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A Força Que Opera Em Toda a Realidade é Alcançada Através de Suas Acções

O Zohar fala apenas sobre o desejo e o que ocorre dentro dele. Os meus amigos são também meus desejos; eles são aspirações para se conectar com cada um e comigo de forma a revelar o Criador. Os desejos que trabalham contra isso são chamados meus inimigos.

É assim que eu divido toda a realidade. Não há tal coisa como “este mundo” ou “o mundo vindouro,” mas apenas o desejo. Nós devemos nos habituar a estas definições e parar de ver o mundo de outras maneiras. Temos de nos livrar do hábito que temos desde que nascemos – de ver o mundo como uma estrutura que existe fora de nós. Temos de sentir que já tivemos o bastante essa falsa percepção, e que queremos voltar à verdade. Não queremos mais viver nesta ilusão.

Eu quero compreender o meu desejo e revelar a força que opera dentro dele. Esta força é alcançada através das suas acções. É por isso que O Zohar explica como os meus desejos estão conectados uns aos outros, e como eles influenciam um ao outro. Ao aprender o que se passa entre os meus desejos, eu começo a compreender esta força.

Esta força não pode ser revelada por si mesma, mas apenas através das suas acções dentro dos desejos. Por exemplo, como reconhecemos um ímã? Vendo como ele movimenta pedaços de metal. Para identificá-lo, você tem de ser esperto e compreender a sequência de causa e efeito. Se você mostrá-lo a uma criança, ela pensará que você faz milagres.

Nós percebemos fenômenos através da causa e efeito, através da reacção da matéria, assim como as consequências. Não podemos ver uma corrente eléctrica, mas apenas o efeito resultante, tal como um objecto em movimento ou rodando. Então, nós percebemos apenas as manifestações de algo, mas não conseguimos alcançar a essência, mesmo que seja a nossa própria essência. É por isso que O Zohar nos explica todos os fenómenos dentro do desejo geral.

O problema é que os Cabalistas não têm palavras à sua disposição senão as que pertencem a este mundo; é por isso que eles usam a linguagem dos ramos. Eles usam palavras que descrevem coisas neste mundo para descrever coisas no reino espiritual. É uma verdadeira bênção que esta linguagem exista, à medida que ela permite com que entremos na espiritualidade de forma independente e voluntária, ao aprendermos a entende-la de fora para dentro.

Como podemos descobrir sobre a espiritualidade, se nós estamos do lado de fora e não sabemos ou compreendemos nada sobre ela? Em relação à espiritualidade, eu sou como um recém-nascido. A diferença é que um bebé se desenvolve instintivamente, empurrado para a frente pela natureza (o Criador), ao passo que nós temos de pedir a Ele para nos dar a força para avançar em direção a Ele. Porém, ao fazê-lo, nós exercemos a nossa liberdade de escolha – a liberdade de nos tornarmos semelhantes ao Criador.

Duas Formas de Percepção

Quando quer que comecemos a ler O Livro do Zohar, temos de nos sintonizar conosco mesmo de forma a fluirmos junto com o material preparado para nós pelos grandes autores deste livro. Eles nos dizem que a única coisa que foi criada é o desejo de desfrutar. Este desejo tem duas formas de perceber a realidade (ou o seu Criador). Uma é a percepção directa dentro do desejo, ao qual eles chamam “de cima para baixo”. Nesta forma o desejo pode apenas perceber o que sentimos neste momento “dentro de nós mesmos”. Tal percepção é chamada “este mundo”. A segunda forma de percepção ocorre acima do desejo, “fora” dele. É quando nós não nos satisfazemos a nós mesmos, mas os outros (ou, o que nos parecem ser os outros).

Nós não estamos acostumados ao segundo tipo de percepção, dado que não nascemos com ela. Parece-nos esquisita e estranha para nós, e ainda assim os autores de O Zohar dizem-nos que esta forma de percepção é a mais natural, pois deriva da natureza (o Criador). Em adição ao minúsculo mundo que sentimos dentro de nós mesmos, há vários outros mundos “fora” de nós.

O Zohar aponta-nos para que pudéssemos adquirir esta percepção adicional da realidade fora dos nossos corpos. Por esta razão, se queremos ver do que fala O Zohar, precisamos nos sintonizar para perceber a realidade que existe “fora” de nós, em vez de “dentro”.

