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Mundo Animal Versus Mundo Humano

Dr. Michael LaitmanO Rabino Akiva disse: “Ama teu próximo como a ti mesmo; essa é a grande lei da Torá!”. Por que o amor ao próximo é uma grande lei, o fundamento que categoricamente nos divide em duas metades: animal e humana? Se eu me amo a mim mesmo, então eu sou um animal, e se eu amo o meu próximo, então eu sou um humano. Como um animal, eu sinto apenas esta vida material, mas quando eu começo a amar os outros, eu sinto o Criador e o mundo espiritual.

A espiritualidade é sentida dentro da força do amor que é chamada o meu recipiente (vaso) espiritual ou Kli. Neste momento o meu recipiente (vaso) é amor egoísta, o desejo de amar a mim mesmo. O mundo que eu sinto hoje é sentido dentro deste desejo. Nesta realidade egoísta, eu revelo apenas o que é bom ou mau para mim.

Eu revelo o mundo e toda diversidade de suas sombras apenas em relação a mim mesmo. Todas as cores e sons no mundo dependem do que me é útil e do que é prejudicial. Eu tenho medo de uma coisa e eu desejo outra qualquer. Eu afasto uma coisa e atraio outra qualquer. Cada influência é revelada dentro dos meus sentidos, que operam em relação ao meu amor por mim mesmo. Desta forma, eu não vejo nada que não pertença ao meu amor próprio, eu simplesmente não percepciono sua existência.

O facto é que eu estou em frente ao infinito, mas eu não o sinto. Em relação a mim ele parece-me não existir de todo, porque ele não me faz sentir bem ou mal. O amor egoísta determina o volume do universo que eu sinto. Logo, fora de todo Mundo do Infinito, eu sinto apenas uma pequena esfera, o meu mundo.

Quando eu começo a sair de mim mesmo, no meu desejo anterior eu sinto o que é bom para os outros. Por outras palavras, eu começo a amar o meu próximo. Isto é chamado o Mundo Superior, espiritual. Quando eu o revelo, eu revelo um universo completamente diferente.

Se eu me dessintonizar dos pensamentos egoístas sobre mim mesmo, até mesmo num sentido puramente material, e começar a pensar sobre o meu próximo, então eu irei sentir um mundo completamente diferente, com problemas e soluções completamente diferentes. Quando eu revelo o que é bom para alguém mais, então, em relação a mim, isso será chamado o  Mundo Superior, espiritual. Essa pessoa irá ver a mesma coisa como seu mundo material e egoísta, mas quando eu desejar me vestir na sua realidade e revelar o seu mundo de dentro dela, isso irá tornar-se o meu mundo espiritual.

Este exercício permite-me sair de mim mesmo e sentir o Criador. Eu irei senti-Lo dentro de vocês, como está escrito: “O Criador habita dentro de Sua nação”.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala 26/04/10, “Matan Torá”

A Maior Luz é Revelada Acima do Maior Ódio

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como é que o meu ponto de vista realmente muda quando eu saio do amor próprio egoísta e vejo o mundo através dos desejos dos outros? Irei eu ver uma sala diferente, um copo diferente à minha frente, e irei eu ver todas estas pessoas diferentemente?

Minha Resposta: Um animal irá permanecer sempre um animal, e isso pertence a cada um de nós. Você irá permanecer sempre dentro do ponto do seu “eu”; porém, quando você alcança a espiritualidade, você acrescenta um sentido completamente diferente (recipiente, vaso ou Kli) a esse ponto – os desejos de outras pessoas.

O Criador criou um desejo consistindo de dez partes ou Sefirot, chamado HaVaYaH. Neste momento, você só sente a camada mais baixa deste desejo, um ponto negro. Enquanto você nasce, e morre, você volta às mesmas dez Sefirot do seu egoísmo, que é a sensação deste mundo. Isto continua de uma geração até à próxima, de um ciclo de vida ao próximo (ou de um Partzuf ao próximo), cada vez atravessando os mesmos estados: embrião, amamentação, e amadurecimento (ou de um Partzuf ao próximo), e então novamente: embrião, amamentação, amadurecimento, e assim por diante.

Como pode você sentir o mundo de uma maneira diferente, não apenas dentro do ponto negro, mas através dos desejos das outras pessoas que estão fora de si? Quando isto acontece, o nosso “Eu” ainda permanece, e o seu mundo não irá mudar. Se você desaparecesse, em relação a quê iria você sentir os outros? Você tem de sentir os outros opostos a si, e vê-los como opostos e odiosos a si. Além do mais, este sentimento tem de continuar a crescer.

Um exemplo disto é o grupo do Rabino Shimom: eles revelaram o maior ódio possível entre eles. Mas acima dele, eles construíram o amor, e assim alcançaram a revelação da Luz do Zohar. Quando você tem um grande ódio interior e um grande amor por cima dele, isto fornece o contraste necessário no qual a Luz de Hochma (Luz da Realização) brilha. Há um enorme egoísmo interior, e acima dele há uma tela. Essa é a única maneira de revelar uma Luz maior.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala,26/04/10, “Matan Torá”

O Sistema Independente de Conexões

Dr. Michael LaitmanEu só posso desejar a correcção pela doação se o ambiente me apoiar nisto. O desejo de doação manifesta-se e age apenas na minha conexão com os outros; portanto, eu preciso da assistência deles na forma da “garantia mútua”. À medida que eu os apoio, eles apoiam-me. Este é um sistema. À medida que eu o activo, eu recebo dele.

Ao desejar juntar-me ao grupo e me conectar com os outros, eu desencadeio uma reacção contrária a mim. Os outros passam-me as formas correctas da nossa conexão sem sequer estarem conscientes disso. Uma vez que existimos numa rede, eles mostram-me o tipo de conexão que temos.

Esta conexão não é apenas um desejo de doação; pelo contrário, é uma garantia que fortifica a nossa conexão. Isto ocorreu em resposta ao meu pedido. Então, eu volto-me a eles com um recipiente (vaso) preparado (Kli), com um sistema preparado de conexões que consiste de 613 elementos (Taryag). Sem o saber, eu activo o sistema inteiro. Então, ao nos conectarmos uns com os outros nós reanimamos o sistema inteiro entre nós. 

Self-enclosed System

Garantia mútua é um conceito muito profundo. Ele refere-se à vida e à activação do sistema interno de conexão entre nós. Nós precisamos apenas recuperá-lo interiormente e começar a usá-lo.

Caso contrário, eu posso gritar sobre o meu desejo de estar conectado aos outros, mas como posso eu fazê-lo? Compreendo eu como me conectar com cada pessoa e com todos juntos? É porque eu os desperto que eles começam a me influenciar e a me passar as formas da nossa conexão. Eles podem estar conscientes disso; isso não é importante. Mesmo assim, nós activamos este sistema de conexões.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 25/04/10, O Zohar

O Zohar: Um Guia Para As Raízes Espirituais

Dr.  Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Os autores de O Zohar escreveram o livro para a nossa geração. Eu acabo de começar o caminho espiritual. Porque descrevem eles tão escrupulosamente tais graus elevados? Que significado posso eu obter destes comentários para mim mesmo?

Minha Resposta: Os graus e os estados descritos em O Zohar são na verdade os estados do Mundo de Atzilut. Estes estados têm um relacionamento com cada grau, até o mais inferior, quando a pessoa está meramente a ler este livro sem compreender nada dele.

Não é exactamente importante o que lemos em O Zohar. A pessoa que abre este livro pela primeira vez pode ler sobre os mais remotos sistemas do mundo espiritual. Muito mais importante, o desejo da pessoa conecta-a com a Raiz Superior. Daí, ela precisa de atrair a Luz sobre si mesma e deixar que esta Luz a eleve até à sua Fonte.

É por isso que o Baal HaSulam não se limitou a si mesmo apenas a um livro sobre Cabalá, que a pessoa pudesse ler e ao qual se referir, repetidamente. Em vez disso, ele escreveu milhares de páginas do Talmud Eser Sefirot para descrever as Raízes Superiores e transmitir tudo o que é necessário para nossa ascensão.

Porém, isso não significa que a pessoa precisa ler todos os livros. Ao estar conectada com o texto, ela desperta a influência das suas Raízes Superiores sobre si. Assim, é vantajoso ler qualquer texto, independentemente se nós o compreendemos ou não.

Ao preparar O Zohar para Todos para publicação, nós apresentamos o Zohar inteiro, excepto as partes que descrevem a investigação e comparação de fontes. Nós fazemos-o porque isto pode interessar apenas aos investigadores, mas não aos que anseiam alcançar equivalência com o Criador.

Nossa principal preocupação é ajudar as pessoas a “entrar” na espiritualidade, a revelar a Luz Superior, e estabelecer contacto com o Criador. Esta é a razão pela qual preparamos O Zohar numa versão ligeiramente mais simplificada, mas, apesar de tudo, numa versão certamente suficiente para permitir que a pessoa entre na espiritualidade.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 21/04/10, O Zohar

Botão de Oxigênio

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Se a pessoa é mais elevada que seu ambiente, pode ela influência-lo e corrigí-lo?

Minha Resposta: A pessoa não pode elevar-se acima de seu ambiente. Ela depende totalmente dele. Mesmo se este ambiente consistir de pessoas simples e ela for um grande Cabalista, estas pessoas irão, todavia, influenciá-la.

Imagine que você pegue uma magnifica árvore frutífera, arranque-a do solo, e plante-a no centro do deserto. Que lhe irá acontecer? Ela transformará o deserto num jardim florido? Similar à dependência da árvore ao seu ambiente, a nossa alma depende do nosso ambiente.

