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Nós Viemos À Cidade Do Rei Juntos

Dr. Michael Laitman“Nós viemos à cidade do Rei [este mundo] juntos”. Os que trabalham fielmente para o Criador transformam Seu “pó mágico” em tempero doce e tempero. E os que não fazem o trabalho continuam a provar o pó amargo, e não conseguem desfrutar Seu banquete.

Tudo depende somente do esforço correcto de uma pessoa. Existem muitos que vêem estudar Cabala, colocam um monte de esforço nisso, mas finalmente partem. Eles percebem que este banquete não satisfaz seus gostos, e em vez de se culparem a si mesmos, culpam o Rei, pensando que o método da Cabala, assim como o grupo e amigos lhes dão um sabor amargo. Como resultado, eles partem pensando que podem encontrar mais prazer em outro lugar, recebendo-o de forma fácil ou usando outra metodologia.

Tudo depende de se a pessoa percebe em que “local de trabalho” ela entrou, que responsabilidade repousa sobre ela, e a que deve ela se dirigir neste trabalho de forma a provar o sabor doce. O banquete está colocado perante nós! Está escrito: “Prove e veja que o Senhor é bom!”. Nós precisamos apenas de O “provar”, isto é, nós devemos preparar nosso recipiente (vaso) para Sua Luz e receber este “suplemento,” o sabor doce.

Mas as pessoas não trabalham no lugar certo, e mais tarde elas olham para o relógio para ver quanto tempo elas perderam e avaliam quanto esforço exerceram. Mas elas não colocaram seu esforço no trabalho mais importante: unir-se com outras almas. É por isso que o trabalho não tem um gosto bom para elas. Para dizer a verdade, o sabor doce só vem através da conexão, que é esse mesmo recipiente onde a Luz é revelada.

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O Mundo É Construído Por Nossas Orações

Dr. Michael LaitmanAs pessoas pensam que a oração se relaciona à religião e pessoas religiosas, e que ela é removida das pessoas normais, seculares. Mas isso não é verdade! Todas as nossas vestes externas, corpos físicos, e objectos rodeando-nos neste mundo são expressões do desejo. Não há nada senão desejo, o qual cria todas estas vestes para si mesmo.

Desta forma, sem estarmos conscientes disso, nós determinamos todas as nossas vidas com nossos desejos, incluindo em que estado iremos entrar no próximo momento e como iremos experimentar esta realidade! Quer o queiramos ou não, todos nós estamos sempre a orar, ou a pedir certo tipo de satisfação para o nosso desejo. Nós fazemos-o de forma totalmente inconsciente. Eu não tenho de orar por alguém ou algo intencionalmente. O desejo compreende toda a nossa essência, e minha sensação de que me falta algo é chamado oração.

Nós queremos algo a cada momento. É assim como nós influenciamos a realidade, que contém nada senão desejo e a força do desejo. Isto significa que a cada momento eu quero algo e oro por isso. Nossos desejos conectam-se um com o outro e controlam o universo inteiro, produzindo continuamente novas imagens e estados para nós.

Nós construímos este mundo com as nossas orações! Desta forma, a única coisa que precisamos é mudar nossos pedidos, apesar do desejo do nosso coração. Então nós iremos revelar um novo mundo, porque o mundo inteiro é a sensação dentro do meu desejo.

A ciência da Cabala é chamada pelo nome de “Kabbalah”, recepção, porque ela fala sobre o que você irá receber no próximo momento. Apenas você determina o que será o próximo momento, o que você receberá e sentirá nele. Será você capaz de mudar sua visão do mundo, direccionando seu desejo na direcção necessária (que é chamada oração)? Se você mudar sua oração, de modo que em vez de desejar o que deseja agora, você desejar a coisa certa, então você irá mudar toda a imagem do mundo e toda a realidade.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 12/07/10, “A Importância da Oração dos Muitos”

O Pó Mágico

Dr. Michael LaitmanUma fábula das Igrot (Cartas) do Baal HaSulam, Carta 26, pág. 85: Um grande e bom Rei tinha um propósito: de dar prazer aos cidadãos de seu reino. Ele deu-lhes uma ordem para trabalharem para ele por um ano e designou um lugar especial para isso no seu palácio. A recompensa estava montada no lugar do trabalho onde o Rei preparou as refeições com uma abundância de várias delicias.

