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Mudando Da Ilusão Para A Verdadeira Percepção

Laitman_523Uma pergunta que recebi: Qual deve ser a nossa intenção durante a leitura do Livro do Zohar: revelar a Luz entre os amigos, revelar o texto dentro de nós mesmos, ou ambas? E qual é a mais importante?

Minha Resposta: Eu não considero as duas em separado. Nós conversamos sobre como o mundo inteiro está dentro da pessoa, e que toda a realidade que eu percebo existe dentro de mim. Mesmo que eu atualmente exista dentro de uma ilusão, pensando que eu vejo amigos diante de mim, o mundo à minha volta, os inimigos, as casas, estrelas e tudo o mais, o fato é que tudo isto é o meu próprio desejo. É assim que eu o perceber.

O meu desejo contém esferas. Algumas delas são minhas esferas internas, chamadas de raiz (Shoresh), alma (Neshama), e corpo (Guf). Depois, há uma esfera mais externa, chamada de vestimentas (Levush), bem como uma mais externa, chamada palácios (Eichal).

É por isso que eu percebo a mim mesmo dentro das esferas internas (raiz, alma e corpo); e nas esferas externas (vestimentas e palácios), eu percebo o mundo, o qual parece estar fora de mim. Isto é assim porque durante a Segunda Restrição (Tzimtzum Bet), as duas esferas externas se separaram de mim e tornaram-se circundantes em relação a mim. É por isso que me cercam. No entanto, na realidade, elas são minhas. Elas existem dentro de mim e eu só as percebo como externas.

Visto que meus desejos internos são Keter, Hochma e Bina (ou raiz, alma e corpo), dentro deles eu percebo a Luz Interior (NaRaN). Nos desejos que me cercam (vestimentas e palácios), há um fraco brilho circundante, e é por isso que eu não os considero muito importante. Eu dependo deles, em certa medida; por exemplo, as estrelas e o sol brilham para mim e para o mundo que me cerca, mas a coisa mais importante sou eu.

Eu nem sequer suspeito que os meus desejos mais importantes são precisamente aqueles que estão fora de mim. E todos eles são meus. Eu simplesmente existo dentro de uma ilusão onde eles parecem estranhos a mim.

Então, onde está o grupo, o professor, o Criador, O Livro do Zohar, o mundo inteiro, minha esposa e meus filhos? Eles estão todos dentro dos meus desejos. Com quem eu me casei: com meu desejo. Com quem eu gritei hoje? Quem me fez rir? Todos eram meus próprios desejos. Tudo isso sou eu.

Você pode dizer: “Então você está dizendo que eu estou dentro de você, mas eu digo que você está dentro de mim. Quem está certo?”. A resposta é que ambos estão corretos.

Enquanto nós não ascendermos acima deste mundo para a espiritualidade, não seremos capazes de nos livrarmos dessa ilusão. No entanto, se eu perceber o mundo inteiro como o meu desejo, então será muito mais fácil para eu ir da percepção ilusória da realidade à verdadeira sensação da realidade.

Uma Incubadora Para Acelerar O Desenvolvimento Da Alma

Dr. Michael LaitmanNo artigo, “A Nação”, o Baal HaSulam escreve que uma pessoa difere de um animal, em que os animais dependem totalmente da natureza. Os animais não podem adaptar a natureza a si mesmos. Em contraste, os seres humanos são dotados com o poder do pensamento, e sem terem que depender da natureza, podem, por exemplo, em vez de esperar por uma galinha para chocar os ovos, inventar uma incubadora para executar o trabalho de incubação dos ovos.

De forma semelhante, uma pessoa esforça-se sempre por melhorar o seu estado, sem colocar-se sob os golpes da natureza. Uma pessoa tenta encontrar o meio mais confortável para alcançar os seus objetivos com o mínimo esforço, para obter resultados o mais rapidamente possível e com o mínimo de sofrimento.

Para as pessoas que aspiram ao objetivo da espiritualidade, a ciência da Cabalá serve como uma “incubadora”, ajudando-nos a acelerar o nosso desenvolvimento espiritual sem termos que esperar que ele ocorra de uma maneira natural grave, que é longa e dolorosa. O objetivo do nosso desenvolvimento espiritual é despertar uma sensação de uma equivalência independente (livre) com o Criador. Para as pessoas, a “incubadora” espiritual precisa de ser multifacetada, para que cada uma possa encontrar o seu lugar e sentir como se estivesse nos braços de sua mãe carinhosa. Em seguida, ela receberá alimento “benéfico”, que irá desenvolver e criá-la gradualmente.

