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As Fases Do Trabalho Espiritual

Dr. Michael LaitmanO trabalho deve ser o mais longe possível do corpo. Nós podemos distinguir diferentes fases do trabalho:

• Primeiro, a pessoa aspira apenas à satisfação, quer neste mundo ou no mundo vindouro.

• Então, além de pensar na satisfação em si, ela começa a pensar “com quem ela está lidando”, de quem depende esta satisfação? Então, ela começa a conectar a satisfação com a fonte da satisfação, o Doador. Ela começa a ter uma atitude em relação ao Doador porque a satisfação depende Dele.

• Na fase seguinte, a pessoa começa a respeitar o Doador por ele estar Doando, por Sua qualidade de Doar, e não pelo prazer que ela recebe Dele.

É quando ela alcança uma divisão interna: por um lado sente que a satisfação é importante, mas por outro lado, ela aspira tornar-se semelhante ao Doador. Será que a satisfação é importante porque lhe dá energia para o trabalho, ou devido à satisfação em si? Onde exatamente ela consegue a sua energia e qual é o seu objetivo: a satisfação ou a conexão com o Doador?

Desta forma, ela atinge gradualmente um estado de pensamento apenas em relação à equivalência de forma entre ela e o Criador. No entanto, isso também não é tão simples. A equivalência de forma não é a mesma coisa que o desejo de dar prazer ao Doador. A aspiração em alcançar a equivalência de forma ainda envolve uma consideração por si mesma. Mesmo que eu deseje dar, agradar outra pessoa, e amar, isso ainda é algo que Eu quero; Eu estou presente nesta consideração.

No entanto, o mesmo não vale quando se dá prazer: Não estarei Eu dando-o? Ou talvez haja alguém que irá fazê-lo melhor do que eu? Quão bem posso fazê-lo sem receber nada em troca?

Nós percebemos que o trabalho envolve vários níveis. Ele abrange cinco mundos inteiros, onde a pessoa reavalia toda a sua motivação e princípios: Pelo que ela está disposta a fazer esforços? O que a satisfaz, e qual é sua atitude para com o Doador? É isso que causa seu estado de mudança e a ajuda a ascender de um mundo para o outro.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 5/07/10, Escritos doRabash

Quando A Espiritualidade Se Torna A Nossa Vida

Dr. Michael LaitmanIntrodução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot, Item 3: Esta força sensorial no nível Animal é muito limitada em tempo e espaço, dado que a sensação não opera sequer na distância mais curta fora de seu corpo. Do mesmo modo, ele não sente nada fora do seu próprio tempo, isto é, no passado ou no futuro, mas apenas no tempo presente.

Acima deles está o nível Falante, consistindo de uma força emocional e uma força intelectual juntas. Por esta razão, seu poder é ilimitado pelo tempo e o espaço… .

Isto é assim devido a sua ciência, que é uma matéria espiritual, ilimitada pelo tempo e espaço. A pessoa pode ensinar a outras onde quer que elas estejam no todo da realidade, e no passado e o futuro ao longo das gerações.

Ao lermos estes livros, nós ficamos espantados pela imensa sabedoria dos Cabalistas que os escreveram. Eles podem escrever milhares de histórias para nós sobre o mundo espiritual, uma vez que este mundo está aberto para eles. Eles simplesmente contam-nos o que vêem.

O Cabalista vê o mundo de um extremo ao outro; ele vê todas as suas forças internas e conexões. Ele toma certa secção dele e começa a explicá-la a nós. Cada uma de suas descrições reflecte uma sabedoria inimaginável e é uma descoberta surpreendente para nós. Nós ficamos surpreendidos em relação a como ele poderia saber sobre estas coisas. Contudo, ele não precisa de uma inteligência especial para isto; ele simplesmente vê esta imagem à frente dele porque ele mudou sua natureza.

Desta forma, se nós pensarmos que seremos capazes de alcançar o que está escrito usando nossos cérebros, ordenando sistematicamente tudo com nossas mentes, isso é um grande erro. Isto não nos irá ajudar. Nós precisamos de nos elevar a um nível espiritual; então, aquilo que os Cabalistas falam se irá tornar parte de nossas vidas. Nós iremos compreender naturalmente que as coisas são simplesmente como os Cabalistas descreveram e elas não podem ser de outra maneira.

Nós lemos os artigos e os livros de forma a atrair a Luz que Corrige. E quando nós voltarmos à Fonte, todos estes conceitos irão “entrar” em nós e se tornarão óbvios para nós. Eles irão ocorrer dentro do nosso corpo espiritual.

