Mudando De Uma Tela Para A Outra

Dr. Michael LaitmanA Cabalá usa palavras que todos nós estamos acostumados, mas elas podem ser interpretadas no sentido material ou espiritual. Quando a pessoa está apenas começando a estudar a ciência Cabalísitca, ela imagina tudo que a Cabalá fala através das imagens deste mundo. Mais tarde, a pessoa começa a pensar que a Cabalá fala sobre a espiritualidade, não importando qual forma ela imagina que esta tenha. Na realidade, o que a pessoa imagina ainda não é a espiritualidade, mas apenas suas próprias fantasias sobre ela. Assim, ela imagina vários gráficos e imagens.

Não é fácil para a pessoa mudar para a percepção espiritual, uma vez que esta só pode ser sentida através de qualidades que não possuem tempo, movimento, ou espaço. A pessoa é incapaz de imaginá-la imediatamente nesta forma, e, portanto, ela descreve vários quadros e imagens. É assim que ela muda de uma tela para outra, como se estivesse num computador, até que finalmente corrija a sua percepção.

No entanto, o vocabulário e a terminologia continuam sendo os mesmos o tempo todo. Eu tenho milhares de telas mudando, como no “Windows”, as quais são descritas pelas mesmas palavras. No entanto, a imagem está sempre mudando. Primeiro você imagina cada termo no sentido material, mas aos poucos você começa a imaginá-lo cada vez mais de forma espiritual. Em vez de imaginar braços, pernas, um abraço da esquerda, um abraço da direita, Rosh (cabeça), e Toch (tronco), você começa a imaginar qualidades que não têm qualquer forma material.

Mesmo no mundo material, a física quântica tem revelado que não existem partículas “sólidas”, como elétrons, prótons e myons. Tudo está manchado, como uma espécie de nuvem de elétrons que desaparecem e estão realmente mais próximos da noção de qualidades. No entanto, os nomes permanecem os mesmos, porque nós não temos nenhum outro lugar de onde tomar nomes além do nosso mundo.

Porém, porque nos temos que ser tão pedantes e nunca trocamos uma única palavra? Porque a palavra é o ramo material que aponta para sua raiz espiritual elevada. Se nós mudarmos as palavras, nós confundiremos as conexões entre as raízes e os ramos. Então isso não será mais uma ciência. Imagine que nós somos químicos, que mudam os nomes de algumas substâncias e, em seguida, começamos a misturá-las de acordo com uma fórmula para produzir uma reação química. Nós produziremos uma substância completamente diferente.

É por isso que nós mantemos sempre a mesma linguagem, mas, constantemente, tentamos melhorar a nossa percepção dela, deslocando-nos em direção a uma forma espiritual mais avançada, mais verdadeira.

Da 3ª parte Lição Diária de Cabalá 12/04/10, “Exílio e Redenção”