Textos arquivados em ''

Você Tem Uma Parte Do Mundo Vindouro

Dr. Michael LaitmanNo recente Mega Congresso nós recebemos centelhas de Bina. Nós fomos preenchidos pela sensação de doação, unificação comum, e sociedade. Agora nós não temos nada; permanece somente a necessidade por ela ou um desejo vazio. Isso nos faz sofrer, e nossa tarefa é restaurar imediatamente a nossa conexão com os outros, atrair a Luz, agir em conjunto com todos, e construir todo um mecanismo para fazer isso.

Tudo isso é uma sensação do meu primeiro desejo espiritual! Pela primeira vez eu recebi um vaso espiritual. Anteriormente, eu só tinha desejos animais e “universais”, mas agora eu recebi o vazio de Bina: a sensação do próximo, que está completamente construído na doação. Eu senti que há mais alguém além de mim no mundo, e não apenas um objeto para eu usar! Esse sentimento veio até mim desde Bina.

“O desejo de desfrutar” não sente isso. Um leão que deseja ter um veado para o jantar não se relaciona com o veado como um indivíduo. Ele só vê uma centena de quilos de carne diante dele e necessita essa carne para sobreviver. Ele vê tudo que se move a sua frente a partir deste ponto de vista, mas não tem nenhum relacionamento pessoal com o seu entorno e não deseja mal a ninguém.

No entanto, Bina, que se situa em nós, é uma parte do Superior. É a qualidade do Criador, e ela revela a nossa relação interna em relação às “pessoas”. Durante uma Convenção como o Mega Congresso eu adquiro essa atitude em relação ao próximo, eu percebo sua importância e recebo prazer ou satisfação através dele.

Quando a Convenção termina, eu me sinto mal. Isto não é porque o meu desejo simplesmente cresceu, mas a sensação agora vem de um campo totalmente diferente, da dimensão espiritual. É uma parte do mundo vindouro! Portanto, ela só pode ser preenchida desde aí com a ajuda do grupo, dos estudos, e de outras ações comuns e mútuas.

Este é o remédio chamado “seguir pelo caminho da Luz”. É quando nós construímos um desejo dentro de nós por nós mesmos e cuidamos de sua satisfação antes da hora. Assim, nós avançamos como um homem velho que anda curvado e procura algo antes da hora, como se tivesse perdido algo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 16/08/10, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

É Difícil Ser Humano

Dr. Michael LaitmanA pessoa tem que escolher entre a verdade e a mentira, mas quando se trata de “doce versus amargo” ela não tem escolha, pois é óbvio que ela sempre escolherá o que é bom e doce em relação ao mal e amargo. Eu não sou capaz de escolher um estado ruim em relação a um bom. No entanto, se eu perceber “verdadeiro versus falso” contra “doce versus amargo”, eu possivelmente escolherei a verdade amarga, uma sensação ruim, porque a verdade é mais importante para mim.

Estas são duas dimensões diferentes: o nível animal faz a análise do “doce versus amargo”, enquanto que o nível humano faz a análise da “verdade versus mentira”, porque a pessoa trabalha na “fé acima da razão”. Se você ascender à simples consideração da “verdade”, que inclui todas as outras forças e possibilidades, isso significa que você alcança a união com o Criador.

Entretanto, se você considerar apenas o “doce ou amargo”, você está fazendo uma análise e escolha animal. O animal nunca comete um erro em seu nível. Ele escolhe sempre o que é bom para ele. No entanto, não progride no “nível humano”. A Natureza não nos permite permanecer no nível animal e nos obrigará a desenvolver.

