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Não Confie Na Mente

A Sabedoria da Cabalá não é aprendida através da mente. A Luz nos afeta, e a Cabalá gradualmente cria dentro de nós a sensação da imagem dos atos do Criador. A partir desse quadro, nós gradualmente absorvemos a sabedoria da Cabalá e nosso mundo espiritual interno.

Nós revelamos dentro de nós mesmos uma nova realidade que não pode ser entendida pela mente terrena (corporal). No começo, o desejo de receber foi criado, seguido pelo desenvolvimento da mente necessária para alcançar o que foi desejado. Desta forma, se nós ainda não possuímos as vasilhas (desejos) de doação, nós também não temos a mente para compreender os textos Cabalísticos.

Todas as recomendações dos Cabalistas são destinadas somente para preparar e causar dentro de nós a troca das propriedades de recepção pelas de doação. Além disso, de acordo com nossos desejos, nós começaremos a sentir. Dos sentimentos, nós começaremos a entender.

Toda a sabedoria da Cabalá está direcionada para conhecer o Criador. Se eu me fixo na meta de simplesmente entender o texto, eu corto a mim mesmo da habilidade de sentir o alcance espiritual. Isso é porque eu começo trabalhando com o mente corporal que se torna a mais importante para mim.

Isso coloca um obstáculo no meu caminho da revelação do Criador. Minha mente corporal bloqueia minha habilidade de avançar para o quadro das propriedades espirituais. Por isso Baal HaSulam se sentiu muito zangado quando ele se encontrou com os “Cabalistas de Jerusalém” que memorizavam mecanicamente o texto do Zohar.

Como Podemos Desejar A Coisa Mais Importante No Mundo?

Depois de passar por muitos ciclos de vida, a pessoa alcança um ponto onde experimenta o despertar espiritual inicial – o ponto no coração (Reshimo). Ele é composto de duas forças.

– Vazio com relação à futilidade de sua vida transitória e perecível, e do desespero de não ser capaz de encontrar satisfação nesse mundo.

– Uma “chispa” interior que a empurra a um lugar desconhecido que está além desse mundo.

Por um lado, o desespero a empurra para baixo, e por outro lado, a chispa a empurra para cima. Eventualmente a pessoa escolhe seu caminho. Essas duas forças como um todo induz a formação de um Reshimo dentro dela ou uma nova direção para sua existência.

Esse Reshimo a leva para um professor e para um grupo de pessoas que estudam a Cabalá. Depois disso, ela gradualmente compreende que somente ao se unir com outros Reshimot que são semelhantes a ela será capaz de construir, junto com eles, a força da doação que é semelhante ao Criador. Nisto se situa sua única liberdade de escolha na vida e sua única liberdade de ação.

Seu sucesso depende de quanto ela será capaz de aumentar sua chispa com a ajuda do grupo a despeito de todos os problemas pessoais. Se ela aumenta essa chispa, então ela sentirá a necessidade pela fé (doação) e pelos outros (os meios). Tudo é determinado pela quantidade de influência do ambiente espiritual (a orientação do seu professor e da opinião geral do grupo) que ela pode receber (ou absorver).

O ambiente não é só o grupo ou os amigos, mas a Shechina. A conexão com eles que eu adquiro é minha conexão com a Shechina, Malchut do Mundo de Atzilut, a alma comum de Adão.

Quando os amigos se unem para anular seu egoísmo e para alcançar a qualidade da doação, sua união evoca uma reação da Shechina e eles recebem dela a Luz da Correção (Ohr Makif). É assim que a pessoa começa a interagir com a Luz Circundante (Ohr Makif), que a leva para perto da revelação da qualidade de doação (fé) dentro dela mesma, e da Luz Interna (Ohr Pnimi) dentro dessa qualidade.

Todo o nosso trabalho vem para aumentar nosso desejo pela qualidade da doação e aumentar sua importância; o jeito de se fazer isso é com a ajuda do ambiente correto. É impossível se aprender a fazer isso. Isso só pode ser feito de acordo com o versículo: “Nós faremos e nós escutaremos”.

A pessoa se esforça para se conectar com o grupo mesmo que ela não sinta a necessidade disso, e em resposta ela recebe suporte e a necessidade geral. Ela é um desejo que os amigos acumulam entre eles – a necessidade da fé ou da doação.