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Descobrindo A Alma

Laitman_514_02Nas Notícias (de Top.rbc.ru): “Segundo o professor Dimitrios Karussis, membro da Comissão Executiva da Sociedade Israelense de Neuroimunologia e Chefe do Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Universitário Hadassah, em Jerusalém, os cientistas foram capazes de identificar a alma num ser humano usando a tecnologia da RNM (ressonância nuclear magnética).

Pesquisas indicam que estudar Cabalá ativa uma parte do cérebro que os pesquisadores chamam “aparelho da fé”. Ela ativa a atividade cerebral e aumenta várias vezes a resistência do organismo às doenças que a medicina moderna permanece impotente .”

Meu comentário: Como nós podemos revelar a alma? Depende do que queremos revelar. Se essa é a força ativadora do organismo animal, então certamente isso é factível. Quando eu era estudante, a investigação sobre “o peso do corpo antes e depois da morte” já estava sendo realizada em todo o mundo, para definir o peso da alma que supostamente deixa o corpo.

Tudo depende de como nós definimos a alma. Às vezes um homem e uma mulher referem-se entre si como “minha alma gêmea”. Se é assim que você define a alma, então você pode pesá-la. Mas se entendermos que a alma é uma parte do Criador proveniente do Alto, a força de doação, então, do mesmo modo que outras forças do nosso mundo, ela só pode ser identificada pelos resultados de suas ações. Ao perceber a força de doação dentro da qualidade de doação (o desejo de dar, Kli), nós revelamos o Criador em nós e, portanto, o chamamos  Bore, das palavras “Bo” – “Venha” (alcançá-lo com sua propriedade de doação) e “Re” – “Veja” (descubra).

Não existe Criador sem criatura. Nós somos incapazes de dizer qualquer coisa sobre Ele, pois Ele está fora de nós, visto que é a essência ou a forma abstrata que não podemos discutir. A Cabalá, sendo uma ciência puramente experimental, proíbe-nos de exercer o raciocínio filosófico, tais como o Baal HaSulam afirma na “Introdução ao Livro do Zohar”: “o juiz tem somente aquilo que seus olhos podem ver”.

Nós precisamos do material sobre o qual essa força espiritual pode agir. Este material, juntamente com a força que age nele, será chamado de “alma”. Por quê? Porque o material em si – a parte do Criador proveniente do Alto que possui a mesma qualidade de doação – será semelhante ao Criador.

Como os cientistas podem descobrir a alma, se ela existe na propriedade de doação? Que tipo de dispositivos podem usar? O que pode ajudá-los? Para descobrir a alma, a pessoa precisa do material que possui a qualidade de doação.

Isso só pode ocorrer quando a pessoa já alcançou tal correção. Então, independentemente do que revista esse material será chamado de Luz da alma. O Kli em si (o desejo), o material que tem a propriedade de doação, será chamado de corpo da alma. Sem possuir tais qualidades, a pessoa deste mundo é incapaz de perceber o corpo da alma ou sua luz.

Assim, se definirmos a alma de acordo com a Cabalá, como uma parte do Criador proveniente do Alto, os cientistas não têm como abordá-la. A pessoa pode atingir a alma apenas com o auxílio da Cabalá.

Tudo depende da nossa intenção. Se nós aspiramos revelar a espiritualidade, a Luz virá e corrigirá o nosso material (desejo), de modo que ele se torne doador. A alma surgirá dentro de nós quando o material se equivaler ao Criador, tornando-se a parte do Criador proveniente do Alto.

Elevando-se Ao Infinito Seguindo Os Passos Do Amor

Laitman_415_01Se nós devêssemos doar ao Criador, devido ao desejo que Ele inseriu em nós, haveria amor mais superficial que esse? Basicamente, nós O amaríamos porque Ele nos fez amá-Lo. O amor só é possível se o desejo se origina em nós.

É por isso que não foi uma opção criar-nos com um desejo pronto para amá-Lo, por que isso teria sido repugnante. O amor deve ser totalmente autêntico em sua origem, ele deve florescer num espaço vazio, totalmente desinteressado e independente de qualquer prazer recebido.

Como nós podemos atingir esse amor absoluto, puro e eterno, totalmente desinteressado, sem exigir qualquer recompensa? Como pode a criatura alcançar a mesma atitude para com o Criador, do mesmo modo que Ele tem por ela? Esse desejo, a necessidade de doação, deve ser desenvolvido por nós. Nisto reside todo o nosso desenvolvimento, deste mundo até o Mundo do Infinito: atingir a necessidade de amor.

Como nós a desenvolvemos dentro de nós, esta necessidade de amor não desaparece. Nós nos agarramos a essa carência, graças à qual podemos amar e doar. Por esta razão, o vaso espiritual nunca pode ser cheio. Ele não pode ser preenchido; nós simplesmente o cobrimos a partir do Alto, como está escrito: “O amor cobrirá todos os pecados”. O ato de cobrir só aumenta a carência. Nós a cobrimos, mas ela continua crescendo, mantendo a chama mais luminosa.

É por isso que o processo pelo qual passamos não pode ser diferente, como decorre do objetivo final. Com efeito, se o Criador quer levar-nos ao amor mútuo, o mesmo amor que Ele tem por nós, então não há outra escolha. Toda a escada espiritual já se expandiu, do ponto final até nós, ao princípio do caminho, e nós devemos continuar nossa viagem até o fim.

Da terceira parte da Lição Diária de Cabalá 03/05/10, Artigo “Matan Torah”

Quando Chegou A Hora De Partir Do Mundo

Laitman_059_02O Livro do Zohar, Capítulo “VaYechi (E Jacó viveu)”, item 157: Quanto tempo mais me foi dado para viver neste mundo? Eu não tenho permissão de informar-lhe isto, e um homem não é informado disso. Mas o Rabi Shimon estava em grande alegria no dia da sua morte, e houve grande alegria em todos os mundos devido aos muitos segredos que ele revelou depois.

A morte de uma pessoa justa se assemelha à purificação (Hizdakchut) do Partzuf. Quando a pessoa deixa o seu grau e passa de um mundo para o outro, especialmente quando ela deixa o menor de todos os graus (este mundo), é uma alegria grande.

No entanto, nós pensamos de outra forma, e acreditamos que vivemos num mundo maravilhoso. Nós simplesmente não vemos nada melhor além deste mundo. Nós temos que revelar o mundo espiritual, como se diz: “Veja seu mundo nesta vida”. Assim, nós perceberemos onde realmente estamos agora.

Se a pessoa conclui sua missão, ela não tem que retornar a este mundo, como aconteceu com o Rabino Shimon, que alcançou a correção final. A partir de agora ele permanece somente na dimensão superior e não reencarna na forma material mais inferior. Quem não alcançou o estado final corrigido numa determinada reencarnação deve renascer e viver neste mundo novamente.

Sem precisar dizer que o Rabino Shimon é bem-aventurado, não porque finalmente se livrou do trabalho e pode agora desfrutar de repouso, mas porque revelou  a Torá (a Luz que Corrige) ao mundo inteiro. Isto, obviamente, inunda-o com alegria.

Palestra sobre Lag BaOmer 01/05/2010

Minha Maior Virtude É Minha Deficiência

Laitman_053_05Todo mundo faz a mesma pergunta: se o Criador é onipotente, por que Ele nos colocou nesse sofrimento durante toda esta vida, que às vezes é pior que a morte? Se Ele nos trata com amor, por que Ele nos mergulha em tais estados terríveis? Se não há nada além d’Ele, então como é que Ele pode fazer isso? Por que Ele teve que criar em nós uma natureza má e exigir que alcancemos a bondade através de um caminho tão longo de sofrimento?

A verdade é que não há deficiência no Criador, e nós precisamos induzir o sentimento de deficiência sozinhos. Isto é impossível sem um trabalho duro. Nós não estamos trabalhando duro a fim de receber satisfação, mas para sentir a deficiência. Isso constitui todo o processo que atravessamos.

Parece-nos que tentamos nos satisfazer, mas este não é o caso. Nós só trabalhamos na construção de um “Kli” doador, um desejo de doar dentro de nós. Quanto mais alto subirmos, maior é a deficiência de doação, a necessidade de doar. Quando alcançamos o Infinito, este será um vaso (Kli) vazio e infinito, com uma sensação infinita de uma caência de doação. Esta é a última conquista da criatura.

A partir disso, nós entendemos que não podemos completar o processo de outra forma. Para começar, não há deficiência no Criador; o próprio conceito do Criador não carecer de nada é inexistente. Nós é que precisamos alcançar a sensação de deficiência e, em particular, da doação.

No entanto, o desejo do Criador de agradar as criaturas não é uma deficiência? Não, não é. Este desejo do Criador vem da perfeição. Nós somos incapazes de compreender isto, pois o nosso desejo é conseqüência da deficiência. O Criador e eu estamos diante um do outro, doando mutuamente um ao outro com desejos iguais, mas nossos desejos vêm de raízes completamente diferentes. O desejo Dele vem da perfeição, já que Ele é inicialmente perfeito, e o meu desejo vem da deficiência que tenho desenvolvido dentro de mim por minha própria conta.

Portanto, essa deficiência não é para o meu detrimento; é minha virtude e eu a alcancei sozinho. Eu construí o amor por Ele dentro de mim, à medida que a falta de doação ou o desejo de doar, é, na verdade, o amor.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/05/10, Artigo “Matan Torah “