Nos níveis inanimado, vegetal, e animal da natureza, a análise animal do comportamento resume-se apenas à análise do “doce e amargo”, onde a pessoa prefere o que é doce. Por outro lado, o ser humano faz uma distinção entre dois níveis: o animal nele, que faz a análise do “doce ou amargo”, e o ser humano nele, que faz a análise do “verdadeiro versus falso”. Portanto, a pessoa está sempre em confusão, indo do animal ao humano nela, procurando “o que escolher”. Ela procura um compromisso, porque quer o que é doce, mas percebe que a coisa mais útil é a verdade.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 17/08/10, Introdução ao livro, Panim Meirot uMasbirot

A Gota De União É Inestimável

Dr. Michael LaitmanTudo o que aconteceu conosco, todo o sofrimento que passamos ao longo de toda a nossa história foi para nosso próprio bem. O Baal HaSulam escreve na Carta nº 23 que a pessoa que revelasse uma gota de união com o Criador ficaria feliz em cortar os braços e as pernas várias vezes por dia, apenas para sentir o gosto da união com o Criador pelo menos uma vez na vida!

E isso não é exagero. Se a pessoa pudesse considerar o quanto de Luz uma única gota de união traz a ela em comparação aos piores sofrimentos deste mundo, ela sentiria que isso supera tudo!

Nós não entendemos o que é a Luz Superior que se reveste na alma. Nós pensamos que é simplesmente algo agradável que nos faz sentir bem. Nós não sentimos o verdadeiro significado das palavras “eternidade, perfeição e harmonia”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 17/08/10, Introdução ao livro, Panim Meirot uMasbirot

Aquele Que Justifica O Criador É O Justo

Dr. Michael LaitmanÀ medida que a humanidade progride, a nossa vida material torna-se mais confortável, mas o “ser humano” dentro de nós sente-se cada vez mais insatisfeito. Como resultado, nós somos considerados “pecadores”, porque quando sofremos culpamos o Criador por isso. Somente se nós sentimos que o Criador nos dá prazer, podemos justificá-Lo. Os sábios disseram: “Justo é o que justifica o Criador e diz que Ele dá somente bondade ao mundo”.

Em outras palavras, nós temos que nos corrigir ao ponto de sentir que a Força Superior governante nos traz o bem e não o mal que sentimos agora. Nossa vida é constituída de duas partes: a vida do corpo animal e a vida do ser humano como parte da sociedade à sua volta. E nós podemos nos corrigir a tal ponto que podemos experimentar uma vida perfeita em todos os seus aspectos.

A pessoa que corrigiu sua percepção é considerada como justa, uma vez que justificará o Criador, vendo a bondade de Seu governo. Este governo era bom e justo desde o início. No entanto, nós fomos criados como egoístas e percebemos tudo de forma negativa, com um sinal “negativo” (apesar do fato de estarmos cercados pelo campo positivo da doação, o Criador), porque estamos em oposição a Ele. O nosso trabalho é corrigir a nós mesmos, tornando nossa percepção positiva. Trabalhando desta forma nós ampliamos nossa percepção de um pequeno “positivo” para um grande, até que se torne um “positivo” infinito como o próprio Criador.

Os níveis da minha aproximação em relação a Ele na sensação de um bom governo do mundo (de acordo com suas qualidades, quantidades, volumes e forças) são os passos da ascensão, os níveis da justiça. O Baal HaSulam escreve na carta 59: “O justo sente prazer contínuo, louvando o Criador que criou para ele um mundo tão bom e alegre”.

Em outras palavras, é impossível sentir-se mal e justificar o Criador ao mesmo tempo! A Cabala não pede nenhuma restrição. Tudo é definido apenas pelas sensações trazidas dentro do coração da pessoa. Se ela sofre, inevitavelmente condena o Criador, e se está feliz, irá abençoá-Lo.

Portanto, nós temos que nos corrigir, de modo a sentirmos toda a Sua bondade e doação; como resultado, nós nos tornaremos justos, sem dúvida. O justo não é aquele que sofre em silêncio e de bom grado, mas o que se corrigiu a fim de sentir a verdade!