Logo, nós não devemos nós desesperar que não conseguimos perceber todo esta material com nossas mentes. Nós precisamos de desejar a mudança interna, para que tudo isto se torne nossa própria natureza e então nenhuma palavra será necessária! Tal como é natural para eu ver pedras, animais, e as pessoas à minha volta, eu verei a  realidade espiritual tão claramente como isso. Quando o mundo espiritual for revelado a mim, ele deixará de ser uma “ciência” para mim; ele irá tornar-se simplesmente a minha vida.

Não se preocupe, ninguém nos irá testar sobre este conhecimento e exigir de nós que o memorizemos. Isto não irá ajudar de forma alguma. Que nada permaneça nas nossas cabeças do que lemos; manter a intenção é tudo o que importa. O resto não é importante, mesmo que eu tenha esquecido o que eu aprendi há um segundo atrás. É essencial nunca se esquecer o objectivo e a atitude correta para com os estudos.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/06/10, Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

O Caminho Para Derradeira Harmonia

Dr. Michael LaitmanO Criador criou apenas um estado chamado o “Mundo do Infinito”. Todas as mudanças ocorrem somente dentro de nós, e embora nós existamos no Mundo do Infinito, nós percepcionamo-nos apenas a nós mesmos.

Antigamente, na minha percepção, eu estava unificado com todas as almas e percepcionava o Mundo do Infinito como ilimitado, eterno, e perfeito. Então, a minha condição e percepção mudaram, e eu comecei a sentir que existo num mundo escuro e defeituoso cheio de dor, problemas, desordem, pressão, e restrições. Eu senti-me cada vez pior até que cheguei ao mais baixo grau, onde me encontro a mim mesmo neste mundo, a realidade circundante, junto com outras pessoas similares a mim.

Tudo isto aconteceu exclusivamente dentro de mim, na minha percepção subjectiva da realidade. Fora de mim nada mudou. É como se ao remover meus óculos, eu não visse nada fora de mim, mas assim que eu os coloco de volta, eu começo a perceber outro mundo. É assim que nossas propriedades mudaram do grau do Mundo do Infinito ao grau onde nós percebemos apenas o nosso mundo, que não tem nada do Mundo do Infinito.

Contudo, nós podemos retornar ao estado chamado “o Mundo do Infinito” onde tudo existe na derradeira harmonia, eternidade, e perfeição, onde a Luz, isto é, o “Bom que Faz o Bem”, habita. Como podemos nós a alcançar? Nós temos de alcançar a percepção deste estado ao despertá-lo em  nós mesmos. O Mundo do Infinito está oculto dentro de nós por trás de numerosas camadas de ocultação. Gradualmente, ao nos movermos de uma ocultação maior para uma menor, nós descobrimos o Mundo do Infinito.

Os estados que nós atravessamos enquanto voltando à consciência do Infinito são chamados os mundos ou ocultações (“mundo” — “Olam” vem de ocultação — “Olama“).  Finalmente, a ocultação desaparece e nós elevamo-nos acima dela. Isto é o que significa ascender os graus da escada espiritual, os graus dos mundos, e se elevar acima da ocultação para percepcionar cada vez mais.

Como fazemos nós isso? Nós evocamos o estado chamado o “Mundo do Infinito” ao lermos O Livro do Zohar juntos. Este Livro descreve nossa conexão com o Mundo do Infinito, e ele desperta esse desejo dentro de nós.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 2/07/10, O Zohar

O Zohar É Revelado Na Conexão Entre Nós

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Capítulo “VaYetze ( Jacó saiu)”, item 252: Mas Jetro não atuou desta maneira em relação a Moisés, pois Labão era um feiticeiro, e ele fez todos os seus atos contra Jacó com  bruxaria. E como agora Jacó não queria ser retido lá, visto que o Criador lhe disse: “Retorne para a terra de seus pais”, ele não queria ser retido e abandonar o mandamento de seu Senhor. É por isso que ele não pediu sua permissão.

Existem dois tipos de forças. Por um lado, existem as forças que nos previnem de unir, chamadas “ajuda contrária”, que parecem se opor à nossa unificação. Por outro lado, existem as forças que promovem a unificação. Nós precisamos de ambas. Nós temos de reconhecer as forças aparentemente negativas, todos estes “perversos” dentro de nós (Labão, Esaú, e outros), assim como as forças aparentemente positivas (Jacó, Isaac, e outras) contrárias a eles.

