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O Método De Correção Na Linha Média

Dr. Michael LaitmanAntes do Baal HaSulam havia dois métodos de correção (ou de estudo de Cabala): através da mente (o método do Ari) e através do coração (o método do Baal Shem Tov). O Baal HaSulam pegou os dois métodos e uniu-os no meio, na 3ª linha, criando um método eficaz, preciso e simples, adequado à alma moderna. É o único meio que nos permite alcançar a correção.

A parte científica da Cabala é baseada no Ari, enquanto que o trabalho interno vem do Baal Shem Tov. O Baal HaSulam escreveu o livro “Talmud Eser Sefirot” com base no livro “A Árvore da Vida” do Ari , adaptando-o à nossa geração. No entanto, se você olhar para o seu ensinamento como um todo, as quatro composições (Talmud Eser Sefirot, Panim Meirot, Prefácio à Ciência da Cabala, e Prefácio ao Comentário Sulam) são dedicadas à “física” do Mundo Superior e baseiam-se no ensinamento do Ari, enquanto que todos os outros artigos são dedicados ao trabalho interior da pessoa e são baseados no método do Baal Shem Tov.

A Luz da Correção chega até nós ao estudarmos a “física” do Mundo Superior, mas ela só chega através do grupo. Se o grupo não está organizado corretamente, não estuda junto, e não deseja se unir, é impossível atrair a Luz. O grupo é o ímã que atrai a Luz que Corrige. Deve haver uma forma que o torne preparado para a correção. Todos devem esperar isso!

Nós devemos revelar duas coisas: 1) o nosso mal e a falta de união, 2) o estado desejável – o estado da conexão universal. Nós devemos esperar ir do primeiro para o segundo estado com a ajuda da força chamada “Luz que Corrige”. O grupo é obrigado a entender isso de forma muito clara, pois, caso contrário, que tipo de Luz você seria capaz de atrair? O vaso ou desejo espiritual deve preceder a Luz.

Essa é a razão pela qual toda a criação foi criada e se desenvolve até o Mundo do Infinito: para criar a necessidade de revelar o Criador na criação. Nós não somos obrigados a revelar o Criador ou a Luz! Nós temos que revelar a criação! Temos que compreender que a criação não foi criada para permanecer um ponto e viver como um animal. Pelo contrário, seu destino é tornar-se um indivíduo independente, que tem a liberdade de escolha. Portanto, o nosso desejo deve sempre vir em primeiro lugar (Kli Kodem Le Ohr).

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 9/08/10, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot”

A Vida Além Do Tempo

Dr. Michael LaitmanEstá escrito: “Você comerá o que há muito tempo foi reservado a você”. Nós existimos no mesmo lugar, no mesmo estado, e nada muda. Tudo já foi criado pelo Criador em Seu plano inicial, e o plano e a ação são inseparáveis para Ele. Ele queria criar criaturas que fossem iguais a Ele e em adesão a Ele, e Seu desejo significa ação.

Então, o que é o passado, presente e futuro? Tudo isso só existe em relação a nós, enquanto que na realidade não existe o tempo. É impossível dizer o que aconteceu mais cedo ou mais tarde e o que existia antes desse desejo surgir no Criador.

Nós somos incapazes de falar e pensar além do conceito de tempo. Assim que nós saímos dos limites do tempo, todas as nossas palavras desvanecem-se, já que toda a nossa vida se baseia nos conceitos de “antes” e “depois”, e todas as nossas sensações estão ligadas ao tempo. Portanto, só saindo de nós mesmos, do egoísmo para a doação, é que nós perdemos nosso “pulso”,  a sensação de tempo que vive dentro de nós, e começamos a entender que a vida está acima do tempo.

Nós existimos em uma realidade eterna e imutável. Tudo que fazemos é atingi-la em relação a nós mesmos. Isto é muito parecido com uma pessoa inconsciente que gradualmente recupera a consciência. Ela está na mesma realidade, mas não a percebe. Pouco a pouco, ela restabelece sua percepção. É isso que acontece conosco.

