Julgar Os Outros É Equivalente A Julgar-se A Si Mesmo

O Criador de propósito dividiu nossa percepção em externa e interna para nos dar a habilidade de reconhecer a oposição entre recepção e doação. Se sentíssemos tudo somente dentro de nós, não seríamos capazes de entender. Estaríamos girando em círculos como um cachorro perseguindo seu rabo, enquanto estaríamos no mesmo lugar.

Por exemplo, cada um de nós tem numerosas qualidades negativas que detesta como o defeito de mentir, dominar os outros, arrogância, e roubar, de vez em quando. Eu posso odiar todas essas qualidades, mas elas são todas minhas. Então, eu me absolvo. Mas, se eu vejo alguém mais fazendo a mesma coisa, então estou pronto para matá-lo. Se eu sempre percebesse tudo dentro de mim, então eu não seria capaz de me livrar de mim mesmo ou meu ego, e mudar para o lado da doação.

“Cada pessoa julga os outros na medida de suas próprias deficiências”. Isso significa que ao perceber essas qualidades como externas a mim, eu vejo sua verdadeira forma. Se elas estivessem em mim, eu não poderia me relacionar com elas objetivamente, uma vez que são minhas. Por exemplo: veja se você pode convencer uma mãe que seu filho não é inteligente ou bonito. Você não pode; ela vai pensar sempre que ele é o mais bonito, inteligente e agradável criança no mundo.

Mas, desde que eu relaciono as qualidades externas como estranhas, eu as vejo com animosidade e ódio, e então eu sou capaz de ver essas qualidades (que são realmente minhas) na sua forma verdadeira. Sou capaz de olhar para elas sem preconceito. Eu posso criticá-las com sabedoria e corretamente, e meu ego me ajuda com essa análise, como um rígido juiz que presta atenção aos mínimos detalhes, revelando as verdadeiras qualidades corruptas.

No entanto, mais tarde eu revelo que tudo isso era meu; existia dentro de mim, mas por causa do meu extremo ódio por todas as pessoas, eu vejo tudo na medida da minha própria corrupção. Assim, os outros não são culpados de nada! Só me parecia que uma pessoa era um ladrão, que outra era um mentiroso, e eu tinha o direito de odiar a todos eles. Agora, porém, eu vejo que meu desejo egoísta era realmente culpado. Assim, a visão externa abriu meus olhos e me permitiu reconhecer as deficiências, para então aprender que elas estão dentro de mim.