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Quando O Tempo Desaparece

“Introdução ao Livro Panim Meirot u Masbirot”, item 12: Esse é o significado da existência do tempo nesse mundo. Você encontra que primeiro esses dois opostos acima foram divididos em dois sujeitos separados, a saber, Keducha e Sitra Achra, com o objetivo de, “mesmo um, bem como o outro”. Eles são ainda desprovidos de correção, pois eles precisam estar no mesmo sujeito, que é o homem.

Desta forma, a existência de uma ordem de tempo é necessária para nós, desde que, então, dois opostos chegarão à pessoa, um por um…

É impossível conectar diretamente os dois opostos: as qualidades do Criador e as qualidades da criação, Por isso, nós temo que nos mover de uma maneira progressiva, primeiro aprofundando-nos no desejo vazio, então fazendo a correção e sendo preenchidos pela Luz, então indo novamente ao vazio, então corrigindo e… Luz, e por assim adiante. Ao descendermos e ascendermos nesse caminho, nós avançamos desde abaixo até encima, aumentando nosso desejo e, então, corrigindo-o com nossa intenção para que ele doe.

Somente essas mudanças nos dão a sensação de tempo. Se nós não tivéssemos as mudanças internas do desejo e intenção, então não sentiríamos o tempo. Permaneceríamos num estado imutável. Desta forma, não existe tempo no Mundo Infinito porque lá, tudo está corrigido.

Estar num espaço espiritual significa aderir-se a um estado ou a um princípio acima de todas as mudanças. Por isso nós não sentimos o tempo lá. Nós estamos familiarizados com esse evento de nossas vidas regulares: se estamos entretidos num jogo ou num trabalho, então, nós não sentimos a passagem do tempo. Nós talvez estejamos passando por vários estados, mas acima de todos eles nós nos apegamos a um único ponto, e então, nós não sentimos o tempo. Em outras palavras, o tempo não depende de como avançamos através de baixadas e subidas, pequenos estados e grandes estados. Ele depende somente em quão comprometidos estamos com sua direção, o único ponto de adesão, a despeito de todas as mudanças. Então, nós não sentimos o tempo.

Por isso, nós subimos acima do tempo no mundo espiritual. Passar o Machsom (a barreira entre esse mundo e o mundo espiritual) significa aderir a esse princípio. Então, você começa a sentir o que significa estar acima do tempo. Não há misticismo aqui. É simplesmente como nós subimos, em nossas sensações, acima das mudanças, e desta forma o tempo desaparece.

O Programa Da Criação

Cumprir a meta da criação significa se tornar semelhante e igual ao Criador. Esse é Seu programa em relação a nós porque é o estado melhor e perfeito. Porém, para nos tornarmos iguais a Ele, nós temos que adquirir um desejo igual ao d’Ele.

O Criador criou um ponto de desejo e então o preencheu com Sua atitude, Luz de Hochma e Luz de Hassadim. Isso fez com que o desejo se torne enorme, o Mundo Infinito. Nossa tarefa é somar nossa própria atitude a esse desejo, onde nossa posição é oposta ao Criador. Para nos ajudar a fazer isso, o Criador colocou um ponto de doação dentro do desejo que Ele criou, para que nós o desenvolvamos com nossos esforços. Assim, nós desenvolvemos nossa atitude para com Ele até que ela alcance o tamanho da Sua atitude com relação a nós. Nós a aumentamos 620 vezes mais.

É impossível fazer essa mudança de uma só vez. Isso só pode ser feito gradualmente, passo a passo, ao se fazer pequenas mudanças. O caminho é pavimentado com descidas e subidas porque, por um lado a criação precisa permanecer vazia e o desejo satisfeito, e por outro lado, ela precisa se aderir ao Criador acima do desejo vazio e se tornar igual a Ele. Por isso, sempre há dois estados opostos combinados dentro de criação.

Existem dois tipos de Luz: Direta e Refletida. O Criador deseja que nos relacionemos com Ele na Luz Refletida do mesmo jeito com que Ele se relaciona conosco na Luz Direta, e assim nos tornemos o mesmo que Ele. Porém, a doação é Seu desejo e Sua natureza, enquanto que para nós, a doação é a intenção de doar enquanto desejamos receber para Seu bem.

Desta forma, nós podemos ser opostos a Ele tendo desejos opostos, mas iguais a Ele tendo a mesma intenção – a intenção de doação e amor. Se eu me dirijo a Ele com meu desejo, então eu sou oposto a Ele. Se eu me dirijo a Ele com minha intenção, então eu sou como Ele. Por isso, eu sempre caio em minha relação com Ele devido à diferença de nossos desejos, e então, eu subo devido à semelhança de nossas intenções. Quando meu desejo aumenta, eu me torno oposto ao Criador, mas quando eu corrijo meu desejo de receber através da intenção de doar, eu me torno igual a Ele.

Assim, eu sempre oscilo entre esses dois eixos, e a coisa mais importante é que meu “self” permaneça no meio, na linha média: receber para doar a Ele, ou para Seu bem. Através da equivalência com Ele, eu me apegarei a Ele.

Se eu não me importar como eu sinto meu estado, se bom ou mau, e se o mais importante para mim for permanecer na intenção de alcançar a maior semelhança com o Criador, então eu estou na linha média.