A sabedoria da Cabala dedica-se a nos ajudar a recuperar nossos sentidos e nos trazer à plena consciência. Na verdade, é isso o que se entende por correção completa. E os Cabalistas não nos dizem o que acontecerá depois. O desenvolvimento após a nossa correção exigirá sentidos completamente novos.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 6/8/10, Artigo “O Ensino da Cabala e Sua Essência”

A Ordem Correta De Estudar

Dr. Michael LaitmanQuando a pessoa vem estudar Cabala com a pergunta “Para que estou vivendo e por quê?” é necessário explicar-lhe o seguinte:
1. Que desejo é este que surgiu nela, e que tipo de satisfação ele exige;
2. O que é a natureza humana (o ego, a fonte do mal), como corrigi-la, e que essa é a nossa única ação livre (livre arbítrio).

Para conseguir isso, é necessário estudar com ela os artigos do Baal HaSulam, especialmente “A Liberdade” e “A Essência da Sabedoria da Cabala”, que explicam que a revelação do Criador aos seres criados é o meio para se atingir a meta da criação. Os outros artigos do Baal HaSulam ajudam o aluno principiante a formar uma imagem integral da existência: os mundos, o princípio, o desenvolvimento, e o objetivo de cada elemento da criação, o mal e o sofrimento como a força do movimento, e assim por diante.

Quando a pessoa tem a visão geral, ela passa a discernir: Como ocorre o avanço e a correção? Ela descobre que a alma é a criação principal, que foi quebrada pelo Criador e depois é corrigida por nós. Para realizar isso a pessoa já precisa dos artigos do Rabash. O propósito deles é inserir a pessoa em seu lugar dentro da sociedade, para que ela possa discernir a quebra e o que precisa ser corrigido. Como eu corrijo a quebra das almas?

É por isso que nós estamos estudando juntos, usando os livros Cabalísticos, em particular os livros do Baal HaSulam, porque eles são capazes de dar à nossa geração a força, a Luz que nos corrige, até alcançarmos o nível da Fonte.

Não é necessário repassar este material em ordem, porque a pessoa atravessa diferentes estados. Um principiante encontra-se no meio do processo de estudo, mas isso não importa. O que importa é que ele está trabalhando em conjunto com todos, porque nós estamos todos interligados e misturados em nossas almas e desejos.

Portanto, não importa tanto qual artigo você começa a estudar, mas o melhor é ter uma ordem clara do estudo, que esteja dirigido diretamente à meta.

Da 4ª parte  da Lição Diária de Cabala 9/8/10, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

A Alegria De Resolver Dúvidas

Dr. Michael LaitmanNão existe alegria maior do que resolver dúvidas. A dúvida decorre da diferença entre a recepção e a doação, a Luz e o desejo. Se eu elimino essa diferença e trago-as para a unificação ou a união, não há prazer maior do que sua adesão. As duas coisas aparentemente opostas, de repente se unem. Elas chegam a um acordo e à paz, e isso causa uma explosão de alegria. Eu sou criado de tal maneira que sinto prazer com isso.

O prazer é o resultado da revelação da Luz dentro do vaso ou desejo espiritual. A Luz só pode ser revelada na medida em que o desejo lhe corresponde. Então, o eu que percebo? O meu próprio desejo? Não, não é. Ou talvez seja a Luz? Não, também não é a Luz. Eu percebo o resultado da sua interação, quer como sofrimento ou prazer.

Da parte 4ª parte da Lição Diária de Cabala 6/08/10 “O Ensino da Cabala e sua Essência”

Cabalistas Sobre A Essência Da Sabedoria Da Cabala, Parte 18

Dr. Michael LaitmanCaros Amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Eu prometo respondê-las. Comentários entre parênteses são meus.

