Não Pinte a Espiritualidade Com Formas Corporais

No processo de desenvolvimento, tendo alcançado uma idade compreensível, nós nos tornamos equipados com um enorme arsenal de imagens e conceitos sobre os elementos deste mundo. Em consequência disso, somos capazes de dividir e conectar várias imagens e significados na nossa imaginação ou em ações. Desta forma, quando escutamos sobre algo, podemos imaginá-lo baseados sobre o que conhecemos de “algo semelhante” mesmo se nunca tenhamos visto esse objeto ou tido relação com ele.

Enquanto que na espiritualidade, nós não temos nenhuma ideia sobre ela, nem qualquer contato com ela; nós não temos conhecimento dos seus elementos que possamos classificar e dividir ou conectar para imaginar algo “parecido”. Nós lemos sobre um fenômeno espiritual, e, se imaginamos algo como em um quadro, nós devemos compreender que estamos nos enganando. Neste caso, estamos tomando imagens do mundo corporal que são familiares a nós, e, delas, em nossas imaginações, nós as juntamos, como se fossem, imagens do mundo espiritual.

Visto que esse caminho é sabidamente falso, nós, enquanto estudamos a Cabalá, tentamos não juntar nada em nossa mente e sensações, mas agir desde o que está sendo descrito, como “o juiz só tem o que seus olhos veem”. Adicionar coisas (intelectualizando e fantasiando) não é permitido uma vez que significa forma não vestida na matéria. A Cabalá é contra isso porque temos que alcançar a forma vestida na matéria. Se começamos a imaginar formas que não estão vestidas na matéria, elas serão sempre falsas formas emprestadas do nosso mundo, e nós nunca iremos conhecer a verdade.

Da 4a parte da lição diária de cabala, 20/10/10, “A essencia da sabedoria da cabala”