O Zohar: Adam HaRishon e Abraão

O Zohar, Sobre as Principais Correções

Adam (O primeiro homem) foi a primeira pessoa a revelar a ordem das ações que levam ao sucesso espiritual. Ele transmitiu a sua sabedoria aos seus discípulos de “boca a boca.” E toda a pessoa pode fazer o mesmo com o seu amigo (Baal HaSulam, “O Ensino da Cabala e sua essência”).

Um: O Criador é um, toda a realidade está incluída Nele e em todos os momentos; tudo que provém Dele e Ele é perfeito, apesar da aparente imperfeição da criação. Os cabalistas chamam esse inquérito de “Um”.

Abraão estabeleceu as bases da investigação. Em seu Livro da Criação, ele chegou à conclusão de que não há duas autoridades diferentes do bem e do mal, mas tudo é regido apenas pelo bem (Baal HaSulam, “O caráter da Cabalá“).

O Livro do Zohar, Prefácio ( abreviado)


1. Abraão é a raiz da misericórdia nas almas. É por isso que ele corrigiu a alma comum (Shechiná) e o fez adequado para a realização da Luz da Misericórdia.

Mas se a Luz da Misericórdia (Hassadim) permaneceu nas almas dos discípulos de Abraão (o “povo de Israel”, o grupo que ele criou), elas não seriam capazes de exercer o seu desejo de receber prazer. É por isso que a correção da misericórdia não trouxe o Pensamento da Criação à conclusão. Isso ocorre porque a principal idéia por trás do Pensamento da Criação é específicamente agradar as criaturas recebendo a sua realização.

2. Esta é a razão pela qual Abraão (propriedade da doação) gerou Isaac (propriedade de recebimento). Como resultado da correção de Abraão, Isaac descobriu a existência da alma comum que estava em estado de perfeição completa realizada com a Luz da Misericórdia. Ele então percebeu no seu desejo de receber toda a perfeição que foi pré-determinada pelo Pensamento da Criação.

Em outras palavras, Isaac despertou em si o desejo de receber do Criador para o bem da doação, o que significa que o desejo de receber só surge por causa do desejo do Um Dadivoso,  e se esse, não o desejar, a alma não possuirá nem mesmo o mais ínfimo desejo de receber alguma coisa Dele.

Este tipo de receber para doar é considerado doação, uma vez que é uma qualidade que não é suportada pelo egoísmo. É completamente corrigido o desejo geral (Shechiná) para receber a totalidade da abundância que foi programada no momento da criação.

3. No entanto, desde que o mundo não estava pronto para a correção completa, o vilão, Esaú, apareceu e corrompeu o processo de correção.

Esaú não seguiu a idéia de “receber apenas por uma questão de doação”, como na correção de Isaac, ele pecou por receber “pelo seu próprio bem”. “Mesmo quando ele veio a compreender que o Um Dadivoso não queria que ele recebesse, ele ainda continuou a receber prazer para seu próprio bem e por isso que o Klipot “colou” nele.

Já que Jacó estava ciente do “defeito de Esaú”, ele corrigiu a alma dentro da propriedade de trepidação. É por isso que é dito: “sua mão segurava o calcanhar de Esaú”. Como resultado, as correcções de Abraão e Isaac foram unidas e nada de errado ocorreu.

4. Mas esta correção não era definitiva, uma vez que resultou no medo do pecado que vem do “calcanhar de Esaú”. Quando ocorre a correção completa, o medo do “calcanhar de Esaú” é anulado, e trepidação aparece fora da grandeza do Criador. O medo de Jacó serve para corrigir todas as gerações do povo de Israel até que a correção completa seja atingida.

5. Todo mundo têm que passar pela correção, e ao fazê-la perceberá a alma criada pelo Criador. Isto significa a obtenção das “qualidades dos antepassados.”

Somente após a aquisição destas propriedades, a correção da alma começa, ela sai do mesmo lugar que Jacó deixou para nós, o que significa elevação de um grau de ansiedade em que depende apenas da grandeza do Criador. Depois disso, a Luz do Alto é atraída através dessa propriedade elevada de trepidação para nos guiar em direção a correção completa.

6. A razão para todas as aflições que surgem neste mundo é apenas para corrigir o desejo de receber das almas dentro de tal forma que elas fiquem prontas para receber toda a abundância incluída no Pensamento da Criação.

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