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Página Diária 27.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

Trabalhe em Benefício do Criador com Alegria!

Pergunta de um aluno: Porque o trabalho em prol do Criador deve ser com alegria?

Resposta do Dr. Michael Laitman: A “alegria” é um sinal que você está trabalhando com o intuito da doação, e não obrigado, por não ter outra escolha, ou por temer as crises. Uma mãe não fica contente quando está alimentando o filho, e este quando recebe dela e desfruta isso? Veja como ela conta para todo mundo como ele comeu e aceitou o seu alimento.

Como é possível que o ato de doar, que vem do amor, não causaria alegria? A alegria é um sinal, o resultado das boas ações. Por outro lado, a pessoa que está sob o controle do seu desejo de receber, sob controle do ego, normalmente está estrassada, com raiva, ansiosa em relação ao Criador.

Portanto, o nível de bondade, de fé, de anulação perante a Forca Superior, de modo que isso possa influenciá-lo e corrigí-lo em prol da doação, tudo isso deveria resultar em felicidade. É impossível se dirigir ao Criador, quando isso não for resultado da alegria. O choro não é ouvido lá em cima. Quando “O Zohar” escreve “Porta das Lágrimas”, isto significa que desejamos nos igualar ao Criador (“lágrimas”, dmaot, da palavra le’idamot, significa “assemelhar-se”). Isto se refere à deficiência da pessoa em se igualar ao Criador, e não ao ato de chorar. A pessoa está feliz por ter alcançado essa deficiência.

Se você se dirige ao Criador em prantos, na verdade você O acusa de ter arranjado isso para você, toda essa situação. É como se você estivesse infeliz com tudo isso, e você executa isso devido à falta de escolha, sem a capacidade de justificá-Lo.

Portanto, se a pessoa não está contente com cada estado que ela atravessa – tanto o melhor quanto o pior, isso significa que ela ainda está no desejo de receber para receber, e que não possui nada com que se dirigir ao Criador. Somente depois que ela se eleva a um estado de felicidade – e, portanto, não se importa com o que acontecerá a ela, porque pede a força da doação – ela recebe essa força.

Existem situações delicadas aqui, que nós ainda não somos capazes de digerir. Se eu estou feliz e satisfeito, como serei capaz de me dirigir ao Criador? A resposta é que, se a pessoa quer doar, a sua felicidade resulta daquilo que ela conseguiu realizar ao pedir a força da doação, e não importa a ela o que acontecerá em seus vasos. Ela não tem qualquer necessidade de algo para si mesma.

Porém, novamente, esse tipo de pedido vem somente da alegria. Você não pode ir até o dono da realidade chorando. Este é um sinal que você não está satisfeito com Ele , que você está reclamando de tudo que Ele faz, e se sente mal em Seu mundo. Caso contrário, por que você está pedindo algo para Ele? Você só deve pedir uma coisa: ser semelhante a Ele, ser até mais doador em relação a Ele. Mas este é um pedido que se estende da alegria, pois vocês já se assemelham a dois amantes que entendem a conexão entre si, estão em companheirismo, e aprendem como podem se conectar mais e satisfazer um ao outro. 

Porta das Lágrimas

Pergunta de um aluno: Se eu já sou feliz, porque eu deveria pedir a doação a Ele?

Resposta do Dr. Michael Laitman: Eu estou feliz por ter alcançado esse pedido, “A Porta das Lagrimas”. “A Porta das Lágrimas” é um estado cheio de alegria. Eu alcancei um estado onde estou explodindo de alegria, com a magnitude da condição na qual eu finalmente me encontro diante do Criador, com meu pedido sendo aceito, que a Luz vem até mim e me reforma, e com a capacidade de realizar um ato com o intuito da doação. Isto é chamado de “Porta das Lagrimas”. 

O Esforço é o Mais Importante

Pergunta de um aluno: A leitura do Zohar influencia a pessoa, mesmo que ela não perceba isso?

Resposta do Dr. Michael Laitman: A pessoa que se sentar para estudar O Zohar por dez lições seguidas, certamente sentirá que este livro a influencia e age sobre ela. Quem estuda O Zohar atravessa grandes e diferentes mudanças: primeiro, na concentração em relação à vida – para que tipo de coisas ela presta atenção ou não; segundo, ela se torna mais introvertida em seus sentimentos internos; terceiro, as atitudes em relação aos outros mudam – ela lhe dá mais espaço.

A pessoa que estuda O Zohar, de repente começa a pensar sobre suas ações, sobre o que lê no Zohar, e começa a vê-las como ações mais interiores do que o nosso mundo, etc. É certo que a pessoa que estuda O Zohar muda – O Zohar a transforma bastante, acalma-a, torna-a mais introvertida, mais séria, mais decidida. Nesse aspecto, a influência do Zohar é muito forte. E isso não depende do seu nível de entendimento, mas sim do seu esforço, à medida que a pessoa se esforça para entender o que está acontecendo aqui, o que está sendo discutido.

Página Diária 25.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

O Sistema Espiritual: Como Ele funciona?

Muitas vezes nós falamos de que como existe um Criador e uma criatura, que deve haver uma conexão entre eles, e que ambos devem chegar a um estado onde eles se encontrem. Mas como isso é possível se a criatura só recebe, ao passo que o Criador só doa? Isso pode ser demonstrado através do exemplo bem conhecido do anfitrião e do convidado. O Criador, o anfitrião, quer dar e, portanto, leva comida e bebidas à criatura, prepara cinco pratos para ela. A criatura não quer receber os pratos, mas finalmente diz: “Eu receberei só com o propósito de doar ao Criador”; assim, ela se aproxima da mesa e prova os pratos. Este é o lugar onde eles se reúnem em doação mútua – o Criador doa prazer à criatura, enquanto a criatura recebe o prazer, a fim de provocar satisfação no Criador.

