Textos arquivados em ''

Porque Havia Uma Proibição Sobre A Cabala Antes?

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que os Cabalistas proibiam outros de estudar Cabala até muito recentemente?

Minha Resposta: Existem várias razões para a prévia proibição do estudo de Cabala pelo público geral:

1. As almas de Israel, que costumavam estar em realização espiritual, separaram-se para se misturarem com as outras almas que permaneceram imutáveis desde os tempos da Babilónia. As almas de Israel desceram ao nível deste mundo e tornaram-se iguais às outras almas. Isto é, as almas de Israel tiveram de descer ao nível deste mundo dado que a mistura dá às outras almas a oportunidade de se tornarem corrigidas.

2. A humanidade tinha de atravessar todas as fases até que ela alcançasse completa desilusão do seu desenvolvimento egoísta e visse a si mesma vazia, inútil, e situada no limiar da destruição de todos os seus sistemas através dos quais ela esperava alcançar felicidade.

3. Entretanto, os seres humanos desenvolveram-se internamente, intelectualmente no seu egoísmo, e isto deu-nos a possibilidade de perceber formas abstractas que existem além do tempo, movimento, e espaço. Nós só começámos a falar de tais coisas no século XX. Embora estivesse escrito em O Livro do Zohar, há praticamente dois milénios atrás, que a Terra é uma esfera redonda (O Zohar, Capitulo “VaYikra (O Senhor Chamou)”, item 142), as pessoas foram queimadas em fogueiras por tais palavras até quinhentos anos atrás.

[Leia mais →]

O Acordo De Ouro

Dr. Michael Laitman“Prefácio ao Comentário Sulam”- “Três Surge do Um, Um Existe em Três”, item 52: Portanto, foi explicado que o segundo discernimento de elevar MAN de Zeir Anpin para YESHSUT significa unir as duas linhas de YESHSUT, direita e esquerda. Elas só podem brilhar através da Masach de Hirik em Zeir Anpin (item 39), que completa a linha do meio nelas e determina as duas linhas de Bina….

Existem duas linhas de Bina: a linha da direita, que é Hassadim (Misericórdia) e a linha da esquerda, que é Hochma (Sabedoria). Elas não são capazes de se unir. Na verdade, cada uma está pronta para ocupar totalmente o desejo, 100% para si. Elas permanecem em oposição entre si.

No entanto, elas não podem emanar uma sem a outra! Ambas vêm de Cima, mas a linha da direita diz: “Como isso é possível sem doação? Não é a doação o propósito da criação?”. Enquanto que a linha da esquerda afirma: “Eu sou o fundamento da criação! Eu sou a Luz de Hochma que deve ser revelada nela! Como isso é possível sem mim? “.

E assim, elas argumentam uma com a outra sem possibilidade de acerto ou reconciliação. No entanto, no acordo entre elas está a solução: a recepção em prol da doação.

Para facilitar um acordo, um terceiro fator é necessário. Este terceiro fator permite que cada uma abdique de sua posição firmemente defensiva e compreenda a outra. A solução está no meio. A solução não é um compromisso! Pelo contrário, é uma oportunidade única e singular de uma compreender a outra, revestir-se uma na outra, e chegar ao acordo de ouro.

Antes da linha do meio, tudo que existia era as qualidades do Criador. A criação começa com a linha do meio, que permite a união de doação e recepção. Esta é a forma com a qual a criatura pode participar plenamente na doação e tornar-se semelhante ao Criador. É como uma criança que une seus pais (as duas linhas opostas do Criador), e os transforma em uma família.

Da segunda parte da Lição Diária de Cabalá 08/06/10, “Prefácio ao Comentário Sulam

O Entendimento Surge Somente Depois Da Realização

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Capítulo “Tetzaveh (Mandarás)“, itens 132-133: “E ramos de árvores frondosas”, são três, três linhas, HGT … “E os salgueiros do arroio” são dois, NH, como as coxas das pessoas, e não têm nem cheiro nem gosto. O Lulav [ramo de palmeira], Yesod, os toma a todos e os inclui, como a medula espinhal no corpo …. Com essas espécies, que correspondem a HGT NHYM, o homem deve ser visto em presença do Criador. As folhas da palmeira referem-se a todos os outros exércitos que se unem nestas denominações pelas quais o Criador é chamado.

O Livro do Zohar destina-se a nos ajudar a alcançar a realização, em vez da compreensão. A realização significa a realização do desejo corrigido e o princípio da sensação e percepção da realidade espiritual. A compreensão vem somente mais tarde. Isso porque nós não temos o Kli para a compreensão, nós não possuímos os atributos que O Zohar descreve.

Não se trata de um ramo de palmeira ou outras plantas que conhecemos nesta vida. O Zohar nos diz sobre as forças que adquirem a forma de ramos em particular no nosso mundo. Ele explica as raízes espirituais que nós não podemos compreender, uma vez que não temos conhecimento de onde elas estão e como elas se parecem.

É por isso que ouvimos O Zohar sem a menor compreensão. Nós só percebemos que ele descreve a realidade que nós ainda não percebemos. Erroneamente, nós visualizamos imagens deste mundo, o que é uma abordagem errada.

O nosso único recurso é pensar sobre a nossa unidade e como revelar o que está escrito em O Livro do Zohar na conexão entre nós. É uma história sobre as conexões no sistema Superior e a revelação do Criador através dele.

É por isso que o Baal HaSulam escreve no número 155 da sua “Introdução ao Talmude Eser Sefirot” que os Cabalistas escreveram seus livros não apenas para si, a fim de compartilhar conhecimentos, mas também para todos nós como um “remédio milagroso” (Segula). Mesmo que nós não compreendamos o que lemos, mas mantemos a intenção de atingir a realidade superior que os livros Cabalísticos falam, nós atraímos a Luz Cirucundante que nos leva de volta à Fonte, ao Criador.

A Luz nos orienta e nos fornece a intenção de doar, em vez da intenção de receber para o nosso próprio benefício. Assim, nós começamos a sentir a realidade superior que existe dentro do atributo de doação. Isto é, nós alcançamos o mundo espiritual.

Da Primeira Parte da Lição Diária de Cabalá 04/06/10, O Zohar