Todas estas forças trabalham “a favor” ou “contra” a nossa unificação. E depende de nós decidirmos quem irá ganhar e como. Então nós descobrimos que tudo deve ser como descrito na Torá, e assim revelar toda a sua narrativa. Onde? Ela é revelada na conexão entre nós, à medida que trabalhamos com as forças de desunião e as de conexão.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 1/07/10, O Zohar

Da Liberdade Ilusória À Verdade

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Onde reside minha liberdade? Eu escolho sempre o que é melhor para mim de qualquer maneira. E se eu não quiser isso, sofrer irá forçar-me de volta ao caminho da Luz, correcto?

Minha Resposta: Nós existimos abaixo da linha divisória chamada Machsom; ela é a fronteira que nos separa do mundo espiritual. Este mundo corpóreo está localizado abaixo dela, e acima dela, há o mundo espiritual. Aqui, no nosso mundo, nós vivemos como animais, isto é, nós somos totalmente motivados por nossos instintos. Biólogos, fisiólogos, geneticistas, e físicos confirmam isto, concluindo que um ser humano é totalmente programado e controlado por sistemas internos e externos.

Então, de onde vem o desejo? Ele vem acidentalmente do vazio? Apenas nos parece a nós que a vida é governada pela lei do acaso, porque nós não vemos a fonte e a razão para o que acontece na vida.

Todavia, nós descobrimos que a natureza é um sistema fechado. Quanto mais o exploramos, mais nos tornamos convencidos que a natureza é global, e que nós somos sua parte integral. Nada pode escapar ao poder desta lei comum chamada “natureza.” Na sua Gematria (o valor numérico de uma palavra), a palavra “natureza” é equivalente à palavra “Criador”. Natureza é a lei, e ao a explorar, nós vemos que todas as leis são interligadas, precisas, e invariáveis, o que não nos dá liberdade de escolha.

Se nós olharmos para o quadro completo da natureza, sua esfera inteira, nós veremos que ela é governada por uma lei singular. Nós cometemos erros constantemente, porque pensamos que estamos acima da natureza. Então em vez de estudar suas leis e as seguir, nós continuamos a tentar corrigir a natureza para servir nossos desejos. Assim, nossa vida é um conjunto de falhas. O ego humano é o único defeito em toda a realidade, e ele é a causa da corrupção de tudo o resto.

Contudo, juntamente com nosso mundo, desperta dentro de nós um minúsculo desejo por espiritualidade chamado o ponto no coração. Se nós seguirmos este ponto além dos parâmetros deste mundo, nós entramos no mundo governado pelas leis Superiores. Todas as leis, neste e nos Mundos Superiores, são chamadas o Criador ou natureza.

Por outras palavras, nós somos governados pelas leis, tanto Acima, como abaixo. Contudo, ao ascender de um tipo de lei para o outro, nós executamos a acção de livre arbítrio. Nós não estamos livres para estar acima das leis da natureza, mas nós escolhemos em que natureza desejamos existir, isto é, que nós possamos mudar do caminho do sofrimento para o caminho da Luz. Nós não somos livres de recusar, todavia nós temos uma escolha de concordar e ver a vida como boa ou discordar e sofrer.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 2/07/10, Shamati #38

Uma Realidade Transparente

Dr. Michael LaitmanO propósito da Cabalá é especificamente de nos ajudar a atrair a Luz que Corrige e a sentir o mundo como bom. Nós precisamos apenas de nos tornar similares à Luz.

Eu e outras pessoas à minha volta presentemente existimos numa certa moldura de filme chamada vida. Quando eu atraio a Luz sobre mim mesmo, eu transformo esta moldura em bem, preenchendo-a com luz, bondade, confiança, e eternidade. Conseqüentemente, eu desenvolvo-me de uma maneira agradável.

A pessoa pode certamente dizer que querer mudar o seu destino para melhor é uma forma ainda maior de egoísmo que o da nossa vida normal. E isso está correcto: nós aspiramos por uma vida boa, uma vez que o propósito da criação era de deleitar os seres criados. Todavia, o meio para concretizar isto é de nos elevarmos acima de nosso egoísmo.

Desta forma, nossa tarefa em primeiro lugar é de esclarecer como a Cabalá define o nosso livre-arbítrio. Deixem ela explicar o que depende de nós em particular. Tudo o resto nós podemos investigar por curiosidade, como uma agradável adição, mas é essencial esclarecer o que nós podemos verdadeiramente influenciar para mudar. Caso contrário, quando nós olhamos sobre nossas vidas, nós vemos que somos incapazes de mudar algo. Nós fizemos nossa vida desta maneira, ou o fez outrem?

Nós não fazemos nada senão atrair a Luz que Corrige tudo. Todas as acções executadas por uma pessoa não estão em seu controlo, em absoluto. O único poder que a pessoa tem é como ela as verá, de que ângulo; egoisticamente ou em prol da doação. Isto altera todo o quadro para a pessoa.

