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Todos Têm Uma Alma

Se uma pessoa estuda Cabalá somente para obter conhecimento, sem o desejo de se corrigir, então será inútil, pois o propósito de estudar é atrair a Luz que Reforma. Por isso, os Cabalistas esconderam seus textos nos séculos passados. Naquele tempo a humanidade não sentia a necessidade da Luz da Correção, assim não havia razão para dar às pessoas um livro de Cabalá. Elas não iriam ver nada mais do que letras mortas ou celas vazias nele. Por isso a Cabalá foi banida. Se a pessoa não tem um desejo correto, a Cabalá não fará bem a ela. De fato, ela irá somente prejudicá-la uma vez que ela irá estudar mecanicamente e permanecerá na mesma dimensão material que ela sempre conheceu.

Nesse caso, por que então disseminamos a Cabalá entre as massas, inclusive entre aqueles que ainda não têm um desejo espiritual, o “ponto no coração”? A verdade é que o desejo da pessoa inclui todas as dimensões. A vasilha coletiva espiritual inclui todas as almas, todas as pessoas, mesmo aquelas cujos Reshimot para a correção espiritual ainda não apareceram. A diferença é que elas não podem começar a correção imediatamente porque ainda não sentem a necessidade de alcançar a meta espiritual.

Todavia, todos têm uma alma! Todas as pessoas são parte integral de Malchut do Mundo da Infinidade. Nós somos capazes de atar todas essas almas a nós mesmos e assim incluí-las em nosso círculo. Dessa forma, nós iremos projetar sobre elas a Luz Circundante que nós atraímos.

A Luz Circundante pode não impactá-las tão fortemente quanto o faz em nós. Ela influencia nosso Reshimo espiritual diretamente, mas os Reshimot espirituais delas ainda não se revelaram e assim a Luz as influencia indiretamente. Todavia, ela as atrai para a correção e as integra no nosso organismo espiritual coletivo.

Desta forma, o trabalho que estamos fazendo não é em vão. Baal HaSulam escreveu que a disseminação da ciência da Cabalá entre as massas é “o chamado do chifre do Messias”.

Do Amor Ao Ódio E De Volta Ao Amor

Pergunta: Se a quebra da alma coletiva é um processo natural e necessário, por que então é chamada de “queda no pecado”?

Resposta: Nós chamamos de “pecado” qualquer queda, mas nós realmente pecamos? No nosso mundo, é considerado um pecado quando eu penso que posso resistir a uma ação que eu sei que é inaceitável, mas ainda assim eu a pratico. Mas, isso não é realmente assim porque se eu soubesse de fato que algo era proibido, eu não o faria.

Na verdade, pecado é quando eu sou capturado e sou vencido pelas forças da separação. Pecado é o estado em si mesmo, mas não sua causa. A causa sempre se situa com o Criador. É Ele quem criou nossa inclinação egoísta ao mal.

De que outra maneira a inclinação ao mal pode ser criada se não através da “queda no pecado”? Primeiro, é necessário ascender a um grau mais elevado, cair dele, receber impressões de todos os graus de ascenso e do nosso presente estado, e cultivar desejos egoístas por meio da quebra da alma. De fato, se não fosse pela quebra, o egoísmo teria permanecido no estado inanimado. Ao contrário, através da quebra, ele cresce para ser uma “criatura”, “a inclinação ao mal”.

Antes da quebra, ele era somente um desejo de receber prazer, um animal. Se um leão, por exemplo, deseja matar um cervo, não consideramos que ele tenha uma inclinação ao mal; um leão é simplesmente movido pelo instinto, um desejo de ser satisfeito.

Assim, quando aparece a inclinação ao mal? Ela aparece quando ascendemos, recebemos as forças do amor e da união, então caímos e as forças se tornam seu oposto: ódio infundado. Agora o desejo de sentir prazer, que inclui todos os dados informativos (Reshimot) que pressionam em direção a esse ódio infundado, é chamado de inclinação ao mal. A partir desse momento, ele deseja usar todos os demais em detrimento deles porque é isso que o lhe dá prazer.

Em outras palavras, no humano aparece a sensação de outro humano (o que os animais não possuem), e ele sente prazer quando os outros sofrem. Esse é o genuíno egoísmo! Ao contrário,o bem é quando eu transformo esse ódio em amor. Mesmo assim, um relacionamento com outros é necessário e ambos os casos.

Encontre Vida Na Conexão Entre Nós

Pergunta: Como eu percebo a diferença entre a realidade imaginada e a verdadeira realidade espiritual?

Resposta: Não pode existir nenhuma realidade imaginada! Nós vivemos num sólido mundo material. Não existe qualquer espiritualidade aqui. A espiritualidade só pode ser revelada na conexão sem egoísmo entre nós. Se elevarmos nossa unidade desde o nível inanimado de Nefesh ao nível de Ruach, nós experimentaremos a espiritualidade (Ruach significa “espírito”).

Por que chamamos esse nível de espiritual? Ele é chamado espiritual porque é o primeiro grau no qual infundimos vida na nossa conexão, em nossa união. É quando podemos chamá-lo de espiritual. No presente, este estado parece “morte” para nós. Eu tenho que me unir com alguém? Eu não gosto dessa ideia; ela é “morte” a meus olhos. Por isso minha presente condição é chamada “inanimada”, e eu moro nela porque eu não tenho escolha nem vejo a saída.

Cabalistas Sobre Cabalistas, Parte 8

Queridos amigos, por favor, façam perguntas sobre as passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

Quem É Um Cabalista?

Assim, venha e veja quão agradecidos devemos ser aos nossos professores que nos transmitiram suas Luzes sagradas e dedicaram suas almas (o método de correção) para fazer o bem (corrigir e preencher) para nossas almas. Eles ficaram no meio (tendo que decidir) entre (dois caminhos) os duros tormentos e o caminho do arrependimento e nos salvar do fundo do inferno (o caminho do sofrimento) que é mais cruel do que a morte.

Eles também nos habituaram (através do rápido e fácil caminho da Torah) a alcançar os prazeres celestiais, a delicadeza sublime e a gentileza que é nossa parte, prontas e esperando por nós desde o começo (da criação), como dissemos acima. Cada um deles trabalhou em sua própria geração, de acordo com o poder de sua Torah e santidade (a qualidade do Criador de amor e doação).

Eles já disseram: “Você não tem uma geração sem um Abraão, Isaac e Jacó” (líderes que nos dirigem para o caminho da Torah por sobre o caminho do sofrimento).

– Baal HaSulam, “Introdução ao Livro Panim Meirot uMasbirot”, item 8