A Imensidão Do Nosso Desejo De Desfrutar

Uma pergunta que recebi: Por que nós devemos esperar tanto tempo e sofrer tantas lições negativas que nos machucam, antes de finalmente percebermos qual o caminho correto?

Minha resposta: Nós não esperamos! Nós evoluimos a cada instante, passo a passo. Mas o nosso ego, o nosso desejo de desfrutar, é simplesmente infinito. Sua profundidade é enorme: uma criatura enorme. Imagine a si mesmo como o nosso Universo infinito; bem, o desejo humano é bilhões de vezes maior que todo o universo.

Agora, nós precisamos começar a nossa correção. E o meu desejo de desfrutar contém milhares de qualidades nas quais eu preciso sentir golpes, de modo a reagir com um “Ai!”. Então, serão necessários mais mil golpes que me façam andar: “Ui!”. Isso não é brincadeira; toda a nossa vida passa exatamente assim. Finalmente, eu ainda precisarei de mais mil golpes para decidir sobre mim mesmo: “É isso aí, eu não agüento mais! Algo deve ser feito”.

Cada qualidade é composta de quatro níveis (Aleph, Bet, Gimel, Dalet). Até atingirmos o nível final (quarto nível) continuaremos recebendo golpes e sofreremos sem pararmos para pensar sobre a nossa situação. É como se eu sentisse dor numa parte do meu corpo e depois outra; eu a suporto e digo a mim mesmo que não é grande coisa, até que finalmente percebo que algo deve ser feito. O mesmo princípio se aplica aqui. Mas é exatamente assim que deve ser, porque nós somos feitos de um material complexo, com várias camadas, que se desenvolve a partir de um ponto. Não há escolha nessa questão.

Somente no fim da correção é que tudo o que passamos se fundirá e produzirá a perfeição da realização, da satisfação e da compreensão .

Da terceira parte da Lição Diária da Cabalá 29/04/10, A Entrega da Torá