Esta é a única liberdade que temos! Há uma força no mundo que está à espera que nós desejemos sua influência, de forma a mudar nossa natureza, nossas qualidades. Está no nosso poder atraí-la e fazê-la mudar-nos. Então nós veremos o mundo inteiro como bom; nesse momento o mundo mudará. Tudo se vai virar de pernas para o ar!

Precisamente aqui e agora nós veremos o mundo espiritual em vez deste material. Como se através de uma realidade transparente, nós veremos o mundo espiritual através destas manifestações de desejo, todas estas pessoas, e tudo à nossa volta. Nós então iremos compreender o que se está verdadeiramente a passar e porque tudo está a girar à nossa volta desta maneira. Nós seremos capazes de justificar este estado e reconhecê-lo como bom. Nós veremos a conexão de tudo o que está acontecer neste momento com um sublime e belo propósito.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 2/07/10, Shamati #38

Respostas Às Suas Perguntas, Parte 10

Dr. Michael LaitmanA Realização do Propósito da Criação Repousa Sobre Toda a Humanidade

Perguntas sobre o post “Cabalistas Sobre O Propósito da Criação”, Parte 7

Pergunta: A Cabalá afirma que as leis espirituais são rígidas e imutáveis como as leis da natureza em nosso mundo. Todavia, ela também afirma que, contrária a estas leis, uma centelha chamada “Ner Dakik” (iluminação tênue e pequena) desceu abaixo da Machsom (barreira que nos separa da espiritualidade) e gerou toda a realidade material. Como pôde ser que a lei espiritual fora violada?

Minha Resposta: Existem duas naturezas, dois mundos; o superior controla o inferior.

Pergunta: Citação: “Quando diz respeito à correcção da alma, nenhuma habilidade corpórea ou talento determina o sucesso”. Alguns de seus estudantes são muito talentosos e participam em praticamente todos os projectos de disseminação. Do mesmo modo, existem aqueles que têm grande dificuldade em trabalhar sequer uma hora por dia. Frequentemente, isto torna-me deprimido e até temeroso, porque é impossível alcançar o objectivo mesmo com tais esforços. Como posso eu usar este estado e não cair em desespero?

Minha Resposta: O sucesso espiritual depende do esforço colocado para se criar o desejo pela qualidade de amor e doação. Não tem nada a ver com as faculdades corpóreas recebidas naturalmente ao nascimento.

O Que Você Precisa Fazer Para Que O Remédio Funcione?

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Quando eu tomo remédio, eu não preciso ter uma intenção especial. Se o estudo da Cabalá supõe ser o remédio para o nosso egoísmo, por que eu tenho de observar tantas condições diferentes em meu estudo para que ele funcione?

Minha Resposta: Quando você toma um remédio também há várias restrições e condições, tais como tomá-lo antes das refeições, de manhã ou à tarde, com um copo de água, e assim por diante.

O remédio não é apenas uma pílula que você engole. A soma total das condições que o rodeiam também faz parte do remédio. O remédio não funcionará se você não observar essas condições.

Quando você toma o remédio, você influencia seu corpo, a fim de torná-lo saudável, para restaurar o funcionamento completo de todos os seus sistemas, dentro da conexão correta entre eles. Nós corrigimos a nossa alma da mesma forma. Nós temos de dar a ela o remédio, a Luz que Corrige, que nos leva à bondade, a forma adequada e boa de funcionamento. “Boa saúde” para a alma significa que ela está completamente conectada às outras almas. Através de sua unidade, como um todo, elas tornam-se semelhantes ao Criador.

Isso funciona da mesma forma que no corpo uma doença significa que um dos sistemas deste corpo perdeu a conexão apropriada com os demais sistemas. A cura é quando a conexão correta é restaurada.

Da mesma forma, as nossas almas retornam para ficarem juntas. Assim como você tem que observar certas condições quando toma um remédio, na Cabalá isso funciona da mesma maneira. Você precisa dos livros corretos, do grupo, e do professor, e todas as condições internas (suas intenções), que os Cabalistas descreveram em seus livros. Caso contrário, o remédio para curar a alma (a sua correção) não funcionará.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/07/10, Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

Sentindo As Raízes Superiores Através Dos Seus Ramos

Laitman_717O Zohar, Capítulo “VaYetze (E Jacó saiu)”, item 250: Mas ele não seguiu seu caminho imediatamente. Ao contrário, ele foi detido e trabalhou seis anos no rebanho de Labão, pois enquanto Raquel não fosse concebida com Benjamin, ele permanecia detido lá. Quando chegou a hora dela ser fecundada por Benjamin, ele fugiu e não pediu permissão a Labão,  que não o detivessem lá, e assim Jacob se uniria com todas as tribos no local adequado, na terra santa.