A Sabedoria da Cabala e Filosofia

Desde o dia que eu descobri a sabedoria da Cabala e dediquei-me a ela, tenho me distanciado da filosofia abstracta (suas conclusões e raciocínio) e de todos os seus ramos como o leste do oeste. Tudo o que eu escrever de agora em diante será de uma perspectiva puramente científica, com precisão absoluta (com definições baseadas em exprimentos práticos e reproduzíveis), e por meio do reconhecimento simples de coisas práticas e úteis.
– Baal HaSulam, “Corpo e Alma”

É desnecessário dizer que  hoje em dia a nossa geração já reconheceu que a filosofia metafísica não contém qualquer conteúdo real (baseado no experimento prático) sobre o qual compense perder seu tempo. Por isso, é certamente proibido para qualquer um tomar qualquer gosto por suas palavras (analisar a si mesmo, o mundo, suas razões e propóitos).
– Baal HaSulam, “Corpo e Alma”

A Filosofia adora preocupar-se com Sua essência e (aparentemente) provar que as regras não se aplicam a Ele (com base na negação). No entanto, a Cabala não tem qualquer relação com ela, pois como pode o inatingível e imperceptível (que não tem qualquer dado experimental prático, mas apenas sua própria conjectura) ser definido?
– Baal HaSulam, “A Sabedoria da Cabala e Filosofia”

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Alcançar O Nome Do Criador

Dr. Michael LaitmanO artigo do Baal HaSulam “O Ensino da Cabala e sua Essência”, seção  “Expressões Espirituais”: A espiritualidade não tem imagem, pois não tem letras com que contemplar. Mesmo que declaremos, em geral, que ela é Luz simples, que desce e se estende até o investigador, até que este a revista e alcance-a em quantidade suficiente para sua revelação, isto também é uma expressão emprestada. Isto é assim porque tudo o que é chamado de “Luz” no mundo espiritual não é como a luz do sol ou a luz de velas.

Para a pessoa que ainda não percebe a espiritualidade, os conceitos espirituais constituem uma confusão total de palavras abstratas. Ela é como uma criança que não compreende o significado das palavras e se limita a repetir os adultos. E quando você a reprova com “O que você fez?”, ela ecoa alegremente: “O que você fez!”.

Em outras palavras, nós não entendemos os fenômenos espirituais que as palavras refletem, e como crianças repetimos as palavras depois dos Cabalistas. No entanto, aos poucos, nos temos que abordar o verdadeiro significado delas e sentir o que está oculto por trás dessas palavras.

Todos os conceitos espirituais expressam o desejo e as sensações dentro de um desejo, já que nada mais existe em toda a realidade. Existe o desejo (vaso espiritual) e algo que entra nele. A impressão dentro de um desejo é chamada de “Luz”.

O desejo é dividido em cinco níveis: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut. Assim, nós revelamos o desejo dentro de cinco tipos de Luz: Nefesh, Ruach, Neshama, Haya e Yechida. A soma das cinco Luzes e dos cinco desejos define o “nome do Criador”, ou seja, alguém que me influência. O Criador é o único que criou desejos em mim e deu-me telas para eles. Ele é o único que organizou tudo de forma que eu sinta Seu impacto do modo como eu sinto; Ele fez tudo. Tudo que eu faço é sentir as consequências de suas ações.

Portanto, tudo que eu percebo é chamado “a obra do Criador”. Eu O chamo pelo nome que é instigado pela soma dos meus desejos e das Luzes que eu sinto neles, isto é, a impressão que eu recebo. É assim que se formam as palavras na espiritualidade.

Nós só precisamos nos entender, e depois revelaremos o Criador dentro de nós. É por isso que nós o chamamos “Bore“(venha e veja). O nome do Criador sou eu sentindo Sua qualidade de doação surgindo em mim. No início, nós, como crianças, repetimos palavras vagas depois dos Cabalistas: Keter, Hochma, Bina, AB, SAG, e assim por diante. Finalmente, nós teremos de alcançar o seu significado e começar a senti-las.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 6/8/10, Artigo “O Ensino da Cabala e Sua Essência”

Um Guia Para O Livro Do Zohar: Ascendendo Os Mundos

Dr. Michael LaitmanExtratos do meu próximo livro, Um Guia para O Livro do Zohar

Os Mundos Superiores não existem no espaço corporal, mas são como qualidades sem espaço, peso, volume, ou tamanho. Quando uma pessoa existe em seu inato desejo egoísta, suas qualidades lhe mostram uma imagem “deste mundo”. Mas quando o “ponto no coração” desperta nela, ela começa a querer atingir a dimensão superior.