A Indução Espiritual

Dr. Michael Laitman

No livro Beit Shaar HaKavanot (A Portaria das Intenções), o Baal HaSulam explica que a intenção depende dos desejos que não têm a tela (Kelim de Igulim). Por outras palavras, a intenção depende do nível do nosso entendimento, que nós estamos sob o poder destes desejos, assim como a nossa vontade de transformá-los em desejos com uma tela (Kelim de Yosher).

A tela, que é a força anti-egoísta, irá aparecer apenas se eu mesmo a quiser construir. Isto significa que eu devo distinguir a “cabeça” e os “pés” nos meus desejos, que são coisas que são mais ou menos importantes para mim. Quando eu quero trabalhar com a tela numa “linha direita”, eu começo a colidir com os desejos De Igulim. A tensão surge entre nós, pois eu quero definir uma nova escala de valores de acordo com Yosher, a tela anti-egoísta, e não de acordo com Igulim. Então, os Igulim começam a me influenciar e a me empurrar de tal maneira que, finalmente, eles me ajudam a chegar ao lugar em que eu preciso de estar.

Se nós queremos avançar, então a tela é necessária. E, pelo contrário, se nós queremos adquirir uma tela, então o avanço é através dos desejos De Igulim, que operam sem uma tela. Subsequentemente, isto é como acrescentar a sua “linha” ao campo dos Kelim de Igulim. É como um pedaço direto de fio atravessando um campo magnético, em que a electricidade (Luz), começa a fluir para esta linha de acordo com as leis da “indução espiritual.”

Ao querermos todos os nossos desejos orientados numa direcção (para o Criador), nós construímos uma “linha” (desejo sem uma tela) dentro dos Igulim. Esta é chamada de intenção ou oração. O Baal HaSulam escreveu o Beit Shaar HaKavanot como introdução a um livro de orações Cabalistico que ele queria escrever.

Uma página do Livro de Orações do Rashash (Rabino Shalom Sharabi):

A Page from the Rashash's Prayer Book

Nascimento Em Vez De Morte

O Zohar, Capitulo Chayei Sarah (A Vida de Sara)”, Item 172: “E ele fez os camelos se ajoelharem fora da cidade pelo poço de água”. “Fora da cidade” significa no cemitério. “Pelo poço de água”, que precede a ressurreição dos mortos no cemitério. Esses são os que negociaram na Torá, dado que qual é a primeira coisa que um é questionado quando ele vai para a sepultura? Se ele definiu horários para a Torá, está escrito, “E a estabilidade de teus tempos”. É ainda mais assim quando ele se revela, não há questão sobre os ressuscitar primeiro.

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como o estudo da Torá ajuda a pessoa quando ela vai para a sepultura?

Minha Resposta: A pessoa estuda a Torá e por causa disso ela “morre” no nível anterior e vai para a “sepultura”. Esta morte é requisitada antes que ela se renove a si mesma e seja ressuscitada num novo nível.

O desejo por prazer permanece na forma de um “feto” (Ibur) até que complete esta fase e tenha de nascer. O estado anterior torna-se a “sepultura”. O ventre da mãe, que antes compreendia toda a vida do feto e que a pessoa conhecia detalhadamente pois cresceu nele, agora se transforma na “sepultura”. O desejo egoísta que a pessoa começa a rejeitar, e com o qual é incapaz de trabalhar, é forçado a se transformar num novo estado.

É por isso que a pessoa é questionada: “Definiste tu horários para o estudo da Torá? Quiseste tu que a Luz agisse sobre ti?”. Agora, um novo estado será revelado. Você aplicou todos os seus esforços para o crescimento espiritual quando estava no ventre da mãe. Agora, o ventre torna-se a sepultura, e você nasce com um novo desejo.

Como mais poderíamos nós chegar a um novo grau? Porque não podemos simplesmente saltar por cima dos graus? Porque temos de acumular os desejos que estão associados com cada passo anterior. Ao atravessá-los, um novo grau torna-se óbvio para nós. Um novo grau não desce simplesmente até nós de cima. Os desejos anteriores da pessoa, que foram previamente trabalhados, aperfeiçoaram-se, transformando-se assim num novo nível.

Revelando O Criador Com O Livro Do Zohar

Dr. Michael LaitmanOs Cabalistas que revelaram o Criador, escreveram livros sobre isto, começando por Adão, a primeira pessoa a alcançar o Criador, até o Baal HaSulam. Existem muitos livros Cabalisticos mencionados em O Livro do Zohar, com os quais não estamos familiarizados. Aparentemente, estes livros foram perdidos. Todos os livros escritos pelos sábios da nação de Israel até o HaShla HaKadosh (Século 17) foram escritos a partir da realização espiritual.

Mais tarde, como resultado da descida do nível das gerações, do século 17 em diante, nem todos os autores de livros sobre Cabalá estavam na realização espiritual. Por esta razão, uma pergunta surge em respeito à autenticidade de certos livros. Nós temos à nossa disposição centenas de livros de Cabalistas autênticos que os escreveram quando estavam no nosso mundo e simultaneamente tinham a percepção do mundo espiritual, a conexão com o Criador. Então, eles foram capazes de transmitir suas realizações a nós na forma de textos, para que nós, em troca, pudéssemos obter contacto com o que eles alcançaram.

Contudo, O Livro do Zohar é o único livro Cabalistico autentico sobre o qual é escrito que através dele sairemos do exílio e nos elevaremos ao nível desses Cabalistas – os autores destes livros. Certamente, O Livro do Zohar verdadeiramente tem uma Luz especial. O facto de existirem outros livros, através dos quais possamos adquirir uma maior impressão ou entendimento, é irrelevante quando se alcança verdadeiramente o nível de conexão com o Criador.

Existem muitos textos Cabalisticos, tais como: “A Árvore da Vida” pelo ARI, a Tanakh, a Gemara, e a Mishna, que são escritos numa linguagem racional e lógica, que nós podemos compreender. Em contraste, quando nós lemos O Livro do Zohar, nós não compreendemos o que está escrito. Ele carrega-nos em várias direcções. Porém, a conexão especial que ele cria entre nossas almas, entre nós que estão a começar este caminho, e a fonte da Luz que é capaz de nos corrigir – não está presente em qualquer outro livro.

Desta forma, de todos os livros, apenas sobre O Livro do Zohar está escrito que devido a ele nós sairemos do exílio, para a libertação, e revelaremos o Criador. Outras fontes Cabalisticas também contêm uma conexão, dado que os Cabalistas que as escreveram tinham a realização espiritual. Sua conexão é expressa nas suas composições. Independentemente, apenas O Livro do Zohar nos pode ajudar.

Uma Porta Aberta Para Cima

Dr. Michael LaitmanA coisa mais importante no desenvolvimento espiritual é educar crianças e adultos. Uma pessoa precisa de ser educada para uma nova realidade. Gentil e amavelmente, o mundo no qual ela existe precisa de ser aberto para ela, para que ela possa compreender as razões do sofrimento, de modo que ela possa adquirir um objectivo positivo. Este desenvolvimento precisa de ocorrer calorosamente, como num incubador. De uma maneira amável, a pessoa irá sentir que vale a pena abrir os seus olhos ligeiramente, de forma a descobrir como realizar a sua vida de uma maneira melhor.

Nós podemos usar como exemplo o trabalho do autor Americano, Dale Carnegie, que explicou como a pessoa pode olhar para o mundo diferentemente. Ele ensinou às pessoas uma nova visão geral sobre a vida, num nível simples e psicológico: isso tornou a vida doce para as pessoas. A vida de uma pessoa não mudou materialmente depois de ler a abordagem de Carnegie, mas ela tornou-se mais fácil de viver, e as pessoas gostaram disto. Elas tomaram-a como um remédio psicológico, como um elixir da vida.

Nós temos o verdadeiro elixir da vida para partilhar com o mundo. Nós já executamos uma grande quantidade de trabalho, e já estamos prontos para as pessoas que vêm até à Cabala activamente procurando avanço espiritual. Nós já construímos um grau que permite que a pessoa toque a espiritualidade e avance ainda mais. Nós abrimos a porta, pela qual a pessoa pode atravessar.

Antes disto, não havia livros compreensíveis, nem traduções para dezenas de línguas – e agora tudo isto existe, em todos os diferentes tipos de mídia. Desta forma, em vez de simplesmente prestar atenção aos que já estão a bater à sua porta, desejando voltar ao mundo espiritual, agora nós precisamos de sair das nossas premissas e alcançar todos.