Todos eles começaram a trabalhar e pensaram que o Rei colocaria guardas para observar o trabalho deles, mas o Rei ocultou-se, e eles podiam fazer o que queriam. Eles não estavam a par da invenção do Rei, um tempero, o pó curativo que deu a todos os pratos preenchidos com delicias e doces um sabor amargo e desagradável. Mas no lugar onde as pessoas trabalhavam, o tempero fazia a comida ter sabor divino!

Os que foram leais ao Rei, fizeram o trabalho como lhes foi dito e levaram a cabo as ordens precisamente, até mesmo sem serem observados. Logo, o pó curativo enchia seus corpos. Quando o tempo do banquete chegou, os trabalhadores foram capazes de provar os sabores incontáveis e a doçura que eles nunca tinham conhecido antes. Então eles agradeceram e louvaram constantemente o Rei.

Mas aqueles trabalhadores que não reconheceram a grandeza do Rei e que  o deviam amar fielmente (porque nenhum dos guardas estava a tomar conta deles), desconsideraram o lugar do trabalho e escolheram trabalhar onde era mais agradável. Então, quando o tempo do banquete chegou, a comida estava horrivelmente amarga devido ao pó mágico. Eles começaram a amaldiçoar e repreender o Rei e seu festim, porque ele tinha preparado tamanha má recompensa por seu esforço. E para eles, o Rei se tornou um grande mentiroso pois ele lhes deu amargura e sal em vez de delicias e doces.

Da Lição Diária de Cabala 9/7/10, Baal HaSulam, Carta 26, pág. 85

Sintonizado Com O Comprimento De Onda Do Criador

Dr. Michael LaitmanTudo que os Cabalistas nos contam ocorreu em suas sensações. Contudo, isso está também a acontecer dentro de mim, dentro da minha matéria (Kli), embora eu não o percepciono! Eu preciso de receber as propriedades dos mesmos processos que eu desejo percepcionar, e então eu serei capaz de os sentir.

Todas as acções descritas em O Estudo das Dez Sefirot ocorrem dentro de nós; um número infinito de acções ocorrem a cada momento. Todavia, nós não as percepcionamos pois existimos “sem consciência (espiritual)”. Do mesmo modo, no mundo corpóreo, eu sou invadido por incontáveis ondas. Transmitidas por numerosos dispositivos electrónicos, milhões de conversas telefónicas e todos os canais de televisão e radio passam precisamente através de mim. Nós podemos reconhecer estas frequências com a ajuda de vários dispositivos.

Similarmente, nós residimos no ambiente espiritual onde actividades descritas pelos Cabalistas estão constantemente a ocorrer. Nós temos de aprender a as percepcionar. Nós temos de desenvolver uma habilidade em direcção à doação. Nós precisamos de ser capazes de determinar o que isso é, a quem doar, baseado em quê, que recompensa vem com isso, e se é vantajoso o fazer ou não.

Se eu o começo a analisar, eu irei desenvolver um sensor dentro de mim mesmo que será capaz de reconhecer as propriedades de doação. Como resultado, eu irei começar a “escutar” frequências de doação como ondas de rádio. Eu irei “fazer crescer” um transmissor capaz de receber vários tipos de frequências de doação que são chamadas as Luzes. Através destas Luzes, eu irei começar a percepcionar as fontes de onde elas vêem, para onde elas se dirigem, e para que propósito. E para terminar, eu virei a saber que esta estação de transmissão que está a gerar estas ondas é oCriador! Mas isso irá tornar-se possível apenas se eu construir um receptor (“rádio”) dentro de mim, que possa “ler” tais propriedades.

Para dizer a verdade, de acordo com a lei da equivalência de forma (ressonância), de forma a receber estas frequências, eu tenho de criar uma similar dentro de mim mesmo. Nestas ondas internas e externas, há uma característica comum: “a onda transportadora”. Na onda externa, contudo, há mais uma onda, acompanhante, que está embebida na principal; é a última que transporta a informação até mim.