Ao trabalhar sobre si mesma em um grupo de amigos que estudam a sabedoria da Cabala, ela começa a atrair a Luz do nível do “Infinito”, que desce sobre ela desde o Alto através de todos os mundos. Esta Luz cria dentro dela a necessidade de se alcançar a qualidade de doação (Malchut do Mundo de Atzilut), juntamente com seu grupo. Tendo atingido esse nível, ela começa a sentir o Criador e a doar a Ele do mesmo modo que Ele doa à pessoa.

O desejo comum das almas unidas na Malchut do Mundo de Atzilut ascende a Zeir Anpin, depois a Aba ve Ima, e depois mais alto até o Mundo do Infinito. Então, a Luz desce do Mundo do Infinito através de todos os níveis de volta às almas e as preenche. Com esta realização as almas crescem e unem-se com Zeir Anpin que doa a elas. Isso se chama unificação de ZA e Malchut, o Criador (Kadosh Baruch Hu) e a Shechiná, a fusão das almas com o Criador.

Muitas dessas ações são necessárias antes que todos os desejos nas almas atualizem-se e provoquem a adesão com o Criador. Quando todos os desejos forem corrigidos e doarem ao Criador, assim como o Criador doa a eles, será o fim da correção (Gmar Tikkun).

Que Caminho Você Tomará?

Dr. Michael LaitmanArtigo do Baal HaSulam “Prefácio ao Panim Meirot uMasbirot“, item 7: Agora você pode entender as palavras deles sobre o verso: “Eu, o Senhor, ao seu tempo o farei prontamente”. O Sanhedrin (98) interpretou: “Não recompensado – em seu tempo; recompensado – Eu o farei prontamente”.

Assim, existem duas maneiras de se atingir o objetivo mencionado acima. Através de sua própria atenção é chamado de “caminho do arrependimento”. Se eles forem premiados, então, “Eu farei isso prontamente” será aplicado a eles. Isto significa que não há tempo definido para isso, mas quando eles são premiados, a correção obviamente termina.

Se eles não forem premiados com atenção, há outro caminho, chamado “caminho do sofrimento”. Como o Sanhedrin disse (97): “Eu coloco sobre eles um rei como Haman, e eles se arrependerão contra sua vontade”, isto é, em seu tempo, pois nisso há um tempo definido.

Há dois caminhos diante de nós que levam ao mesmo objetivo, e nós estamos na sua interseção. A cada momento, nós devemos sentir que estamos na encruzilhada que determina a nossa liberdade de escolha, e a escolha aqui é muito simples: tomar o caminho da Luz ou o caminho do sofrimento.

A terceira via não existe. Nós temos de avançar por um destes dois caminhos e decidir, em cada momento, qual será o nosso próximo passo. Seu pé já está no ar, e agora você tem que escolher onde aterrissá-lo: no caminho da Luz ou o caminho do sofrimento.

O momento passará, e você voltará a ter que fazer uma escolha. Seu pé foi levantado a partir do Alto para forçá-lo a dar um passo, e depende de você onde colocá-lo, em qual dos dois caminhos. De acordo com a sua escolha, você receberá a força e os meios para avançar, uma vez que você tem que continuar avançando, de uma forma ou de outra.

Se você avança pelo caminho de “Beito” (evolução natural, ao seu tempo), as forças da natureza lhe empurram para a frente contra o seu egoísmo, uma vez que você quer avançar levado pelo seu ego. Assim, você é impactado pelas forças que se opõem ao seu egoísmo, tentando mantê-lo em doação. Mas no caminho de “Ahishena“(acelerando o tempo), você começa a convencer-se de forma consciente, através do ambiente, que estar em doação vale a pena. Assim, você atrai a Luz Circundante, e ela lhe leva de volta à bondade.

No caminho de “Beito” você recebe golpes e aprende com eles. Mais cedo ou mais tarde isso resultará em seu pedido ou oração pela correção e pelo avanço, como você faria no caminho de “Ahishena“. Por outro lado, se você tomar o caminho da Luz desde o início, você economizará tempo na primeira parte do caminho, onde você teria, por outro lado, perdido tempo devido à sua falta de vontade em ouvir e esforçar-se.

Não há tempo para pensar sobre onde aterrissar o nosso pé! Tudo depende da preparação do ambiente espiritual.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabala 4/8/10, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot