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A Espiritualidade Está Ao Virar A Esquina

Laitman_401_01É essencial para a pessoa que pretende revelar a espiritualidade tentar alcançar que “aos seus olhos tudo seria como novo”, como se eu tivesse acabado de nascer e estivesse a começar do zero. Eu não sei em que mundo estou, ou quem eu sou. Quando leio um artigo, eu não tenho idéia sobre o ele que fala, como se eu não soubesse nada sobre estas coisas. Eu apago todas as minhas visões anteriores, como se eu chegasse aqui de outro planeta sem compreender uma coisa sobre a ordem do universo. Eu quero percepcioná-lo de novo.

Por quê? Nos seus ensinamentos, os Cabalistas desejam mostrar-nos que existem fenômenos espirituais no nosso mundo. Contudo, eles estão ocultados a nós, pois se não houvesse nada de espiritualidade no nosso mundo, a espiritualidade não seria chamada oculta. É por isso que temos de tentar discernir a espiritualidade na nossa realidade. Mas como podemos fazer isso? Que tipo de luz especial, que iluminação me pode ajudar a ver a realidade espiritual? Eu não sei; eu tenho de dominar isto.

Os Cabalistas dizem-nos o seguinte: se você quer reconhecer a espiritualidade que está ocultada aqui neste mundo, você pode percepcioná-la como um novo relacionamento entre você e o ambiente. Aqui reside a entrada para o mundo espiritual, e você pode penetrá-lo. Através da descoberta desta abertura, você irá começar a ver um novo mundo. A entrada está no seu relacionamento com o ambiente, mas este é um novo relacionamento que você irá revelar inesperadamente.

Subitamente você verá que a entrada para outro mundo é proveniente do mundo que o rodeia. Ninguém a reconhece. É como se você estivesse a descer a rua e ao virar a esquina você estivesse na realidade espiritual. Esta entrada abre quando você olha para o seu mundo de uma maneira diferente, como se fosse totalmente desconhecido a ele; com uma abordagem nova você percebe a realidade do “eu e o ambiente” como nova.

Da Lição Diária de Cabala 30/04/10, Rabash, Artigo 17, 1986

O Descontentamento É O Catalisador Para o Desenvolvimento

Laitman_068A diferença entre a Luz e o desejo compele-nos a avançar em frente. Quando a Luz preenche o desejo, nós (o desejo) nos acalmamos. Nós somos tão pacificados que somos incapazes de nos mover porque não sentimos a necessidade de o fazer; nós não sentimos qualquer carência que seja. Nós começamos a preocupar-nos e a lutar pelo equilíbrio interno apenas à medidad que a Luz difere do desejo.

Nós lutamos pelo equilíbrio tanto em termos de quantidade quanto de qualidade. Quando a Luz criou o desejo de desfrutar e o preencheu (Fase Um, Behina Alef), a criatura não sentiu quaisquer problemas, dado que a Luz veio primeiro. Apenas posteriormente emerge a diferença entre Behina Alef preenchida pelo Criador e o Próprio Criador.

Uma certa adição ocorre. A Luz começa a introduzir novas propriedades no desejo original, e a criatura começa a sentir a fonte do prazer. “Há alguém que me preenche! É mais alto que eu, é alguém que vem antes de mim. É alguém que dá; é o meu Gerador, o Criador”. Desta forma uma sensação adicional é introduzida no desejo da Fase Um. Esta sensação força a criatura a compensar por isso; ela compele-nos a desenvolver.

Discontent - An Engine of Development

O tipo de “fricção” determina tudo. Na Fase Um, Hochma, a fricção foi a sensação do Superior. Na Fase Dois, Bina, esta será a sensação de realizar insuficientemente o desejo de doar.

Bina queria dar, tornou-se preenchida com a Luz de Hassadim (Hafetz Hesed), e desta forma não não quis mover-se para lado algum ou fazer alguma coisa. Mas então sentiu: “O Criador está a dar verdadeiramente, e que dou eu?”, o que produziu o sentimento de descontentamento. Assim, o movimento inicia, o que leva a um novo estado. Desta maneira, a incompatibilidade entre as propriedades do Criador e da criatura, o Kli e a Luz, o desejo e o preenchimento, causam o movimento constante ou desenvolvimento.

Da Lição da Tarde do Zohar 29/04/10

A Lei do Amor Superior

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Eu cheguei até a ciência Cabalística, a ciência da recepção, a fim de receber. Mas de repente eu vejo que ela ensina sobre como aumentar o desejo da pessoa. Onde está a recepção aqui?

Minha resposta: Esta é a recepção. Eu recebo uma força especial do Criador, chamada “amor”, que é algo completamente desconhecido para nós. Com a ajuda dessa força eu uno a mim todos os desejos existentes na realidade. Todos eles se tornam meus desejos e eu os recebo, juntamente com a satisfação deles.

Isso se chama ciência Cabalística, a qual fala sobre como receber os desejos cheios de bondade. Eles são todos seus. Tudo que você precisa fazer é sentir amor por eles. Assim, você descobrirá que eles estão no estado chamado Fim da Correção, e tudo isso é seu.

Quando você adquire a força do amor, você começa a sentir os desejos do seu próximo melhor do que ele, e assim você o satisfaz de acordo com suas sensações. É como a mãe, que sente aquilo  que seu filho precisa.

Na espiritualidade o Superior conhece melhor sobre as necessidades do inferior. O inferior simplesmente grita, revelando o desejo dele a você. Mas você conhece todos os componentes do seu desejo, embora ele não o conheça. Isso porque você é o superior. Se você é aquele que doa e o satisfaz , então você é superior em relação a ele e sabe mais sobre ele do que ele mesmo.

Esta é a lei do amor superior, que não tem nada em comum com as noções que atribuímos à palavra “amor” em nosso mundo.

Da terceira parte da Lição Diária de Cabalá 03/05/10, “Matan Torah”

A Espiritualidade É A União Da Escuridão E Da Luz

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Capítulo “VaEra (E eu apareci)”, Item 90: …”E amarás ao Senhor teu Deus com todo teu coração”, isto é, com ambas as tuas inclinações – a inclinação ao bem e a inclinação ao mal, de modo que as más qualidades da inclinação ao mal se tornarão boas … Então, certamente não haverá nenhuma diferença entre a inclinação ao bem e inclinação ao mal, e elas serão um.

Em nosso mundo não temos consciência da diferença qualitativa entre o bem e o mal; portanto, não entendemos que eles definem e apoiam-se um no outro e não podem existir sozinhos. Nós gostaríamos de eliminar imediatamente todo o mal e deixar apenas o bem, ou seja, tudo aquilo que consideramos bem neste momento.

Entretanto, a espiritualidade é revelada no contraste de qualidades opostas, e não na tentativa de se eliminar ou destruir uma deles. Ambas as qualidades existem para que nós possamos distinguí-las, e o estado espiritual é construído a partir delas – da Luz e da Escuridão, juntas.

Inicialmente nós não temos as definições internas corretas; não entendemos o que significa a Luz e a escuridão. Uma vez que nós as identifiquemos e possamos dizer o que é a Luz e o que é a escuridão, e uma vez que escolhamos a Luz sobre as trevas, podemos utilizar plenamente toda a Luz e toda a escuridão para construir o nosso estado espiritual.

Nós não apagamos nenhuma, porque se removêssemos uma delas, a outra também desapareceria. Nós construímos a linha média a partir da duas. Em nosso mundo, essa estrutura não existe. Este fenômeno, a linha do meio, é desconhecido para nós. Nós sempre nos esforçamos para eliminar qualquer coisa que não desejemos ou que sintamos desagradável para nós. Parece-nos que não há lugar para elas no mundo.

No entanto, na espiritualidade, há espaço para tudo e tudo tem que permanecer para sempre. Somente quando ambas se unem uma com a outra no caminho certo, há espaço para a existência de ambas e uma não existe sem a outra.

Portanto, os ímpios e os justos, a recepção e a doação, a fé e o conhecimento, são todos construídos um sobre o outro. Portanto, eles são igualmente importantes para se atingir a meta. Está escrito: “A pessoa deve ser grata tanto pelo mal como pelo bem”.

A correção do mal reside em usá-lo corretamente, juntamente com a bondade. Assim, as duas participam igualmente e em conjunto para revelar a sua Fonte, o Criador. A linha do meio, a alma, é criada a partir de ambas. É a revelação de sua Fonte, o Criador.

Da Primeira Parte da Lição Diária de Cabalá 03/05/10, O Zohar

Óculos Milagrosos

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como eu faço para reconhecer de que modo estou sendo ensinado pelo Alto?

Minha resposta: A ciência Cabalística fala de coisas muito lógicas e revela uma grande quantidade de novos conhecimentos acerca do homem neste mundo e a força que rege todos nós. Ao fazer isso, a Cabalá complementa nosso conhecimento sobre a psicologia humana e nossa visão geral sobre o mundo.

No entanto, a ciência Cabalística é para aqueles que já sentem a espiritualidade e têm cinco “órgãos de percepção” espirituais: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut. Até que a pessoa adquira esses órgãos superiores de percepção, a Cabalá não é uma ciência para ela, mas sim uma mensagem codificada, um livro de mistérios.

O que eu posso fazer se sou incapaz de entender uma única palavra que li? Eu não existo na realidade que converte cada palavra que li numa sensação concreta. Se eu não tenho essa conexão com o mundo sob investigação, isso não é considerado ciência. Somente quando eu tenho todos os dados da pesquisa e posso experimentá-los, isso se torna uma ciência.

Portanto, no início nós não estudamos Cabalá para aprender esta sabedoria, mas para obter as ferramentas (Kelim) para alcançá-la, de modo que possamos começar a perceber o objeto de nossa investigação. Se minha visão é ruim, então, para ser capaz de ver, eu primeiro preciso arranjar um par de óculos. Eu ganho dinheiro para comprar os óculos, colocá-los, e só então eu começo a ver claramente. Só então eu começo a ouvir as explicações e entendo sobre o que estou sendo informado.

É por isso que existe o “tempo de preparação“, durante o qual nós trabalhamos em nós mesmos, a fim de entrarmos no mundo espiritual. Nós começamos a senti-lo na medida em que adquirimos suas propriedades. Mais tarde, à medida que eles surgem e se desenvolvem dentro de nós, continuamos com a investigação do novo mundo, como uma criança que cresce por causa das novas propriedades que surgem nela.

Na fase inicial do desenvolvimento das novas propriedades dentro de nós, nós não temos nada a perguntar, porque não temos a capacidade de compreender. Apenas uma pergunta é apropriada neste momento: Estamos nós nos alinhando corretamente, a fim de atrairmos a Luz Superior que forma novas propriedades dentro de nós? O nosso sucesso e futuro dependerão das ações da Luz.

Da Lição Noturna do Zohar 29/04/10

A Importância De Disseminar A Sabedoria Da Cabalá, Parte 2

Laitman_909Baal HaSulam, “A Futura Geração”, Prefácio (abreviado):
Há uma lenda sobre um grupo de pessoas que estavam perdidas no deserto e sofriam de fome e sede. Uma delas encontrou uma abadia cheia de abundância, e começou a gritar e soprar seu chifre para que seus amigos menos afortunados a pudessem escutar e chegar a este lugar de abundância.

Toda a humanidade está perdida num horrível deserto, mas nós descobrimos os livros de Cabalá, uma fonte que pode encher nossas almas com vida. Nós recordamos nossos amigos que estão ainda perdidos no deserto, e assim nós sopramos o chifre esperando que eles nos escutem, se aproximem de nós, e sejam tão felizes como nós somos.

Neste mundo, o conhecimento ajuda-nos a prover pelas nossas necessidades corpóreas. À parte disso, nós desenvolvemo-nos através de dificuldades e aflição, desesperadamente tentando prevenir dor e sofrimento. Imagine que há um livro que descreve o meio de alcançar a ordem, confiança, e tranquilidade, um livro que garante paz no mundo e nas nossas vidas diárias. Com ele, nós temos a chance de corrigir nosso futuro.

O Apelo para Estudar Cabalá
Eu não me considero uma pessoa especial; então, se eu consegui encontrar tudo o necessário para a felicidade nestes livros, então você também consegue.

Porque “Sopro Eu o Chifre”?
Eu tomo tudo o que está a acontecer e a oportunidade apresentada a nós agora tão perto do meu coração, que eu simplesmente não me consigo conter mais. Eu decidi transmitir o meio para alcançar a felicidade. Então, eu estendo a mão às pessoas e sopro o chifre, porque na minha opinião vale a pena reunir juntos todos os “escolhidos”, que ao estudarem e compreenderem estes livros trarão a si mesmos e ao mundo inteiro a uma balança de mérito.