entanto, no final, após a conclusão da 125ª ação espiritual, eles se tornam iguais (1-1).

Collective And Individual Governance

 Assim, a fórmula é simples: a partir da oposição mútua, nós temos que levar esses desejos à equivalência das qualidades. O desejo de receber tem que adquirir o atributo de doação.

Agora, nós conhecemos a regra e o seu resultado. A questão é que duas forças opostas, mas que atuam uma sobre a outra, agem na realidade, e cada instante de sua interação deve levar ao resultado final, da forma mais eficiente.

Portanto, a Natureza age em tudo o que existe de acordo com a regra da “mínima entrada com a máxima saída”. Este mecanismo nos afeta, e ao sofrer os efeitos do seu impacto, nós os consideramos como “governo”.

O governo pode ser individual ou coletivo. O indivíduo se dedica à cada célula do organismo e define como certa parte deve avançar, adquirindo sua forma individual para ajustar o avanço do sistema coletivo. Nós podemos ver este tipo de governo no exemplo da formação gradual dos órgãos de um embrião. Seu corpo cresce de acordo com o governo coletivo, o qual estabelece a ordem de desenvolvimento de todas as outras partes.

Assim, a partir do governo geral, os laços do indivíduo se ramificam, conectam-se com cada parte em seu respectivo lugar, de acordo com o seu papel no processo da evolução coletiva. Desse modo, o programa comum de desenvolvimento direciona os programas individuais que nos governam.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/11/10, “A Essência da Religião e Seu Propósito”

Uma Balança Para Recompensa E Castigo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se não existe recompensa e castigo nesse mundo, onde eles existem?

Resposta: Existe recompensa e castigo em nosso mundo, gente boa e má, e tudo o mais que você vê e entende. Está escrito: “O mundo se comporta de acordo com leis fixas”. Dentro do âmbito do nosso mundo, cada sociedade, país, e civilização têm suas próprias leis.

Se você vai a um jardim de infância, a uma escola, ou a alguma instituição para adultos, em cada lugar você irá encontrar leis específicas de comunicação, e recompensa e castigo para sua observância. Para onde quer que você vá, irá existir um estatuto de leis para um grupo de pessoas, seja uma sociedade ou uma nação.

Mas, com respeito a ganhos e perdas relativas ao mundo espiritual, suas ações corporais não têm influencia no nível espiritual. Elas afetam as futuras reencarnações da alma, mas não na revelação do Criador às criaturas, a revelação do mundo espiritual, que é descrita como “veja seu mundo nessa vida”. E, como explica a Torá, a pessoa que só executou ações corporais é considerada como não tendo feito nada.

Nós estudamos que a sua única ação livre nesse mundo é o esforço em unir-se ao grupo; todas as suas outras ações não são suas. Nós somos avaliados somente com respeito à escolha do melhor ambiente a cada momento, de modo a alcançar o propósito da criação.

Da  Lição 2, Convenção Mundial de Cabalá 2010, 09/11/10

Eu Quero Cruzar A Machsom!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando nós atravessamos a Machsom (a barreira que nos separa da espiritualidade), nós fazemos isso juntos ou cada um a seu tempo?

Resposta: A Machsom é uma fronteira potencial. Se eu aspiro à união com os amigos, e da separação entre nós desejo alcançar uma maior proximidade, se tento aniquilar essa distância o máximo possível, mas sou incapaz de fazê-lo, então eu apelo ao Criador, a Luz, e atravesso a Machsom. Em outras palavras, o meu ego permanece, mas eu desejo subir acima dele, apesar do fato de que em estágios anteriores eu não desejei especialmente isso e aceitava sua presença em mim.

Assim era antes da Machsom. Porém, acima dela, existem duas formas de conexão; “doar para doar”, o nível de Bina, e “receber para doar”, o nível de Hochma e Keter.

Portanto, onde eu percebo a Machsom? Na conexão entre nós. Nela, eu não estou sujeito às nossas ações externas com respeito um ao outro e às expressões de gostos pessoais. Aqui, eu preciso trabalhar somente dentro de mim.

Eu tenho que sentir uma capacidade interna de me conectar com eles dentro de mim, em nossos desejos, para que assim todas as nossas centelhas de doação se conectem. Tão logo eu comece a desejar isso, eu cruzo a Machsom. Mesmo assim, todos os nossos atributos egoístas permanecem.  Afinal, nós não corrigimos o nosso ego, mas subimos acima dele, ávidos em unir nosso desejo apaixonado pela espiritualidade, a qualidade de doação.

Se as nossas centelhas de doação se unem, elas formam o vaso para a Luz de Hassadim (Misericórdia), porque tal vaso já tem o atributo de Hafetz Hesed (agir acima do egoísmo). É quando a pessoa começa a perceber a Luz Superior governando tudo que existe.

Abaixo da Machsom, a mesma Luz Superior preenche toda a realidade, mas nós não a percebemos. Tão logo nossos pontos nos corações começam a se conectar, numa união, densidade e compressão entre eles, eu subitamente começo a sentir a Luz que permeia tudo. Porém, as centelhas já “encontraram” a Luz e se tornaram seu “medidor”.

Agora, nós estamos na mesma condição, e não precisamos voar para outra dimensão ou  galáxia. A Luz reside entre nós, e só nos falta a sensibilidade a ela, um órgão de percepção. Quanto mais perto os nossos corações chegam, mais descobrimos a Luz que habita entre nós. Nós chegamos a isso na doação mútua e desejamos que isso aconteça.

Da  Lição 2, Convenção Mundial de Cabalá 2010, 09/11/10

O Zohar Sobre A Arvut

Dr. Michael LaitmanPergunta: Onde e como a Arvut (responsabilidade ou garantia mútua) está descrita no Zohar?

Resposta: O Livro do Zohar a descreve como segue: שהשפעת ו״ק דחכמה, הנוהגת בקו האמצעי, מכונה עדות, o que se traduz como: A expansão da pequena iluminação da Luz de Hochma que ocorre na linha média é chamada de testamento. Em outras palavras, quando a pessoa desenvolve a capacidade de organizar as três linhas, a Luz dentro dela a segura na espiritualidade (doação), e é isso que garante que a pessoa não irá cair no egoísmo nunca mais.