Ao criar uma onda da mesma frequência (por exemplo, 93 MHz) na sua “rádio” (sua alma), você será capaz de receber o sinal externo (o Criador), para discernir o “sinal válido”: uma onda (uma voz, canção, ou mensagem do Criador).

Tuning-In To The Creator’s Wavelength

A rádio espiritual funciona sobre o mesmo princípio que a corpórea, uma vez que a natureza não muda. Nós e o Criador precisamos de um terreno comum, esta onda de frequência (93 MHz), a força de doação, sobreposta com um minúsculo sinal para a sua recepção. Este sinal entra em si, e você recebe-o. Quando você se alinha a si mesmo com a onda vindoura na sua propriedade de doação, ela trás-lhe um atributo adicional menor para a sua habilidade de receber, a  Luz de Hochma que o preenche.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 8/07/10, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

Por Que É Que Tudo Existe?

Dr. Michael LaitmanToda a nossa realidade é dividida em duas partes: a parte revelada, que temos consciência, e a oculta, sobre a qual não sabemos nada. Através do avanço da ciência convencional nós podemos realmente ampliar o nosso conhecimento da parte revelada da realidade, mas somente através da purificação dos mesmos cinco órgãos sensoriais que sempre tivemos e nada mais. No entanto, isso não nos permite dar um salto quântico e descobrir uma nova dimensão.

A Cabalá nos diz que podemos desenvolver um sentido adicional que nos permitirá perceber a realidade mais distante. No entanto, nós devemos estar cientes de que vamos achá-la oposta àquela que vemos hoje. Atualmente, a nossa percepção da realidade depende da nossa capacidade de absorvê-la por meio de nossos cinco órgãos sensoriais do corpo: visão, audição, paladar, olfato e tato. As sensações fornecidas por esses órgãos são chamadas de nosso mundo.

Mas nós temos a capacidade de desenvolver percepções adicionais. Isso não significa receber mais braços, pernas, gostos, ou algo assim, mas sair fora de nós mesmos através do desenvolvimento de outros cinco órgãos de percepção : Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut. Nestes órgãos adicionais de percepção, que são completamente opostos aos corporais, nós começamos a perceber tudo o que acontece fora de nós.

Purpose of Existence

Isso significa que a nossa percepção se torna ilimitada e que nós saímos para um espaço infinito e aberto. Nós percebemos todos os mundos. A nossa capacidade de percebê-los depende unicamente do quão desenvolvidos estão os nossos órgãos espirituais de percepção. Nós não estamos limitados ao nosso corpo, o qual está vinculado ao quanto somos capazes de consumir até ficarmos saciados. Agora, tudo depende do quão longe podemos expandir.

Então, nós começamos a compreender todas as forças, pensamentos, desejos, tarefas e o propósito da criação: o mundo que nos rodeia. Nós começamos a compreender o que está acontecendo dentro de nós. Em contrapartida, sem este conhecimento, nós nunca entenderemos o que está acontecendo ao nosso redor, no mundo ou em nós mesmos, e como isso tem impacto sobre nós.

A ciência que ensina a sair de si mesmo e desvendar a vida na dimensão superior é chamada de sabedoria Cabalística. Quando nós finalmente saímos do nosso ego e começamos a explorar o universo, descobrimos o propósito da criação, porque tudo existe.

Quando saímos de nós mesmos, nos libertarmos das limitações do nosso minúsculo corpo e nos elevamos acima do tempo, movimento e espaço; isto é, nos elevamos acima da percepção corporal da realidade em seus três eixos de coordenadas: acima-abaixo, esquerda-direita, para trás-para frente. Nós deixamos de vivenciar o tempo porque não há tempo nesta realidade. Nós percebemos outras causas e efeitos, ou seja, nós realmente recebemos novas qualidades e capacidades, fora da conexão com o nosso corpo animal.

Da mesma forma que somos capazes de ver, sentir e entender uma pessoa a nossa frente, nós temos de conhecer e compreender toda a realidade chamada o Criador ou a Força Superior. Por isso, nós nos sentiremos piores e mais limitados em nossa realidade limitada, até encontrarmos uma maneira de sair dela para o mundo livre!

