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O Primeiro Contato Com A Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Além de pensar em estudar junto e querer se corrigir, qual deve ser a nossa conexão com o texto durante a leitura do Zohar?

Minha resposta: A conexão com o texto do Zohar virá mais tarde; você começará a sentir como ele lhe instiga. O Zohar toca a camada mais interna do coração da pessoa, como se fosse uma carta muito pessoal, íntima, que mudasse sua vida, uma carta de alguém muito querido para você.

Você pode passar por vários estados, mergulhar em pensamentos e ações; no entanto, quando você volta ao Zohar, você sente que ele lhe anima. Ele preenche, acalma, acaricia, abraça e envolve. Este texto expressa o estado da alma que está em absoluta adesão com o Criador.

Depois que a pessoa recebe a primeira sensação da espiritualidade, ela já sabe o que isso significa. Ela não pode viver sem ela. Para ela, é como uma mensagem muito pessoal e interior do Alto, como uma “água gelada para uma alma cansada”.

O primeiro sentimento é seguido por sensações mais complexas e ricas que explodem em um drama completo. No entanto, primeiro nós precisamos de um contato inicial que requer alguns anos de trabalho sério. Se nós fizermos isso junto e realmente o desejarmos, ajudando e obrigando uns aos outros, levará menos tempo.

Nós precisamos estabelecer um contato com a espiritualidade. Pode até não ser a adesão inicial, mas certa expectativa e sensação que transcende as fronteiras da nossa realidade comum. Aparentemente, tudo continua igual, mas acima de tudo há um estado a partir do qual a pessoa se une ao Zohar.

Da primeira parte da Lição Diária de Cabalá 14/06/10, O Zohar

Crescer Na Espiritualidade

Laitman_052O grupo cabalístico é o AHP do Superior, Malchut que incorpora muitas outras almas nela. Eu sou o mais inferior, e a minha tarefa é conectar o meu ponto no coração às outras almas, apesar delas serem estranhas a mim. Se eu anular meu ponto no coração em relação ao Superior, ele se transforma em meu GE (Galgalta ve-Eynaim), e graças ao Superior, adquire uma forma. O Superior dá a ele tudo o que for necessário para o crescimento, dando-lhe a estrutura, ou seja, todas as almas, todo o Mundo do Infinito, todo o vaso da alma comum.

Se você quer se tornar um objeto espiritual (Partzuf), você deve se aderir ao Superior, e o AHP dele se tornará seu mundo recém-revelado. À medida que você se agarra ao AHP do Superior, o seu ponto no coração se expande, graças às partes do AHP.

Aderir significa aceitar o seu domínio sobre mim, como o Baal HaSulam escreve no artigo “A Liberdade”. O AHP do Superior é o meu ambiente. Através do apego a ele, eu recebo dele tudo que eu preciso, muito parecido com o embrião que recebe sangue, oxigênio e nutrientes de sua mãe. Eu faço isso para que o meu ponto no coração se transforme em um organismo espiritual.

Este organismo será parecido com o que eu recebi do AHP do Superior, do grupo. No entanto, ele será a sua manifestação no meu ponto no coração, no meu gene espiritual. Em outras palavras, ele será partilhado por ambos, o grupo e meu próprio ponto no coração. Isso é semelhante ao modo como a criança se parece um pouco com sua mãe e seu pai, mas recebe sua essência do Criador.

Eu me transfiro para as “mãos” do Superior; eu apresento o meu desejo a ele, o meu pedido de me tornar a parte onde as linhas da direita e da esquerda se unem e realizam o ato de doação.À medida que eu executo isso, ou seja, à medida em que o sêmen anula-se perante a mãe e obriga-a a desenvolvê-lo, a mãe começa a cuidar dele em troca.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/06/10, “Prefácio ao Comentário Sulam

A Condição Para Escapar Ao Egoísmo

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como combino eu a seguinte atitude dualista: por um lado, eu tenho de ver cada um dos amigos como maior que eu, como o maior da geração. Mas pelo outro, eu preciso de vê-los como menores que eu, como se em necessidade do meu cuidado constante?

Minha Resposta: Eu posso facilmente relacionar-me desta maneira como eu faço ao meu filho: ele é mais importante que eu, dado que seus desejos determinam minhas acções. Se ele precisa de alguma coisa, eu largo tudo e faço como ele pede. Todavia, quando eu me volto a ele, eu relaciono-me a ele como alguém que é mais pequeno que eu e não pode lidar sem mim. Segue-se que nós podemos ter esta atitude dualista simultaneamente.

Está compreendido que o desejo comum é mais importante que o meu próprio. Ele é um modelo em miniatura da alma comum e já contém tudo como um holográfo.

Se eu me relacionar a este pequeno grupo com a lei da garantia mútua (digamos que o grupo tenha dez membros), esses dez membros são o mesmo que dez biliões. Não há diferença aqui. Certamente, eu preciso de sair do meu egoísmo, de modo que não importa se eu o faço relativamente a dez ou a dez biliões de pessoas. Se eu revelo o mundo espiritual nelas, então quem é mais importante: eu ou elas?

Por mim mesmo eu não posso revelar nada além desta vida terrena e corpórea. Naturalmente, com respeito ao objectivo, o grupo torna-se mais importante para mim que eu mesmo.

Eu devo aceitar o desejo deles como o meu desejo mais sagrado, como uma lei! Isto é o que nos permite unir. Por outro lado, eu preciso de os percepcionar como menores que eu para sentir que eles precisam da minha ajuda e dar-lhes tudo o que tenho.

Onde quer que falemos sobre amor e união, eu posso considerá-los ambos como um pequeno individuo ou como um grande. Não há contradição aqui. É muito parecido com um bebê em relação a um adulto, onde o bebê se torna mais importante que todos os outros. Uma criança pequena é como a cabeça da família, dado que a família inteira gira em torno dela.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabala 10/06/10, Artigo, “Propósito da Sociedade”