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O Zohar nos Instrui como um Professor Experiente

By Developing One's Desires, Kabbalah Also Develops One's MindAo ler O Livro do Zohar, toda pessoa tem que tentar encontrar um estado mais interno dentro de si. Nós não temos a capacidade de imaginar nenhum estado superior ao estado adjacente. Eu posso fantasiar infinitamente e pensar que estou imaginando o Mundo do Infinito, mas isso apenas parecerá ser dessa forma para mim, enquanto que, na realidade, eu descobrirei mais tarde que isso era apenas o próximo estado interior, ligeiramente mais elevado do que o meu estado atual.

Por isso, a pessoa deve direcionar toda a sua energia e todos os seus esforços na tentativa de discernir os desejos interiores e as qualidades que correspondem a cada palavra escrita no O Zohar. Por exemplo, “cidade,” “torre,” “ascender,” “descender,” “anjos,” “demônios,” “espíritos,” “os filhos de Efraim” – não importa o que ou quem está sendo descrito, tudo isso está se referindo aos desejos e qualidades interiores da pessoa.

O livro ou o autor está falando conosco como um adulto com uma criança, nos contando apenas as coisas que são apropriadas para nós. Nós não seremos capazes de ler nada além disso no Livro do Zohar, nem imaginar, ouvir ou ver além. Mas, de fato, o conteúdo deste livro é muito maior do que aquilo que vemos atualmente. Nós apenas não conseguimos ver isso por enquanto. Nós somos capazes de ver apenas uma pequena parte, como se nós estivéssemos sendo ensinados por um professor experiente que é capaz de nos dar apenas aquilo que é benéfico para nós, e nada além disso.

Por isso, nós não devemos temer dar tudo o que temos tentando encontrar os conceitos internos dentro de nós, os quais são descritos pelo texto a nossa frente. Nós vamos ascender a essas noções, vamos reconhecê-las e senti-las por um tempo, como uma criança que cresce durante um dia, uma semana ou um mês, e então é capaz de entender mais do que antes; ela ganha a habilidade de revelar coisas mais profundas, mais internas. Anteriormente, a criança não podia ver ou reconhecer essas coisas porque elas simplesmente estavam além do seu campo de visão.

O nosso desenvolvimento espiritual acontece da mesma forma: com a releitura do mesmo texto, nós vamos continuamente revelar novas qualidades internas e novas conexões.

Não perca seu tempo com o impossível

Na Cabalá, “proibido” significa “impossível”. Algo é proibido porque contradiz as leis da natureza e não pode ser realizado. No entanto, nós estamos no estado de ocultamento, que nos faz pensar que somos capazes de fazer essa ação e conseguir um benefício dela. Mas, os Cabalistas dizem a você: “Isso é proibido!”, como se falassem a um bebê que está tentando se machucar.

O prejuízo de tal tentativa de fazer uma ação incorreta não necessariamente deve vir diretamente; ele pode vir de uma forma indireta. Desta forma, nos parece que nós agimos corretamente e ainda temos um lucro, enquanto que na realidade estamos desperdiçando nossas vidas em ações que não funcionam e que são, até mesmo, prejudiciais. Vai ser preciso um longo período de tempo e sofrimento para que revelemos isso.

Por isso os Cabalistas nos advertem: “Não desperdice seu tempo e esforço. Você não pode mudar nada dessa forma, porque o sistema da Natureza está organizado de forma diferente da qual você imagina!” Conforme o tempo passa, começamos a ficar para trás e não realizamos o que se espera de nós. No entanto, a força atua de acordo com nosso nível de maturidade, exigindo um grande desenvolvimento de nós.

Desde que nós não avançamos, continuamos a sentir pressão, problemas, e sofrimento. Por isso os Cabalistas nos dizem: “Você não pode fazer isso!”. Eles não estão tentando persuadir você, desde que eles não podem explicar isso a você como um professor explica algo a uma criança, dizendo que você não deveria agir de certa maneira, porque você não pode ver mais alto do que seu nível atual. Por isso é que eles dizem para você firmemente: “Isso é proibido!”. Mas, para escutá-los, você deve entrar em um grupo e encontrar um professor.

Nós Podemos Afetar o Ritmo da Nossa Evolução

Recebi uma pergunta: A Luz Circundante é misticismo?

Minha resposta: Quem pode explicar como uma criança amadurece e se torna um adulto? Por que ela não permanece do jeito que era ontem? Nós simplesmente nos acostumamos a ver que isso acontece, mas na verdade, nós não temos explicação.

A ciência pode nos dizer por quais estágios uma criança passa, bem como qual estágio vem antes e qual vem depois, mas é incapaz de explicar porque isso é assim. Ela pode explicar o que acontece dentro da matéria, mas não vê a causa que existe fora da matéria, empurrando-a para o desenvolvimento.

A resposta é que a criança é influenciada pela mesma Luz Circundante que afeta todas as outras partes da natureza, incluindo os Cabalistas. Cada pessoa deve passar por várias reencarnações para eventualmente alcançar a meta final. É por isso que a Luz Superior atua na matéria e cria a natureza vegetativa, animada, e humana a partir da natureza inanimada. De outra forma, toda a matéria permaneceria morta e invariável.