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 9/07/10, Artigo, “A Sabedoria da Cabalá e Sua Essência”

Sem Momentos Inúteis Em Nossas Vidas

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como nós podemos imaginar os processos que ocorrem na espiritualidade e que são descritos na sabedoria da Cabalá? Onde e quando eles ocorrem, ou eles já ocorreram?

Minha resposta: Todos estes processos já ocorreram em nossas raízes espirituais. Tudo que nós fazemos é revelá-los, ascendendo de baixo para cima e assim aproximando-nos deles. Mas tudo já “ocorreu”. Na espiritualidade, o tempo é uma seqüência de causas e efeitos.

O Criador criou o desejo de desfrutar. Então, esse desejo recebeu a Luz. Depois, ele começou a experimentar a vergonha, restringiu-se, tomou a decisão de começar a receber de forma altruísta (usando uma tela/intenção), e começou a receber a fim de doar, de acordo com o grau de sua capacidade, e assim por diante. Em outras palavras, nós estudamos uma seqüência de ações que aconteceram antes de começarmos a senti-las.

Aqui eu estou nascendo, e a partir deste momento, eu começo a sentir-me. Eu sei que antes de nascer, havia outras pessoas vivas, mas eu não sei o que realmente significa “antes de mim”. Eu começo a perceber a realidade somente a partir do momento em que eu nasci. “Segundo a minha percepção da realidade”, parece que há outras pessoas por aí que nasceram antes de mim e até mesmo algumas que estavam vivas e morreram antes de eu ter nascido. Mas tudo isso só existe na minha realidade, na qual nasci e vivo atualmente. “Eles” são algo que eu concebo como imagens na minha cabeça. Todos nós trabalhamos apenas com o nosso desejo interior que precisa ser esclarecido.

É por isso que a minha realidade começa com o nascimento. Tudo o que supostamente aconteceu antes de eu nascer é uma preparação para a minha sensação atual. Relaciona-se com o Criador e Suas ações dentro de mim. Ele as realizou para preparar-me para perceber o mundo e a realidade à minha volta, do modo como eu faço a partir do momento do meu nascimento. Quem é meu pai e minha mãe e todas as pessoas que me rodeiam? Por que elas agem dessa maneira? É o criador que preparou este sistema que cuida de mim. O mundo todo que eu percebeo é feito pelo Criador para o bem do meu trabalho.

Portanto, nossa vida está conectada com os processos espirituais que se destinam a levar-nos ao despertar espiritual e à revelação de novas sensações. Você realmente acha que existe um momento inútil em sua vida?

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 8/07/10, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

A Oração Do Coração De Pedra

Dr. Michael LaitmanTodo mundo sabe o que é uma oração. Ela existe em todas as religiões e culturas. As pessoas dirigem-se umas às outras com uma oração pedindo alguma coisa. A oração pode ser dirigida às pessoas ou à Força Superior (como a pessoa imaginar).

A oração contém grande poder, porque quando a pessoa sente que está num beco sem saída, uma verdadeira oração pedindo por ajuda irrompe por si mesma. Esta é uma reação natural que chamamos de oração, um apelo, ou um grito. Há também a oração de gratidão que transborda do coração. Essa ação desperta enormes reservas internas de uma pessoa e traz a cura, a capacidade de superar obstáculos que parecem intransponíveis.

No entanto, na Cabalá, a “oração” não é apenas um apelo qualquer, mas um pedido por correção, para se atingir a meta da criação. Antes da nossa queda da sensação do Criador, nós não tínhamos livros de oração porque as pessoas sentiam o Criador e todas se voltavam a Ele de coração, de acordo com o versículo: “A alma de uma pessoa a ensina”. Todo mundo sabia que o precisava discernir e o que precisava fazer para se aproximar do objetivo, unir-se com o Criador e obter a equivalência de forma com Ele.

Era assim antes da destruição do Templo, porque toda a nação vivia na sensação elevada e sentia o que precisava ser feito. A sensação no coração das pessoas era essencialmente a oração. As pessoas viviam pelo princípio: “Tudo o que a pessoa sente em seu coração é o que ela fala”.