Este livro descreve muitas coisas que soam como que fenômenos deste mundo, assim como criaturas mágicas, como anjos, espíritos ou câmaras. Todavia, independentemente do quão realistas ou sobrenaturais estas coisas nos possam parecer, O Zohar fala sempre da forma de percepção “dentro” de nós mesmos. Desta forma, se queremos compreender o que O Zohar nos quer dizer, ou pelo contrário, o que nos quer revelar dentro de nós, temos de nos sintonizar conosco mesmo na mesma direcção – em vez de aspirarmos por auto-satisfação, devemos aspirar sentir a realidade “fora” de nós mesmos.

Quem Oculta o Livro do Zohar?

Connecting Through the WorldsDurante o período em que O Livro do Zohar estava oculto às pessoas – desde a sua composição no século II até à sua descoberta no século XI – ninguém lhe chamava “oculto”, pois ninguém sabia algo sobre ele. Hoje, porém, toda a pessoa deste mundo pode facilmente adquirir O Livro do Zohar e lê-lo; então, porque ele é chamado secreto ou oculto?

O Livro do Zohar contem tudo. Este tem a habilidade de revelar este mundo e os Mundos Superiores a nós na sua totalidade, pois este foi escrito do ápice de todos os 125 níveis, do alcance do universo inteiro, e ele narra todo o nosso caminho. O único problema é que este livro permanece fechado, pois a pessoa que o lê está a fechá-lo a si mesma na sua incapacidade de se concentrar, e de se sintonizar correctamente para ver o que está ocorre dentro do livro. Por conta própria, naturalmente, o leitor é incapaz de se posicionar correctamente perante o texto da maneira que o faz ao ler qualquer outro tipo de texto. Ele fica confuso com o texto de O Zohar, pensando que este descreve imagens do nosso mundo, história, geografia, fisiologia ou anatomia. Ele liga erroneamente os conceitos, objectos e acções usando a sua compreensão terrena.

Pense num aparelho eléctrico com muitos fios e detalhes, e você os liga a todos incorrectamente. Você será capaz de fazer o aparelho funcionar? Obviamente não! Tal é o caso com O Zohar: Tudo permanece aberto perante nós, mas o problema é que nós não conseguimos revelá-lo, pois somos incapazes de nos envolver adequadamente com este sistema ou de nos conectarmos correctamente a ele. Nós simplesmente não temos a abordagem correta do O Livro do Zohar.

Antes e depois da leitura, a pessoa deve aprender constantemente a se sintonizar com este novo foco, compreensão e visão. Além disso, ela tem de avançar gradualmente, sem se apressar. O processo de sintonia é necessário, pois se ela simplesmente abrir O Livro do Zohar e o começar a ler, ficará apenas confusa, e mais tarde será muito difícil corrigir a desordem e voltar ao principio.
Desta forma, a maior dificuldade reside em aprender como entrar correctamente no Livro do Zohar. É por isso que O Livro do Zohar é acompanhado de materiais que falam sobre como sintonizar o nosso instrumento ou percepção – a alma.

O Nosso Mundo é como uma Imagem na Tela do Computador

working on zoharPara percebermos a verdadeira realidade, não devemos imaginar nada, exceto o nosso próprio desejo. Desde que nascemos nós temos sido condicionados a ver um filme que mostra o todo como estando fora de nós. Porém, este existe apenas dentro do nosso desejo. Temos de travar uma guerra interior com nós mesmos de forma a nos convencermos que tudo acontece dentro do desejo. Contudo, este facto não revoga a realidade, dado que o desejo é a realidade.

Normalmente, nós pensamos que um desejo é simplesmente quando queremos algo. Porém, o desejo é tudo. Uma parede que impede o nosso caminho também é um desejo – quando vamos contra ela, vamos contra um desejo. Tudo à nossa volta são desejos ou forças, que são retratados de certa forma na nossa tela ou ecrã. Quando olhamos para uma fotografia numa tela de computador, não pensamos que são objectos reais dentro do computador. Sabemos que a imagem é criada por forças eléctricas. Todavia, quando olhamos para o nosso mundo, não nos apercebemos disto, porque não vemos a tela na qual este mundo é projectado.

Embora, na realidade, tudo o que ocorre seja ainda mais simples. O que vemos numa tela de computador parece acontecer fora de nós, na tela, e daí a imagem entra no nosso olho, é processada, comparada com que está armazenado na nossa memória; então, ela é reconhecida com ajuda de processos electro-químicos no nosso cérebro. Porém, quando vemos o mundo, vemos-o dentro de nós mesmos, no nosso cérebro. Na realidade este também está projectado numa tela, em que forças eléctricas descrevem uma imagem. Entretanto, nós pensamos que esta imagem está localizada fora de nós.