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 13/08/10, Shamati # 34

Onde Começa A Liberdade

Dr. Michael LaitmanHá duas etapas ao longo de nossa ascensão ao mundo espiritual, e a primeira é a obtenção de um desejo (Hissaron). Em nosso mundo corpóreo, nós nascemos com o desejo de revelar este mundo, para governr, tirar vantagem e conectar-se a ele. Porém, no mundo espiritual, é diferente, pois precisamos ganhar esse desejo.

É a Luz que nos ajuda com isso. Nós a usamos para organizar o nosso desejo egoísta de uma forma oposta e altruísta, que nos permita obter o desejo de doação, ou seja, um Kli (o vaso espiritual é o desejo de doar) espiritual.

Em nosso mundo, nós é dado o desejo de receber, entender e sentir. Da mesma forma, no mundo espiritual, há o desejo de doar, amar, conectar e unir-se. Como nós podemos obtê-lo? Evidentemente, nós só podemos recebê-lo da Luz que Corrige e nada mais. Para isso nós precisamos, pelo menos, de algum desejo inicial de receber o impacto da Luz. Este minúsculo desejo inicial é chamado de livre arbítrio, o qual nos é dado de uma forma muito simples e distinta: como um único ponto que podemos encontrar e discernir dentro do nosso estado atual.

Isto só pode ser alcançado através da conexão entre nós e do nosso esforço coletivo, com a condição de que tenhamos o desejo de nos unirmos e dependermos uns dos outros. Se tais relações são encontradas entre as almas (ou pessoas que as carregam), então, de acordo com os nossos esforços, a Luz se revela, começa a nos dar um novo desejo, e passa seu próprio desejo para nós.

Este é o único trabalho verdadeiro que a pessoa tem, como o Baal HaSulam explica em seu artigo “A Liberdade”: Nós precisamos fazer o mínimo esforço, num sentido seletivo, estreito, e claro em relação ao ambiente, e como resultado da medida deste esforço, a Luz desce sobre nós. Ela purifica nossos desejos (seu lado oposto), nos dá a sensação de carência, de acordo com o qual nós revelamos todos os nomes sagrados do Criador até a plena revelação da Luz (todos os nomes do Criador).

Assim, a pessoa alcança o estado espiritual em que “Israel (o desejo da alma pelo Criador), a Torá e o Criador e se tornam um”, isto é, todos os desejos do homem tornam-se equivalentes à Luz que os corrigiu. Através destes nomes sagrados a pessoa atinge toda a Luz geral chamada a Torá e o Criador (o propósito da criação “deleitar as criaturas”), que é revelada nesta Luz.

Tudo isso é revelado no desejo da pessoa. A Torá é a revelação do mundo espiritual alcançada através da revelação individual e parcial da pessoa dos nomes do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 11/08/10, “Você Sempre Deve Discernir Entre a Torá e o Trabalho”

Nós Existimos No Mundo Do Infinito

Dr. Michael LaitmanNós existimos em um oceano de Luz do Infinito que contém todos os nomes sagrados do Criador. Esses nomes devem ser revelados em nossos desejos, na medida de sua equivalência com uma qualidade especial do Criador incluída nesta Luz Infinita. Esta força geral (a Luz) é chamada de “Torá”. Naturalmente, hoje nós somos incapazes de valorizar e saber disso. Isto está além de nossas capacidades e desejos.

No entanto, é isso que nós podemos fazer: se nós desejamos nos equivaler à iluminação que chega até nós a partir desta Luz infinita, nós podemos alcançar certa equivalência parcial e sentí-la dentro de nós como a revelação do “nome sagrado do Criador”. A Santidade está acima do “corpo”; ela é a doação ou a qualidade de Bina. Afinal, o “nome do Criador”é um vaso espiritual, um “Kli“, ou um desejo corrigido (ou seja, o desejo com a intenção de doar).