As pessoas sentiam em seus corações uma aspiração pela doação, o amor ao próximo, o amor pelo Criador, e a equivalência com Ele. Isso era sentido pelo coração e, portanto, as palavras não eram necessárias. Expressar isso verbalmente geralmente serve para que possamos ouvir a nós mesmos e entendamos o que o nosso coração sente.

Esta foi uma época em que estávamos em um estado corrigido. Depois, o Templo foi destruído, em nossos corações, devido à queda geral das pessoas do “amor ao próximo” para o “ódio infundado de um pelo outro”. Assim, nós deixamos de ser semelhantes ao Criador, e perdemos a equivalência de forma com Ele. Por isso, ele desapareceu de nossas sensações, e nós começamos a pedir em nome de nossos egos, ao invés de nossa própria correção!

Nós pedimos por coisas que são solicitadas pelo novo desejo que foi lançado sobre nós, o nosso egoísmo. E o que o egoísmo pode querer? Ele quer se sentir bem e que os outros se sintam mal, já que assim ele se sentirá ainda melhor em relação a eles!

É assim que o nosso novo coração, “o coração de pedra”, funciona. Obviamente, nós não atingimos a verdadeira oração até corrigirmos os nossos desejos. Mas, por outro lado, nós ainda temos de saber o que deve ser a verdadeira oração, a fim de entendê-la, pelo menos com a nossa mente, se não com o coração, para avançarmos nessa direção corrigindo as nossas qualidades.

É por isso que os Cabalistas compuseram um livro de orações para nós: assim nós saberíamos o que pedir.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 12/07/10, “A Importância da Oração de Muitos”

Cabalistas Sobre O Propósito Da Criação, Parte 16

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas em relação a essas passagens dos grandes Cabalistas. Eu prometo respondê-las. Comentários entre parênteses são meus.

Porque O Criador Está Oculto Do Homem?

Essa deficiência (em nossas sensações) nasceu apenas como resultado da ocultação da face do Senhor, que não quis brilhar Sua face sobre Suas criaturas imediatamente, e (por esta ocultação) criou-as completas, desde o início. Em vez disso, o Criador ocultou Sua face (perfeição do atributo de doação e amor) delas, deixando-as carentes (já que o atributo oposto de recepção e ódio surgiu nelas como resultado da ocultação), pois a Luz da face do Rei é certamente vida, e Sua ocultação é a fonte de todo mal.

No entanto, uma vez que a intenção inicial da ocultação não deve ser ocultada, mas, pelo contrário, ser revelada mais tarde e transpor qualquer mal nascido somente a partir dessa ocultação, Ele estabeleu a lei e a ordem, a fim de revelar Sua face oculta e benevolente. Isto é alcançado através das ações das pessoas, ao cumprirem as leis e as doutrinas que Ele lhes deu em Sua Torá, a doutrina da verdade. Ao realizá-las, o homem alcança (revela a sensação da) a vida eterna, pois a recompensa de uma Mitzva (a correção de cada um dos 613 desejos da alma) – Mitzva (o ato de doação em si) – é a Luz de Sua face (satisfação pela doação e amor), que ele oculta do homem, no princípio de Sua Criação.

Assim, a criatura trabalha (aspirando tornar-se semelhante ao  Criador), sendo dominada por sua inclinação ao mal (egoísta), e o seu mal se manifesta em todos os tipos de deficiências (egoístas em relação aos outros), e em sua distância daquilo que lhe daria a Luz da vida (o atributo de doação). E os atos das Mitzvot (os atos de doação com os outros e o Criador) atraem a Luz (anteriormente) ocultada dela, de modo que no momento que ela completou a lei das Mitzvot (corrigiu todos os 613 desejos egoístas inicialmente corrompidos), ela mesma as complementa (à semelhança do Criador, visto que Adão (homem) vem da palavra ” Dome” (semelhante )) ao atrair a Luz nesta vida (e, portanto, sentindo a existência eterna e perfeita, a semelhança com o Criador, no atributo de doação).
– Ramchal , Klalei Pitchei Hochma ve Da’at (As Regras dos Portões da Sabedoria e do Conhecimento)