A ciência da Cabalá utiliza uma linguagem especial chamada “linguagem dos ramos”. Se em todos os nossos sentimentos, pensamentos e qualidades, a nossa intenção permanece “para o nosso próprio benefício”, nós só percebemos a realidade deste mundo. Mesmo as palavras da Torá significam para nós algo que está ocorrendo neste mundo material .

Mas se nós mantermos a intenção “em prol da doação”, cada palavra da Torá naturalmente se transforma dentro de nós em descrições de raízes e forças espirituais. Torna-se claro para nós que a Torá não está dizendo uma única palavra sobre os objetos materiais (como o rebanho, Léia, Raquel, Jacé, e assim por diante ) ou de suas ações físicas. Pelo contrário, é tudo sobre as forças (desejos e a Luz) com as quais sentimos e interagimos.

Nós sentimos isso muito claramente, sem quaisquer dúvidas, já que as sensações e pensamentos superiores são muito mais fortes do que os inferiores. É por isso que quando lemos a Torá nunca nos ocorre que ela descreve este mundo material. Nós percebemos tudo conforme o nosso nível interno de correção.

Neste momento, nós percebemos apenas o mundo material inferior. É por isso que tudo o que lemos ou ouvimos desencadeia imagens deste mundo, como ovelhas, poço, mulheres, homens, e diversas ações que estamos familiarizados e que fazem parte deste mundo.

Os nossos esforços durante a leitura do Livro do Zohar devem incluir os seguintes pensamentos:

  1. O Zohar fala exclusivamente sobre os meios de conexão entre nós;
  2. Nós aspiramos diferenciar as forças espirituais (desejos de doar) dentro de nós mesmos, que são nomeadas com palavras deste mundo.

Nós temos que imaginá-las e tentar procurá-las como uma criança que tenta entender as regras do novo jogo que lhe permite crescer. Ao fazer isso, nós nos elevamos dos ramos dessa realidade para as raízes do Mundo Superior. Passo a passo, nós tentamos distinguir as Raízes Superiores; estes esforços nos desenvolvem como crianças.

É por isso que nós não ficamos simplesmente escutando o som das palavras durante a leitura do Livro do Zohar. Pelo contrário, como o Baal HaSulam escreve na Introdução ao Estudo das Dez Sefirot, item 155: “Embora eles não entendam o que estão aprendendo, através do anseio e do grande desejo de entender o que estão aprendendo, eles despertam sobre si as Luzes que cercam suas almas”.

O esforço que fazemos nos traz a compreensão e atrai a Luz que Corrige que nos corrige. Dentro de nossos desejos corrigidos nós começamos a compreender e sentir o que O Zohar está nos dizendo.

Da 2ª Parte da Lição Diária de Cabalá 1/07/10, O Zohar

Ensinando A Bondade Às Crianças

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Se eu criar meus filhos nos princípios da Cabalá, ensinando-lhes sobre o amor e a doação, como eles sobreviverão neste mundo egoísta ?

Minha resposta: Não se preocupe com isso. A criança que cresce em um ambiente que fornece apenas exemplos positivos e motiva boas atitudes não se torna mais fraca que as outras crianças. Pelo contrário, ela descobre várias forças do bem que ajudam e trabalham por ela, protegendo-a das forças do mal.

Mesmo na vida cotidiana, nós protegemos instintivamente os filhos de qualquer coisa que consideramos ruim e os ensinamos a serem gentis, transigentes e educados com os outros. Nós agimos assim porque, de forma inata, entendemos que boas relações com o ambiente – e não lutando com ele ou ganhando algo pela força – implica em segurança e paz.

É evidente que a violência não resolve os problemas de um indivíduo ou de um país. Aqueles que usam a força sempre perdem no final, embora acreditem ter êxito. É assim que o mundo corpóreo é construído, onde o único poder que governa é o do Criador. E mesmo quando parece que alguém está ganhando ao recorrer à violência, nós certamente  o veremos cair. Isso se refere à uma pessoa, à uma nação e ao mundo, como um todo.

Nós podemos ter êxito com uma condição: tendo a equivalência de forma com o Criador. Essa equivalência é a chave para o sucesso. Portanto, não tenha medo que a criança receba uma educação “suave”. Nossa tarefa é educar a criança para que ela se aproxime o máximo possível do Criador e, dessa forma, ela certamente terá sucesso na vida. Qualquer outro modelo de comportamento só irá prejudicá-la.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cablaá 1/07/10, Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot