Na Espiritualidade, Por que A Circuncisão Pertence Aos Homens?

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que é que na espiritualidade os homens precisam de atravessar a circuncisão (Brit Mila), embora eles incorporem a qualidade de doação no mundo espiritual, e não as mulheres, que correspondem à qualidade de recepção?

Minha Resposta: Certamente, se estamos a falar sobre a correcção de Malchut, conseqüentemente  ela é a parte feminina (receptora) que deve ser corrigida. Então, porque é que a correcção (circuncisão dos três desejos impuros ou Klipot) é feita em Zeir Anpin, que é o símbolo das qualidades masculinas?

Antes do Fim da Correcção, a minha intenção de doação apenas se aplica aos desejos acima do Tzimzum Bet (Segunda Restrição). Estes são os desejos conectados às qualidades de Bina, ao passo que todos os outros desejos ainda não podem ser corrigidos. Por esta razão, eles são isolados e tornam-se utilizáveis novamente apenas no Fim da Correcção.

A intenção de doar dentro de mim é chamada “homem” e o desejo é chamado “mulher”. Esta intenção de doar é chamada Zeir Anpin (homem) ou “superação”. Eu percebo o quanto eu preciso de organizar e separar esta intenção, e percebo que forma de doação aplicar para torná-la adequada ao Criador. Malchut, a parte receptora dentro de mim, é sem forma. Contudo, à parte “doadora” em mim deve ser dada forma, especificamente à medida que e dependendo do que eu estou disposto a doar. Então, eu apercebo-me que sou incapaz de trabalhar com minhas intenções e a minha tela não cobre todas as profundezas de Malchut. Segue-se que eu devo reduzir as minhas intenções até certo grau.

A parte dentro de minha alma chamada “homem” é a intenção de doar nela. Ela é a parte a que a circuncisão se aplica. Não estamos a falar sobre nada externo; este é o meu “doador” interno, cuja forma deve corresponder ao Criador. É por isso que eu executo esta correcção de Brit Mila, isto é, eu restrinjo-me a mim mesmo na utilização de certas partes de Malchut, e desta forma avanço no mundo espiritual. Conseqüentemente, é por isso que este mandamento não pertence às “mulheres”.