Devido à força da Luz, o nosso desejo adquire uma tal forma (intenção) que pode estabelecer uma conexão com o Criador, ou seja, com a Luz ou a Torá (os nomes do Criador). Desta forma, ao sermos influenciados pela Ohr Makif (a Luz Circundante), nós revelamos gradualmente qualidades e ações separadas dentro de nós que são semelhantes à Luz ou a Torá.

Tudo isso é percebido e mensurado dentro de nós e em relação a nós (os receptores), na medida em que somos semelhantes às qualidades da Luz, isto é, de acordo com a lei da equivalência de forma. Apenas ao nos tornarmos equivalentes à Luz é que seremos capazes de sentí-la.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 11/08/10, “Você Sempre Deve Discernir Entre a Torá e o Trabalho”

Um Guia Para O Livro Do Zohar: A Linha Média

Dr. Michael LaitmanExtratos do meu próximo livro, Um Guia para O Livro do Zohar

Algumas almas dentro do sistema geral já estão corrigidas. Se nós também desejamos alcançar a revelação do Criador, mas sentimos que Ele está oculto, então, do ponto de vista espiritual, nós existimos na “escuridão” ou “noite”. É exatamente neste momento de “noite”, quando temos que nos esforçar e elevar nossas orações, a partir desse momento essas almas exaltadas, nas quais reina o Criador, irão influenciar-nos através do Livro do Zohar.

O Livro do Zohar foi escrito especificamente para que pudéssemos criar o vínculo entre nós e essas almas. Quando lemos O Zohar, nós estabelecemos contacto com elas, e em troca elas nos enviam, através deste livro, uma força chamada Luz que Corrige.

Por enquanto, não há qualquer compatibilidade (equivalência de forma) entre nossas almas e a Luz, de modo que essa Luz ainda não está penetrando nossas almas, preenchendo-as. No entanto, ela age sobre nós como um útero materno, envolvendo, abraçando e acariciando-nos. A Luz nos corrige gradualmente até que nós começamos a perceber: a Luz, as almas corrigidas com quem temos de estabelecer contacto com a leitura do Zohar, e o Criador que reina em todo o sistema de almas.

Essa luz é chamada de Luz Circundante. À medida que continuamos a corrigir-nos, ela entra em nós, preenche-nos, e se torna a “Luz Interior” da alma, que é a nossa vida espiritual.

Dentro do útero materno, onde esta Luz Circundante nos forma, cresce a linha média. A linha média é um cálculo preciso da minha parte, que combina as duas forças da natureza: a força do desejo e a força da Luz, na forma mais ideal para que a Luz corrija o desejo.

A parte do desejo que se torna corrigida neste processo e, portanto, equivalente ao Criador é chamada linha média. Em outras palavras, a linha média é a medida da minha capacidade de ser equivalente ao Criador. É a imagem do Criador que eu construí dentro de mim e fora de mim através desse processo. Tudo começou com este pedido: a oração que eu tinha elevado durante a “noite”.

Cabalistas Sobre A Essência Da Sabedoria Da Cabala, Parte 24

Dr. Michael LaitmanCaros Amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Eu prometo respondê-las. Comentários entre parênteses são meus.

A Sabedoria da Cabala e a Filosofia

Onde a filosofia (pensamento pobre e egoísta, limitado pelo intelecto humano) termina, começa a sabedoria da Cabala. Isto significa que a investigação dos filósofos só se estende até o nível dos círculos (até onde seu egoísmo, limitado pela intenção “por causa deles”, permite-lhes subir), e eles não sabem nada mais do que isso. Seu conhecimento é (até mesmo) inferior a estes círculos (que eles sentem através das suas sensações egoístas e investigam com sua mente), apesar da maioria deles ser muito confusa (já que eles são incapazes de ver toda a imagem do universo, suas causas e conseqüências) e admitir esse fato.

A sabedoria da Cabala começa onde a “sabedoria” (limitada por seu egoísmo) deles termina, ou seja, do nível dos círculos (da realização humana) em diante.
– Rabbi Nahman de Breslav , Sichot Moaran, 225