No entanto, o propósito dessa matéria é se desenvolver. O Governo Superior está também presente como a força no nosso mundo, mas nenhuma das ciências suspeita disso. É por isso que eu deixei a ciência. Eu queria aprender: de onde vem a força da vida? Está dentro dos átomos, moléculas, células, ou em seus subsistemas? No entanto, a ciência não explora essas coisas, e dessa forma, qual o uso que temos para ela, se ela não pode nos ajudar a descobrir a coisa mais importante e nem tenta descobrir o que é?

A Luz Circundante é a Força Superior, que não pode ser capturada por nenhum instrumento físico. Nós somente vemos suas consequências ou efeitos, assim como uma criança se desenvolve ano após ano. Isso é evidente para nós.

A força que nos leva de um estágio a outro é chamada Luz Circundante. No entanto, isso só é verdadeiro em relação à pessoa que atrai essa força por si mesma, conscientemente, desejando se desenvolver. Por outro lado, no nosso mundo essa Luz causa a evolução natural, seguindo o caminho chamado “a seu tempo”. O trem da evolução se arrasta lentamente de acordo com sua própria velocidade, e a Força Superior opera dentro da matéria, empurrando-a para frente em direção à meta.

Se você entra no mundo espiritual, você será capaz de investigar cada estágio da evolução – mesmo os dinossauros, se essa for uma área do seu interesse, desde que todas as formas prévias são predeterminadas. Elas são obrigadas a formar certa combinação de qualidade de recepção e de qualidade de doação.

Só recentemente chegamos a tal estado onde podemos atrair essa força da vida, a Luz Circundante, por nós mesmos.

O Zohar Constrói Nossa Alma

Ao estudar o Livro do Zohar, cada pessoa discerne precisamente o que é necessário para sua alma. Ao ler o Zohar, cada um de nós recebe suas próprias impressões, que são distintas das de outra pessoa.

A narrativa inteira do Livro do Zohar deve passar por nós. No entanto, o desenvolvimento da pessoa não acontece em virtude da influência da narração em si, mas pela Luz que Reforma. A Luz ilumina o desejo da pessoa, sua matéria, que contém genes informativos, Reshimot. É semelhante ao trabalho das células tronco -a base de todas as células do corpo humano.

Como a Luz influencia nossa matéria, ela desperta os Reshimot que estão dentro da matéria e que são únicos e específicos. Com o auxílio da Luz, esses Reshimot constroem certa estrutura, uma parte da alma, fora da matéria. Como resultado, cada pessoa possui sua própria construção de alma.

A Tela Não É Só Uma Divisão, Mas Um Sistema Completo

A pessoa é um mundo pequeno, o que significa que o mundo todo está dentro de mim. Eu estou diante da Luz Superior e do Criador com todas as minhas propriedades e características internas. Sou incapaz de imaginar algo fora de mim.

Nós já passamos por uma preparação suficiente para evitar associar o que está escrito no Livro do Zohar com as imagens do nosso mundo, com a história ou geografia. Podemos agora ver que o texto descreve a nós mesmos, o Criador e a tela entre nós e Ele. Agora temos que tentar ver o sistema e a estrutura do relacionamento que temos que construir entre Ele e nós.

A tela não é só uma divisória entre o Criador e eu, mas um sistema completo. Afinal de contas, eu sou somente um ponto de desejo criado “do nada” e o Criador é também como um ponto, uma centelha de Luz que me criou, o ponto do desejo.

A tela se refere a um imenso sistema que existe entre ambos os pontos: eu (um ponto negro) e o Criador (um ponto de Luz branca). A tela não está posicionada acima do desejo de desfrutar, mas está incluída nesse desejo. Com o auxílio da tela eu posso calcular quão estreitamente posso alinhar meu desejo para ser compatível com a Luz; por isso a tela deveria abraçar completamente meu desejo.

Rosh (a cabeça) do Partzuf é o lugar onde eu decido qual parte do meu desejo deveria se prender à Luz. A parte do meu desejo que sou capaz de alinhar com a Luz é chamada de Toch (a parte interna) do Partzuf. A parte que ainda não sou capaz de alinhar com a Luz é chamada de Sof (o final) do Partzuf.

A tela opera dentro de todas essas partes, sendo um sistema que me conecta com o Criador. O sistema está dividido em três partes:

1. Rosh, a cabeça do Partzuf, que executa o esclarecimento e o cálculo;
2. Toch, a parte do Partzuf, que recebe a Luz e alcança semelhança com ela em ação;
3. Sof, o final do Partzuf, onde um cálculo separado é executado conforme minha habilidade de ser semelhante à Luz.

Não é suficiente para mim simplesmente decidir que parte do meu desejo eu posso tornar semelhante ao Criador e jogar o resto fora. Eu também preciso checar quais partes eu não posso alinhar com o Criador e por quê. O final do Partzuf tem que ser tão claro quanto a parte interior.

O Anfitrião me pergunta sobre cada pequeno detalhe: “Por que você não aceita a Minha Luz? Eu então tenho que checar aquele detalhe e explicar a mim mesmo porque não posso receber dentro dele. Então, a tela é um sistema completo de conexão entre o Criador e eu mesmo; não é simplesmente uma divisão que desenhamos nas nossas ilustrações.

Quando estudamos o Zohar, estamos constantemente aprendendo sobre esse sistema – a conexão entre nós e o Criador. Eu estou abaixo e o Criador está acima, e entre nós existe um sistema inteiro que chamamos “a tela”, que consiste de três partes principais. Esse sistema abarca todos os mundos.