Se nos aproximarmos desta percepção autêntica com a ajuda de O Zohar, então veremos um mundo de forças e qualidades diante de nós. Estas forças e qualidades são operadas por uma força geral, o Criador. Ao alcançarmos esta visão e realização, revelaremos o Criador, que é o nosso maior desejo. Esta revelação ocorre dentro do nosso desejo, dependendo da sua equivalência de forma com o Criador. Todo O Zohar está apontado apenas à revelação da percepção correta da realidade.

Altere a Sua Realidade para Malchut do Mundo do Infinito

trueQuando nós lemos O Zohar, encontramos nomes como Jacó, Esaú, Abraão e Noé. Porém, se nós interpretarmos esses nomes através das nossas noções anteriores sobre a Torah, vendo-a como um conto histórico, então ficaremos completamente confusos e compreenderemos mal o que O Zohar nos conta. Nós devemos avançar em direção a um vácuo vazio no espaço sideral, onde não há terra e nada que tenha ocorrido alguma vez; tudo isto apenas pareceu-nos real. Tempo, movimento e espaço são uma ilusão que só existe na nossa imaginação. Nós pensamos que algo existiu há milhares de anos atrás, e que agora fazemos escavações arqueológicas sobre isso; nós encontramos ossos como prova da sua existência. Porém, tudo isto existe apenas nas nossas percepções, que chamamos realidade.

Porém, agora nós queremos nos elevar ao entendimento adequado – para ver o desejo que contém Reshimot (genes informativos). É isto que queremos investigar, em vez de escavações arqueológicas.

Eu quero ver este mundo inteiro dentro do meu desejo, dado que é o único lugar onde ele existe verdadeiramente. Eu tenho de mudar para perceber a verdadeira realidade, em vez de uma imaginária. Eu quero ver as pessoas à minha volta como várias formas ou imagens dentro do meu desejo, em vez dos corpos físicos que aparecem à minha frente. Eu quero ver como toda a realidade – até o Criador – está contida dentro do meu desejo. Então, a minha realidade será chamada Malchut do Mundo do Infinito.

Eu tenho que unir tudo em um, dado que tudo está contido dentro de um desejo. A razão pela qual eu vejo imagens diferentes, acções, e movimento através do tempo e espaço (tanto no tempo e espaço material, quanto no espiritual) é porque a Luz, o Criador, age dentro do meu desejo. Desta maneira, gradualmente, passo a passo, isso me leva ao verdadeiro entendimento das Suas acções.

Mude o Filme da Sua Vida Para Um Melhor

ourNa vida não existe tal coisa como uma realidade rigidamente definida, porque toda a realidade depende de nós. Esta é a primeira lição que temos de aprender. A imagem que você percebe, vê e vive é simplesmente um filme projectado para você, mas você não pode se levantar e ir embora. Você está habituado a ele; você viveu nele desde que nasceu e sente-o como a sua vida, como se ele fosse real.

Contudo, um dia você descobrirá que se tornou terrivelmente entediado com este filme, porque os seus desejos evoluíram ou o sofrimento que é mostrado a você se tornou insuportável, e você anseia elevar-se acima dele e ver algo mais, um outro filme. Você anseia mudar o filme. Neste ponto, lhe dizem: “É possível! Você já sabe que a sua vida é apenas um filme mostrado a você, então vamos para outro cinema e ver um filme diferente”. É então que você se começa a perceber que tudo que você considerou como sua vida foi simplesmente uma projecção no ecrã.

Os Cabalistas nos ensinam que, a menos que revelemos a espiritualidade e ganhemos a habilidade de ver outros filmes, não compreendemos que apenas sonhamos. Por vezes sentimos a mesma coisa quando sonhamos, mas você fica com a impressão que está é a vida real, como se você ficasse no sonho para sempre. É exactamente isso que ocorre com você neste momento – você está adormecido!

Os Cabalistas, aqueles que fizeram a transição para outra realidade, dizem-lhe: “Você está adormecido e vê um sonho. Eleve-se acima dele, desperte!” Esperemos que o despertador toque neste momento, que nós saltemos da cama, e nos encontremos a nós mesmos noutro filme.