A Grande Propriedade De Bina

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que o desejo de doar de Bina se posiciona do lado esquerdo ou do lado receptor?

Minha Resposta: Na realidade, Bina é o mesmo que Hesed (misericórdia, doação); ao mesmo tempo, é Gevura (superar, prevalecer, ultrapassar) e um lugar em que as Klipot (desejos impuros) são acumuladas. Doação e Hochma são o mesmo. Hochma irradia a Luz de calor, preenchimento e prazer. Bina representa o desejo da criação de doar. Esta é a qualidade que permite à criação sentir se ela possui propriedades de doação. Ela é dividida em duas partes: desejos sagrados puros (o recipiente – vaso – que a Luz é capaz de encher) e desejos impuros (o recipiente no qual a Luz não pode entrar). Apenas quando começamos a atravessar o processo de doação é que começamos a distinguí-los e a entender se pertencemos ou não a isso.

Bina é a próxima fase no desenvolvimento do nível denominado Hochma. Abraão deu origem a Isaac (a linha direita criou a linha esquerda). O desejo de receber prazer torna-se maior em Bina em comparação à Hochma. O desejo de Bina, que não existia na fase de Hochma (somente em potência), torna-se mais profundo nesse estágio, que o leva a um nível superior de consciência própria.

Contudo, quando Bina se revela a si mesma, torna-se claro que nem todos os desejos são de uma natureza receptora. Existem alguns desejos de “recepção pura” que não se “preocupam” com o Criador, tais desejos são chamados “Esau” e “Faraó”. Estes desejos de receber originam em Hochma, mas eles não têm a chance de se manifestar a si mesmos na fase de HochmaI, com algumas raras excepções, tais como Lavan (a Luz de Hochma). Quando Labão se integra aos desejos impuros por corrigir, ele muda seu nome para “Labão o Pecador”. Por outras palavras, a divisão em impureza e santidade (preto e branco) acontece apenas quando nós começamos a trabalhar para alcançar a doação. Antes disso, não há tal coisa como “pecadores” ou “homens justos”.

Então, em sua parte superior, Bina constitui o puro poder de doação que a faz similar a Keter. Gevurot (poderes de limitações), a linha esquerda, Klipa, e os “grandes pecadores da Torá” derivam da parte inferior de Bina. O mesmo se aplica a Keter; a Torá e sua Luz mais elevada podem se transformar no elixir da vida ou no veneno mortal. Tudo depende da maneira como a usamos.

Os Altos e Baixos na Criação do Amor

Dr. Michael LaitmanO processo de correção acontece com altos e baixos. Primeiro, Malchut eleva-se à Bina e é incluída nela; desta forma Bina conhece o que Malchut quer. Depois que ela atinge Bina, Malchut recebe a força de Bina e, em seguida, desce. Neste ponto, Bina já carrega parte de Malchut.

Ao todo, são quatro partes: Bina pura, Malchut pura, inserção de Malchut em Bina, e a inserção de Bina em Malchut. A inclusão de uma na outra se chama “amor”. Agora, como Malchut e Bina adquirirem as qualidades uma da outra e começam a se entender, o processo de correção torna-se possível. Não apenas Malchut se une à Bina e aprende com ela, corrigindo assim os desejos de doação de Galgalta ve Eynaim, como também está habilitada a usar o poder que adquiriu em Bina para descer de volta ao seu lugar original e corrigir o seu AHP (Awzen, Hotem e Peh). Estas oscilações repetitivas para cima e para baixo completam o processo de correção passo a passo, progredindo a cada momento para um novo nível.

O Jogo Das Escondidas Do Criador

Dr. Michael LaitmanTudo depende do desejo; tudo é revelado dentro do desejo. Desta forma, nós só precisamos de um desejo adequadamente organizado, formado, e orientado para o objectivo. De forma a moldar o nosso desejo, a lhe dar a forma certa, que ela esteja pronta para ser preenchida pelo Criador, o Criador brinca um jogo de “escondidas” connosco: Ele oculta-se e revela-se a Si Mesmo, alternativamente. A pessoa nem sempre reconhece este jogo, mas este ocorre constantemente com cada pessoa até que ela seja corrigida.