O objetivo da criação, o grupo, o nosso trabalho pessoal, e o Criador estão posicionados dentro de um ponto. Imagine que toda a sua vida dependa deste ponto único que você tem de esclarecer. Ele determina a sua vida e morte em cada momento. Para fazer uma analogia, digamos que você não consiga respirar a menos que pressione um botão de oxigênio. Se você não o fizer (conectar- se com os outros), o oxigénio não lhe é fornecido.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 18/04/10, Artigo “A Liberdade”

O Solo Para a Semente da Vida

Dr. Michael LaitmanSe nós colocamos a nossa “semente” num bom ambiente, ela desenvolve-se. Se nós a colocarmos num “solo ruim” (ambiente), até mesmo a melhor semente irá secar. Tudo depende somente do ambiente. Isto significa que nós precisamos de pessoas à nossa volta que revelem o mal do egoísmo dentro de nós mesmos e queiram corrigi-lo.

Eu devo me inserir em tal ambiente e aspirar absorver dele tudo que for possível: humidade, minerais, e calor ou, por outras palavras, tudo que esse solo pode fornecer a uma semente.

Como o Baal HaSulam escreve no artigo “A Liberdade”, no momento de sua morte a pessoa não pode levar nada com ela deste mundo, excepto o atributo de doação que ela alcançou. Ela só pode alcançar a doação neste mundo, porque neste mundo ela pode sentir-se a si mesma. Está escrito: “Veja seu mundo durante sua vida”. Contudo, se você não alcançou nada, você permanece apenas como uma semente que será colocada novamente no solo, e assim terá outra chance.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala 18/04/10, Artigo “A Liberdade”

Abrindo A Porta Para A Independência

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que Aba ve Ima foram tão cegos ao não notar o “coração de pedra” no mundo de Nekudim, e, consequentemente, terem realizado uma ação que resultou na quebra dos vasos? Por que, a princípio, isso não foi esclarecido?

Minha resposta: O esclarecimento só é possível quando a pessoa o exige. Se ela não sentir uma necessidade por isso, o que deve ser esclarecido? O esclarecimento segue a quebra dos Kelim, quando todos eles se misturam, quando nos encontramos diante de fragmentos de desejos, e não sabemos como ordená-los.

Então, a Luz Superior desce e ilumina o que é o que: que desejos pertencem à linha direita, quais à linha esquerda, que desejos estão em cima ou em baixo, e assim por diante. Os desejos são designados Sefirot de acordo com as telas que perderam, as Luzes que partiram deles, e com a Aviut que permaneceu neles.

Tudo estava preparado para esta ação em prol da doação; no entanto, o que iria acontecer não era conhecido de antemão. Isso ocorre porque a qualidade de Malchut de Malchut, que recusa a doação, nunca havia sido revelada antes da criação.

Malchut de Malchut revela-se neste ponto, pois encontra GAR da Luz de Hochma (uma Luz enorme do Fim da Correção). Os desejos, que foram “construídos a partir do nada” (Yesh mi Ayin) e constituem o núcleo mais íntimo da criação, não foram revelados até esse momento, porque a Luz Superior sempre governou sobre eles.

“A quebra dos vasos” significa que a Luz Superior deixa de controlar os desejos. Como exemplo, imagine que você está constantemente sob a minha influência e controle; eu domino você e lhe digo como agir em prol da doação. De repente, é claro para você que eu já não controlo uma certa qualidade sua. Em outras palavras, você descobriu um ponto de independência de mim dentro de você. Assim, você revelou algo que não depende e não se refere a mim.

Você não é um escravo; o Superior não tem total poder sobre você. Ele não pode controlar o seu coração de pedra, obrigando o seu desejo de agir em prol da doação. É o início do seu ponto de independência. É por isso que a quebra não é uma coisa ruim; ela abre a porta para a correção e ascensão da humanidade.

Da segunda parte da Lição Diária de Cabalá 18/04/10, Beit Shaar HaKavanot

A Canção da Ascensão

No Zohar, o capítulo “Shemot (Êxodo),” Item 333: Os ministros inferiores são chamados de “levitas”, porque eles acompanham e participam “lá de cima” como um [Livui significa acompanhamento], e porque aquele que escutar o canto se une e se sua alma adere ao superior, o Criador.

A música é a revelação da Luz de Hochma na Luz Hassadim, a maior revelação que existe. “A Música Das Músicas ” é o pico de adesão, ligação e união entre a criatura e o Criador. Salmos são as canções que o Rei Davi (Malchut) revelou na linha média, pois elas são as revelações da Luz de Hochma na Luz Hassadim.

Às vezes parece que o rei Davi chora; sem saber o que fazer, e se esconde dos inimigos , ainda na escuridão, ele revela Hassadim, a misericórdia do Criador. Assim, é uma canção. [Leia mais →]