Textos arquivados em ''

Na Espiritualidade, Você Pode Apenas Ser Bom ou Mau

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: O que significa que eu causo mal ao meu amigo?

Minha Resposta: Se for um amigo num grupo Cabalístico, então eu causo mal simplesmente ao não me preocupar em me unir a ele, porque desta forma eu faço um furo no nosso “barco” comum, nosso recipiente (vaso) espiritual comum. Logo, ao ser ocioso eu já estou a causar-lhe mal.

Se eu não estou a trabalhar para aumentar nosso Kli espiritual partilhado, ou até se eu sou um pouco preguiçoso, eu inflijo mal aos outros. Porém, parece-nos a nós que se não estivermos a bater em alguém, a matá-los, ou roubar deles, então tudo está bem e o que mais pode alguém nos pedir? Nós não compreendemos que nós podemos infligir mal até mesmo quando somos perfeitamente “bons cidadãos”. Todavia, isto é insuficiente na espiritualidade. Na espiritualidade, se eu não gasto cada momento preocupando-me sobre como criar um recipiente (vaso) comum espiritual, então eu não tenho uma boa atitude em relação aos outros. No momento em que eu me esqueço sobre a preocupação em relação ao Kli comum, eu torno-me um infrator.

Não há um estado intermédio, mas apenas bom ou mau. Essa é a lei do Sistema Superior da nossa conexão.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala 27/04/10, “Matan Torá”

A Verdadeira Mudança Versus “Maquilagem”

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como posso eu preencher o desejo de alguém se cada pessoa gosta de algo diferente?

Minha Resposta: Deve ser uma atitude interna em relação à outra pessoa: você tem de se preocupar com ela da mesma maneira que você previamente se preocupava consigo mesmo. Você deve exigir que a Luz Superior torne o seu amigo tão importante quanto você se considerava a si mesmo no passado, egoisticamente, para seu próprio benefício.

Não faça nada artificialmente. Nós temos de deixar a Luz Superior fazer todo o trabalho. Ela faz as correcções. Tudo o que nós podemos fazer é arruinar as coisas! Nós não temos a força ou o entendimento para fazer algo. Desta forma, se nós tentamos mudar, nós só o fazemos externa e artificialmente, e isso não é correcção.

O Rabash dá um exemplo usando uma parábola sobre gatos que, supostamente, eram treinados para serem serviçais nobres e importantes, de forma a provar que é possível mudar a natureza de alguém. Mas quando os gatos viram ratos a correr, eles atiraram suas bandejas para longe e apressaram-se a os apanhar. Nós somos iguais: Nós executamos mudanças externamente belas até que explodimos e saltamos violentamente em cima uns dos outros. Estas não são certamente as mudanças que a Cabalá fala.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/04/10, “Matan Torá”

O Lado Prático da Cabalá: A Convenção Mundial do Zohar

World Zohar ConventionUma pergunta que recebi: Os estudantes experimentam o lado prático da Cabalá nas convenções. Qual é o lado prático da Cabalá?

Minha Resposta: Nós nascemos, e fomos criados num estado em que o ego nos separa. De acordo com o plano da criação, nós devemos nos conectar em amor fraterno. Isto é algo que é impossível de realizar usando nossa própria força, porque nós somos simples egoístas.

Egoisticamente nós podemos sentir apenas este mundo. É isso que qualquer individuo percepciona nos seus pequenos egos. Assim que a pessoa sai do ego e realmente começa a sentir os outros, ela começa a sentir, nesta nova atitude para com eles, uma realidade chamada mundo espiritual, ou o próximo mundo, ou a realidade superior.

Isto é precisamente a coisa mais prática que nós podemos fazer juntos neste tipo de convenção. É através dessa conexão entre nós. Nós podemos senti-la de forma tangível. Compreender isso realmente é o que pretendemos fazer.

Eu realmente espero que isso venha a acontecer, e se não for nesta convenção, então talvez na próxima. Mas nós estamos indo nessa direção, e o que nós vamos fazer são coisas muito tangíveis e práticas sobre as quais a sabedoria da Cabalá escreve, sobre as quais O Zohar escreve, aqui e agora, na face da terra, entre seres humanos.

De uma Entrevista com o Director do Centro de Treinamento 5/4/10

A Necessidade Do Canal De TV Da Cabalá

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (de Kursor.co.il): O Sr. Mordechai (Moti) Shklar, CEO da Autoridade de Transmissão de Israel, durante seu discurso na Escola de Comunicações Sammy Ofer, IDC, Israel, afirmou [resumo]: Nós nos transformamos numa sociedade que destrói todos os valores, numa sociedade de indivíduos alienados pela sociedade, onde a individualidade fica no centro e não há lugar para valores coletivos.

A TV comercial educa a sociedade com emoções baixas e vazias, e tal sociedade não tem futuro, não tem direito à existência. Hoje, nós já sentimos uma reação oposta: um número crescente de pessoas está procurando um significado em suas vidas, e, juntamente com programas de entretenimento, quer assistir canais de TV com uma programação que tenha sentido.

Nós precisamos de um canal alternativo à TV comercial. Possivelmente, o conteúdo de tais programas não atenderá o público jovem, mas atingirá mais as pessoas maduras, acima de 40 anos. Desta forma, nós temos que conquistar primeiro o público acima dos 40 anos e, finalmente, os jovens também começarão a buscar alternativas.

Meu comentário: Aparentemente, o Sr. Shklar não conhece o Canal 66, o nosso canal de TV da Cabalá em Israel. Caso contrário, ele substituiria o Canal de TV 1 de Israel por ele!

Calculando O Prazer De Um Desejo Desconhecido

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Ontem eu fui até o restaurante do Criador e pedi um bife por 100 dólares, mas hoje, com apenas 80 dólares disponíveis, eu posso apenas pedir frango. Se eu nunca experimentei frango, como posso eu calcular o prazer em relação ao desejo usando a tela (preço)?

Minha Resposta: Esta é uma pergunta muito profunda e importante, uma vez que ela determina a diferença entre todos os estados e graus pelos quais nós ascendemos ou descemos. Cada satisfação difere da outra, como o prazer da música difere do prazer da arte, e assim por diante. Então podemos nós fazer este cálculo ou não? Se não podemos, então como avançamos nós na espiritualidade?

Como executo eu um calculo baseado no bife de ontem de 100 dólares com o frango de hoje de 80 dólares, se eu nunca experimentei o frango, e ainda assim,todavia, quero executar o cálculo máximo para doação? Se a doação não for 100% então não é chamada doação. Além do mais, se eu recebo mais do que é possível, eu irei para a Klipa (egoísmo), que deve ser evitada.

Desta forma, eu realizo um cálculo sobre Dalet-Hitlabshut (o quarto nível de prazer) e Guimel-Aviut (o terceiro nível de desejo), isto é, um cálculo sobre quanto da carne de ontem eu receberia por 80 dólares. Ontem eu recebi bife por 100 dólares, e hoje com apenas 80 dólares aparenta ser o mesmo bife, apenas mais pequeno. Eu corto a Luz de Yechida dele, e deixo apenas Nefesh, Ruach, Neshama, e Haya.

Como resultado, eu começo a sentir a diferença entre o quarto e o terceiro nível. Por conseguinte, em vez de executar um cálculo sobre o bife que eu agora rejeito, eu executo um cálculo sobre o dinheiro: o que significam os 100 dólares em relação aos 80 dólares? A diferença é o prazer que eu agora rejeito. Logo, eu agora compreendo o valor dos 80 dólares, e assim eu executo um cálculo em relação ao máximo que eu posso receber dele em prol da doação.

Este é um dos princípios da educação: compreender uma coisa a partir de outra (“Lilmod Devar Mi Toch Devar”). Eu executo um cálculo considerando uma coisa, então conecto-a à outra, e avanço para um terceiro cálculo.

Desta forma, no nosso cálculo nós temos sempre em conta o Rosh de-Hitlabshut (a Luz anterior) do estado espiritual anterior (o Partzuf anterior). Daí nós já podemos descer para Rosh de-Aviut (desejo) a fim de executar um cálculo sobre uma nova satisfação.

Da 2ª parte da  Lição Diária de Cabalá 23/04/10, Prefácio à Sabedoria da Cabalá

Sistema De Cálculo Binário: Desejo Atual E Luz Prévia

Dr. Michael LaitmanQualquer estado é definido por dois parâmetros: a Luz e o desejo (Kli). Em acréscimo, quando não há Luz e nenhum desejo por ela (razão pela qual a Luz partiu), então o que sobra é um “registo” (Reshimo) da Luz e do desejo.

Suponhamos que eu tinha um desejo e prazer dentro dele, mas agora o estado mudou : não há nem a Luz prévia nem o desejo por ela. No novo estado eu tenho um novo desejo, mas como posso eu determinar que Luz aceitar dentro dele? Eu tenho um desejo distinto que eu sinto agora, mas eu ainda não recebi a Luz dentro dele, porque a Luz tem de vir de fora. Neste caso eu uso a informação (Reshimo) sobre a Luz do meu estado anterior e a informação sobre o desejo do meu estado atual.

Suponhamos que eu estava num restaurante ontem onde desfrutei de uma refeição custando 100 dólares. Hoje eu chego ao mesmo restaurante com apenas 80 dólares e não sei o que pedir com este dinheiro. Embora eu compreenda que não possa pedir tanto quanto eu pedi ontem, agora eu tenho de descobrir o que pedir baseado no que aconteceu ontem. Eu tenho de pedir um pouco menos e devo determinar precisamente quanto menos. Eu recordo o prazer (a Luz) de ontem, que é a minha única referência, uma vez que o prazer sempre vem de fora. Há apenas dinheiro (Kli) no meu bolso e eu sei que hoje eu tenho menos dele.

Cada estado espiritual contém sempre informação sobre o desejo (Reshimo de Aviut) e informação sobre a Luz que estava vestida no desejo anterior (Reshimo de Hitlabshut). Baseado nestes dois Reshimot é sempre possível compreender o que está a ocorrer. Sem estes Reshimot (reminiscências) a pessoa perderia toda a sua memória e razão. Ela não saberia o que aconteceu um momento antes e não compreenderia como se comportar no momento seguinte.

Nós agimos apenas de acordo com os Reshimot. Estes dados são construídos dentro de nós; nós fazemos todas as nossas comparações e cálculos baseados neles.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 23/04/10, Prefacio à Sabedoria da Cabalá

Toda Criação É O Jogo Do Criador

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Qual é o jogo que o Criador está a jogar connosco e qual o seu propósito?

Minha Resposta: Como está escrito, toda a criação é um jogo. O Criador criou o universo e o homem nele de tal forma que através da conexão correcta com o universo circundante nós nos desenvolveríamos e alcançaríamos similaridade com o Uno (Criador) que criou a ambos. Isto é chamado um jogo porque ao nos desenvolvermos nós crescemos e subimos a um nível superior de desenvolvimento, em vez de simplesmente acumular conhecimento.

Todos nós temos de subir ao primeiro grau espiritual. Nós não o vemos. É como num jogo: nós brincamos e não sabemos o que está a acontecer. O resultado do jogo é desconhecido.

O mesmo processo está a ocorrer no desenvolvimento das plantas e animais. Tudo se desenvolve na forma de um jogo. Um jogo significa que a pessoa pode existir num certo grau, mas ela não pode discernir o próximo. Todavia, ela faz todos os esforços possíveis para o alcançar.

As crianças, também, jogam a toda hora, e através de seus jogos elas subitamente se tornam mais espertas e começam a falar e compreender. Elas não estudam uma língua ou ciência da maneira que nós fazemos. Elas absorvem o mundo circundante com o seu desejo de o compreender.

Isto é o mesmo para nós em relação ao mundo espiritual. Nós só precisamos do desejo de o sentir, e depois de o sentir, nós temos de compreender e percepcioná-lo dentro de nós mesmos. Subitamente, o mundo espiritual manifesta-se dentro de nós – e nós sentimos-o. Afinal, nós somos um recipiente (vaso) de sensação, um desejo. A compreensão e o intelecto seguem o desejo.

Da Lição da Tarde do Zohar 21/04/10