Como é que esse princípio se manifesta no sistema dos mundos? O local onde as almas existem, é chamado de Mundos de “Beria“, “Yetzira“, e “Assiya” (Mundos de BYA). Abaixo está este mundo – o lugar que estamos agora. Se percebermos o ponto no coração que desperta em nós, seremos capazes penetrar o estado onde as almas estão, os mundos de BYA.

As almas que existem no mundo da BYA estão quebradas, ou seja, ainda não estão corrigidas. Este é um estado que eu alcanço depois que começo a trabalhar com meu ponto no coração, e descubro que o meu estado está quebrado, que eu não quero me conectar com os amigos, com os outros, que eu odeio todo mundo. E, na verdade, eu também odeio o Criador da mesma forma, só que eu não sei disso, e também não admito isso. Tal estado é chamado de “o reconhecimento do mal”.

Mas graças ao trabalho no grupo, com o professor e os livros, eu desperto em mim a importância da meta. Portanto, existem dois extremos em mim – o reconhecimento do mal e a importância da meta; e a partir daí eu começo a gritar, a pedir. Este pedido eleva-se acima do limite denominado “o Parsa“, que é a condição de que meu pedido será realmente para doação, para a correção.

E se este for o meu desejo, então não haverá mais o Parsa, não haverá diferença, ou uma parede entre mim e o sistema chamado “Malchut“, “Nukva“, ou “Knesset Israel“, e eu estou incluído nele. Este é o local mais elevado que as almas podem alcançar, e então “Malchut” se conecta com o Partzuf chamado “Zeir Anpin“, ou” o Criador “. Ou seja, se Malchut recebe de mim algum tipo de déficit para a correção, ela levanta esse último ao Criador, e de lá recebe a Luz.

Então, esta Luz vem até mim, corrige-me, e me permite entrar novamente nesse sistema na versão corrigida, integrar-me dentro dele, estar em contato com o Criador.

Em outras palavras, na primeira vez o pedido é “dá-me força para doar”, e na segunda vez, quando esta força já está em meu poder, depois de eu ter me corrigido, eu já me elevo e existo num nível mais elevado. É sobre isso que O Livro de Zohar fala. Mas a verdade é que não importa o quanto nós sabemos ou compreendemos, mas sim que a coisa mais importante é nos esforçarmos de algo forma em adentrar os estados que ele fala. A entrada para a espiritualidade se assemelha às ações de um bebê na materialidade ─ assim como o bebê não sabe nada, e entra, ouve, e está incluído em tudo de maneira ingênua, nós também devemos nos esforçar durante a leitura para entrar no mundo que O Zohar fala.

Antecipando a Chegada da Luz

A pessoa pode começar a assistir às aulas do Zohar enquanto estamos no meio do livro ─ isso não importa. Se a pessoa que lê O Zohar não conseguir que a Luz que está dentro dele brilhe em cima dela e abra sua alma, então não importa onde e o que lê, porque ela não sabe do que se trata. Eu só explico um pouco a fim de delinear algum tipo de orientação, a fim de concentrá-lo; mas até que o livro seja aberto, nada do texto escrito será compreendido.

Talvez nós possamos dizer que entendemos alguma coisa, mas esse não é o objetivo. O nosso objetivo é que a Luz que nos dê a força de doação. Na medida em que eu alcanço a força de doação, a força de Hassadim (misericórdia), eu posso receber a Ohr Hochma (Luz da Sabedoria). A Ohr Hochma é a visão: a capacidade de ver, de sentir o mundo espiritual, o Criador, a alma, o meu estado eterno e completo. Por conseguinte, durante o estudo do O Zohar eu devo apenas antecipar a chegada da Luz. Se ela não vier, então, mesmo sabendo este livro de cor, isso não ajudará.

Isto é, o objetivo da minha leitura é apenas receber do livro, do estudo, do grupo, de todos, algum tipo de projeção, a inspiração que me transformará, que me dará força para doar. E se for meu direito, eu começarei a sentir a espiritualidade. É possível que muitos dos nossos telespectadores não entendam uma palavra sequer do O Zohar, e é possível que alguns deles pensem que são muito espertos ─ não há diferença entre eles. Toda a diferença reside no desejo de que o mundo espiritual se abrirá. E se isso existe: esta é a coisa mais importante.

Construindo a Nova Escada Para o Céu

Uma pergunta que recebi: Qual é o caminho mais rápido e efetivo para disseminar a Cabalá no mundo?

Minha Resposta: Uma variedade de formas são necessárias, pois estamos agora chegando a degraus que ninguém pisou em cima antes. Até agora, os cabalistas continuaram o seu caminho próprio e ensinaram aos seus alunos usando o mesmo método que se originou de Adão, o primeiro cabalista. Mais tarde Abraão estabeleceu a metodologia e o grupo que se tornou o povo de Israel. No entanto, eles depois caíram do nível espiritual e nos últimos dois mil anos os cabalistas têm vindo a transferir os seus conhecimentos de um para o outro.

Agora, porém, estamos vivendo em uma época em que milhões de pessoas em todo o mundo estão acordando para o desejo de ascensão espiritual e estão caminhando lado a lado com a gente. Estudar Cabalá numa base individual, tornou-se uma coisa do passado. Hoje, estamos retornando a intenção original de Abraão para oferecer a correção a todos os babilônios.

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