É necessário reconhecer a toda a hora que o mundo inteiro não é mais que a manifestação do Criador em várias imagens: pessoas que odiamos, pessoas que amamos, pessoas que ajudam, pessoas que interferem, umas que estão próximas, umas que estão distantes de nós, amigos, e pessoas completamente desconhecidas. Tudo vem do Criador: todas estas pessoas, assim como a natureza inanimada, vegetação, animais e todos os pensamentos e desejos de um ser humano – tudo excepto o ponto do nosso “EU”. Este ponto, este “EU”, é o ponto de vista, do qual a pessoa deseja crescer e se tornar similar ao Criador.

O Criador usa todas estas manifestações de imagens, pensamentos e desejos no jogo que Ele conduz connosco. Como Ele se oculta e se revela, Ele trás-nos para mais perto ou para mais longe; porém, o Criador faz isso apenas com uma intenção: de nos agitar, como está escrito, “A Luz Superior agita e evoca desejos”. Se, apesar do facto de que somos atirados de um lado para o outro a toda a hora, nós usarmos toda a nossa força para nos mantermos no pensamento que tudo vem do Criador, dado que “Não há ninguém além D’Ele”, e que o Criador é indubitavelmente “Bom e faz o bem”, desta maneira nossos desejos tornam-se mais amplos e profundos.

Se a pessoa verdadeiramente se “agarra com seus dentes”, não se permitindo a si mesma afastar o pensamento e a sensação de que é o Criador que realiza todas as acções em respeito a ela, então a pessoa vê como usar adequadamente cada minuto da vida. Afinal de contas, cada opositor é, na verdade, não um opositor, mas um ajudante para permitir que a pessoa se agarre ao Criador em estados extremos.

A pessoa pode avançar desta maneira até que ela alcança um estado, em que está disposta a fazer o que quer que seja e consegue suportar tudo apenas para não abandonar o Criador. Esta é a única coisa que ela pede. Ela vê exercícios muito importantes nestes obstáculos, que são enviados a ela com amor pelo Criador. O Criador só aguarda a disposição da pessoa para que Ele se possa revelar a Si Mesmo a ela.

A pessoa avança desta maneira até que ela completa todo este processo, que é chamado ocultação ou o período de preparação; então, ela alcança Lishma (pela doação) a partir de Lo Lishma (não pela doação). Quando o Criador vê que a pessoa completou todo o seu processo, Ele revela-se a Si Mesmo, e a “fuga” (Brach) torna-se uma bênção (Barech) do Criador.

Na Espiritualidade, Por que A Circuncisão Pertence Aos Homens?

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que é que na espiritualidade os homens precisam de atravessar a circuncisão (Brit Mila), embora eles incorporem a qualidade de doação no mundo espiritual, e não as mulheres, que correspondem à qualidade de recepção?

Minha Resposta: Certamente, se estamos a falar sobre a correcção de Malchut, conseqüentemente  ela é a parte feminina (receptora) que deve ser corrigida. Então, porque é que a correcção (circuncisão dos três desejos impuros ou Klipot) é feita em Zeir Anpin, que é o símbolo das qualidades masculinas?

Antes do Fim da Correcção, a minha intenção de doação apenas se aplica aos desejos acima do Tzimzum Bet (Segunda Restrição). Estes são os desejos conectados às qualidades de Bina, ao passo que todos os outros desejos ainda não podem ser corrigidos. Por esta razão, eles são isolados e tornam-se utilizáveis novamente apenas no Fim da Correcção.

A intenção de doar dentro de mim é chamada “homem” e o desejo é chamado “mulher”. Esta intenção de doar é chamada Zeir Anpin (homem) ou “superação”. Eu percebo o quanto eu preciso de organizar e separar esta intenção, e percebo que forma de doação aplicar para torná-la adequada ao Criador. Malchut, a parte receptora dentro de mim, é sem forma. Contudo, à parte “doadora” em mim deve ser dada forma, especificamente à medida que e dependendo do que eu estou disposto a doar. Então, eu apercebo-me que sou incapaz de trabalhar com minhas intenções e a minha tela não cobre todas as profundezas de Malchut. Segue-se que eu devo reduzir as minhas intenções até certo grau.

A parte dentro de minha alma chamada “homem” é a intenção de doar nela. Ela é a parte a que a circuncisão se aplica. Não estamos a falar sobre nada externo; este é o meu “doador” interno, cuja forma deve corresponder ao Criador. É por isso que eu executo esta correcção de Brit Mila, isto é, eu restrinjo-me a mim mesmo na utilização de certas partes de Malchut, e desta forma avanço no mundo espiritual. Conseqüentemente, é por isso que este mandamento não pertence às “mulheres”.